Frank Rogieri de Souza Almeida
Uma guerra informacional se instalou no setor ambiental. Ativistas ambientalistas, ONGs e parte dos pesquisadores disputam com órgãos governamentais e lideranças políticas a narrativa do discurso sobre preservação e desmatamento, sem que haja um projeto comum para o desenvolvimento sustentável de fato no nosso país, sobretudo na região Amazônica. E com isso, trabalhadores, os empresários e os povos tradicionais que ocupam a floresta assistem aos embates sem serem ouvidos.
Protagonizar a comunicação sempre foi o objetivo dos atores das questões socioeconômicas e ambientais. Todos os lados questionam as fontes de informação, de pesquisa, desmentem dados, em busca de mostrarem, cada um, sua verdade. Não estou aqui defendendo lado A ou B, até porque é legítima essa busca por espaço na mídia para se chegar ao maior número de pessoas e de formadores de opinião. O que nós, produtores das atividades de base florestal, estamos buscando é nos posicionar.
Participar do debate é indispensável para construção de políticas públicas condizentes com as necessidades e com a realidade da floresta. Não podemos deixar que o mundo inteiro discuta e decida sobre o futuro de quem está de fato dentro da floresta, de forma legal, produzindo riquezas para a região, gerando desenvolvimento e, o que poucos sabem, preservando.
O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), que congrega aproximadamente 25 entidades do setor, trabalha para dar melhores condições de produção, defendendo e representando e também levando para a população as informações corretas sobre o que fazemos, como fazemos e a importância da nossa atividade para o dia a dia de quem perto ou longe da floresta.
Recentemente, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) lançou um vídeo sobre manejo florestal para tentar estabelecer um canal de comunicação com a sociedade sobre como a madeira nativa pode e dever utilizada. O vídeo é rápido e didático, com imagens real da floresta e deverá ser veiculado nos principais meios de comunicação buscando atingir público local e estrangeiro.
O Fórum também divulgou em suas plataformas digitais um vídeo institucional sobre o trabalho dos produtores que atuam com compromisso com a sustentabilidade, com a pesquisa e principalmente com o desenvolvimento social, econômico e ambiental.
O trabalho ainda está começando, comunicar requer recursos humanos e financeiros para que a mensagem adequada seja repassada de forma eficiente e eficaz. Mas aos poucos vamos nos apresentando enquanto setor, mostrando a importância de nosso trabalho e a grandeza que a atividade, quando executada de forma legal, tem para a perpetuação da floresta, de suas riquezas e de seu povo. Afinal, representamos um importante segmento que contribui com a preservação da floresta ao mesmo tempo que gera renda região da Amazônia Legal, garantindo a sobrevivência e o desenvolvimento da região. Conheça, questione, valorize quem realmente conhece e vive a floresta.
Frank Rogieri de Souza Almeida é presidente do Fórum Nacional das Atividades Florestal, empresários e produtor de madeira nativa