Prezada(o) Leitora (or), hoje, a pedido, tenho a felicidade, mais uma vez, de lhe oferecer um assunto e umas palavras que certamente irão ajudar mais de uma mãe e mais de um pai.
Com o uso, prolongado e excessivo, do smartphone(celular), o menino e o adolescente só veem o que querem e deixam de ver tudo o que não querem; além disso, neste uso, normalmente eles preferem o prazer, o jogo ao dever. Partindo disso e alimentando-se disso, eles formam o seu mundo, o mundo das gerações do século XXI onde:
1.º - sem conhecerem e sem enfrentarem as dificuldades e contrariedades, vivem e crescem longe da vida real;
2.° - em seu mundo, eles não têm contato com o social e a sociedade, a começar dentro da própria família e do ambiente de parentes e amigos, de tal modo que contam existirem famílias em que os membros almoçam sem se falar, ficando cada um pregado em seu smartphone(celular);
3.° - estas crianças e jovens, como consequência, vão vivendo e crescendo sem princípios, sobretudo sem princípios morais e sociais, e sem valores;
4.° - desse modo, a lei natural e o direito natural, devagar mas sempre vão sendo diminuídos, tendendo a serem apagados do cérebro e da consciência individual de cada um;
5.° - como essas crianças e adolescentes permanecem neste seu mundo por dias, meses e anos, seus neurônios e como consequência seu cérebro acabam perdendo contato com o mundo de fora e com a realidade da vida;
6.° - daí nascer e desenvolver-se, dentro desses jovens, um fenômeno novo, chamado depressão, que nada mais é do que a tomada de consciência da comparação e posterior decepção entre seu mundo solitário e inferiorizado enquanto comparado com o mundo de fora, então supervalorizado, mundo da realidade e da sociedade, repleto de coisas diferentes, de princípios e de valores múltiplos, de diferenças e contrariedades, coisas que as crianças e adolescentes do smartphone(celular) desconhecem e contra as quais não sabem lutar porque nunca foram preparados para isso e muito menos para serem felizes apesar disso;
7.° - e a depressão que, segundo especialistas é mais grave nas meninas e nas adolescentes, torna-se, assim, um vício, uma doença que os leva ao isolamento e à tristeza, podendo posteriormente chegar aos cortes do próprio corpo e ao suicídio, sendo exemplo extremo disso o fato do empresário que me dizia, numa semana, ter havido três suicídios em suas Faculdades;
8.° - daí falarem estudiosos, quando se referem aos males e vítimas dos smartphones(celular), de geração perdida do século XXI.
Conclusão: as crianças e adolescentes do início do século XXI, em sua maioria provavelmente, tornaram-se vítimas do smartphone(celular). Os pais, sem querer e sem saber, foram os responsáveis pelas tragédias; eles erradamente achavam que o sossego e a falsa paz trazidos pelos filhos vidrados no smartphone(celular) constituíam uma ocupação sadia para eles e um precioso ganho de tempo para suas ocupações.
Existe correção e salvação? Claro que sim, como tudo na vida, tornando-se, porém, cada caso um caso. A esse respeito, deve ser lembrado que, no caso particular em que também o próprio pai, ou a mãe ou os dois juntos estão viciados no smartphone(celular), a correção e recuperação devem iniciar-se por eles, pois, como solicitar do filho o abandono do vício do smartphone(celular) se os pais fazem, na prática, o contrário do que estão exigindo do próprio filho?
Como recuperar? A nosso ver, quando o vício é profundo, não é aconselhável e nem possível retirar drasticamente e de repente o smartphone(celular). Haverá de se dar tempo para se chegar ao ponto de equilíbrio do uso, o que será difícil, dificílimo para os pais. Mas é preferível um remédio amargo do que a perda do filho.
Aliás, para finalizar, um paradoxo, diríamos um absurdo: “Os donos mundiais, os proprietários bilionários dos smartphones(celular)”, dizem as pesquisas e noticiários, “não permitiram e nem permitem que seus filhos, menores, usem o smartphone(celular)!...”
Professor. Dr. José Antonio Tobias é diretor da Faculdade de Alta Floresta
Emai: [email protected]