Resultados de uma pesquisa apontam que 65% da população não sabe em quem votaram nas últimas eleições. Ao fazer um levantamento sobre aprovação de pessoas que possam ser prováveis candidatos à presidência da República, o Estadão e a Ipsos, o terceiro maior instituto de pesquisas do mundo, revelou dados que são inversamente proporcionais aos interesses e necessidades que o Brasil implora para poder tirar a bota do atoleiro em que se meteu com a esquerda no governo.
O resultado é um samba de "crioulo doido" e deixa à mostra o porquê do enorme fosso entre o voto consciente e aquele motivado por favores, caixas de cervejas e quilos de carnes, passando pelos apadrinhamentos em cargos públicos. O eleitor, melhor, a população, não faz nexo entre o resultado eleitoral e sua condição de vida. Isso é falta de consciência política.
Este levantamento, que até pode ser traduzido em intenções possíveis de voto, dá a Luciano Huck 60% de aprovação. É verdade que a sua condição de artista o faz ser querido pelo povo, mas daí aprová-lo com esperança de um "resolvedor" dos problemas graves que o Brasil enfrenta, existe uma longa travessia. Nunca houve, que eu saiba, qualquer participação política do Huck em qualquer situação em que houve demanda da área.
Qual bagagem tem o artista global para assumir o comando de um País que está totalmente desmantelado pelos petistas e Cia? Que poder de aglutinação e a experiência administrativa de comando político empresarial teria o Sr. Huck? O governo de um País não se faz pelo cumprimento de tarefas específicas ordenadas apenas pelo desejo de que se realize as ideias de seus governantes. A presidência da República não envolve apenas atos midiáticos como faz o Sr. Temer. Exige visão de estadista, aquele que enxerga o presente e sua relação com o futuro.
Outro resultado que é espantoso foi a população dar ao condenado Lula 45% de aprovação. Não é possível crer que existe tamanha alienação política na mente dos brasileiros. É assustador. Dá para ter ideia do quadro, se nada mudar, que nos espera em termos de governo nos próximos anos, é de muito sofrimento. Chega a vir lágrimas nos olhos ao descobrir o estado lastimável de consciência política em que vive o povo deste Brasil. O homem que iludiu, mentiu e destruiu com as esperanças de toda uma Nação ainda recebe dela tamanha reverência.
Isto é um fato, ele tem dito reiteradamente em "tomar o Poder". A fragilidade intelectual do povo é alta dada seu pouco desenvolvimento cultural e escolar. Ele, povo, não tem a dimensão dos estragos que pode produzir o seu voto em candidato despreparado para atuar na política e seu comando, muito menos ainda em perceber quais deles estão realmente imbuídos de responsabilidade pelo voto recebido. O que passamos agora é resultado disso, fruto do voto errado e induzido.
Por outro lado, a aprovação de Luciano Huck traz sinais de que é possível que nele está a busca pelo novo na política. Essa foi a mensagem que o povo paulistano passou nas eleições da prefeitura de São Paulo com a eleição do Doria em primeiro turno. Ele perdeu uma oportunidade de ouro se mantivesse a sua postura de "novo na política", ou seja, sem envolvimento com os membros da "velha política". Doria inebriou-se e chegou ao ponto de apoiar o Temer e até mesmo defender a não prisão do Lula, seja lá a que pretexto foi, pisou na jaca, para não usar outros adjetivos muito encontrados nos currais das fazendas. Passou a imagem de parceiro da velha política.
O resultado desse levantamento do Estadão-Ipsos descortina uma enorme avenida a um candidato que aos poucos está chegando ao conhecimento popular. É o Dionísio Amoêdo, do partido Novo que é formado por pessoas sem carreira política, mas com conhecimento de causa.
Rapphael Curvo é jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós-graduado pela Cândido Mendes. E-mail: [email protected]