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Artigo Sexta-feira, 28 de Setembro de 2018, 00:00 - A | A

28 de Setembro de 2018, 00h:00 - A | A

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O avanço da direita no Brasil



JUACY DA SILVA

Nas eleições de 07 e 28 de Outubro, mais de 147 milhões de eleitores irão eleger o novo Presidente da República, Governadores de Estados, dois terços dos Senadores, todos os Deputados Federais e Estaduais.
As eleições de 2018 devem marcar e já está marcando uma nova configuração política, muito diferente do que foram as eleições de 2002; 2006; 2010 e 2014. Em 2018, desde antes da condenação e Prisão de Lula, ou mais precisamente, quando o PMDB rompeu com o governo de coalização de Dilma Roussef e contibuiu decisivamente para seu impeachment, possibilitando a chegada de Michel Temer ao Planlto, o outrora todo poderoso dono do PMDB, hoje MDB, cujo governo, aos olhos do povo tem sido muito pior do que de sua antiga aliada e antecessora tanto em termos de corrupção quanto da mediocridade de gestão e nos aspectos macro econômicos. A prova disso é que o candidato do MDB a presidente da República, banqueiro Henrique Meirelles, não passa de 2% ou 3% nas pesquisas eleitorais.
Devido ao rompimento da aliança PT/PMDB e o impeachment de Dilma, abriu-se um espaço para que na recomposição do novo Governo, o PSDB voltasse a participar do poder com a indicação de diversos ministros e outros cargos, ou seja, a mesma aliança que sustentou o famigerado governo FHC, PSDB/PMDB  e outros partidos satélites do centro e da direita, acabaram se corporificando no governo fraco e desacreditado de Temer, levando de roldão, ladeira abaixo tanto o PSDB quanto MDB, DEM, PP, PR e outros aliados do governo. 
Não é sem razão que a candidatura de Geraldo Alkmin, que tem o maior peso político, eleitoral e econômico do Brasil, onde os tucanos reinam há quase 30 anos; tem tido um desempenho ridículo, pífio nas pesquisas, inclusive em seu proprio estado. 

O avanço da direita só não tem sido maior devido as declarações está pafúridas, autoritárias e preconceituosas de Bolsonaro, o que poderiam ser denominadas de “direita chulcra”, ou burra, por não conseguir polir com um certo verniz propostas tresloucadas; razão pela qual nas últimas semanas o crescimento dos índices de rejeição do candidato da extrema direita tem sido maiores do que seus índices de preferência  entre os eleitores.
Enquanto isso, o candidato do PT, que tem o apoio declarado de LULA, que mesmo preso e impedido de se comunicar pessoalmente com os eleitores é o maior cabo eleitoral de Fernando Hadad, que tem crescido de forma avassaladora no Nordeste e também de forma consistente em todas as demais regiões, todos os estratos sociais e demógrafos, razão pela qual passou a ser alvo de ataques ferozes tanto por parte de Bolsonaro, quanto de Alkimin, Ciro Gomes e até da combalida Marina Silva.
Com a desidratação e esvaziamento da candidatura de Marina Silva, que há quatro anos quase chegou ao segundo turno, só cedendo este lugar a Aécio Neves na última semana que antecedeu o pleito de 2014, deve terminar a corrida eleitoral talvez com menos de 5%, o mesmo que poderá acontecer com Ciro Gomes, que no período de pré-campanha cortejou Lula na vã esperança de herdar seu espólio, que acabou ficando mesmo com Fernando Hadad.
O que a última pesquisa do IBOPE desta semana (24/09/2018) indica é que Bolsonaro está empacado há três semanas, Hadad cresce aceleradamente nesta reta final,  Ciro Gomes e Alkimin continuam patinando; Marina Silva já foi para o Espaço, só ela não percebe e os demais candidatos continuam na categoria de azarões, mas nanicos. Em 2014, Marina Silva, antes uma petista de primeira grandeza  não titubeou em apoiar Aécio e hoje recebe o troco de seus eleitores que consideraram que aquele apoio foi mais uma vingança ou traição `as suas origens.
Assim, o embate nessas eleições, principalmente ou talvez exclusivamente para Presidente da República, deverá ficar entre esquerda x direita, com os dois lados afirmando piamente que serão vitoriosos. 

JUACY DA SILVA, professor universitário, aposentado UFMT. Email [email protected] 

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