José Vieira do Nascimento
O quadro dramático que permeia Alta Floresta no âmbito da administração municipal é um reflexo da crise de representatividade política que o município está enfrentando. Na verdade, a cidade está acéfala e não há a quem se estender a mão para suplicar por auxílio, pois não temos representantes políticos na esfera estadual e muito menos federal.
Aqueles que se alto intitulam como supostos defensores de Alta Floresta, na verdade só querem tirar proveito e dividendos eleitorais, através de falácias e politicagem.
Para um importante polo regional, referência de mais de 10 municípios, estamos perdendo a alto afirmação e a sociedade organizada, assim como a população de um modo geral, terá que rever os seus conceitos e planejar a cidade que queremos para as próximas décadas.
Não podemos permanecer a deriva, construindo pontos de ônibus em locais onde sequer passam transporte coletivo e pintando faixas de sinalização no meio dos buracos de nossas ruas.
Para haver transformações na cidade e mudanças em nossa representação política, necessariamente, a sociedade deve reciclar os seus conceitos e valores de escolha e ampliar seus horizontes. Não existe mudança sem renovação.
E se continuarmos votando nos mesmos nomes de sempre, a nossa cidade também continuará na mesma, cujas mudanças serão as cíclicas promovidas pelo passar dos anos.
A renovação é um importante instrumento de mudança. Estes que fazem da política uma profissão, que sucessivamente se candidatam e se reelegem para os mesmos cargos, sem abrir espaço para outras pessoas também participarem do processo, passam a ser um entrave para os avanços e as conquistas da sociedade. É a política perniciosa aos interesses socais.
Os eleitores devem ficar atentos para dar oportunidades para novos candidatos, pois é através do novo que virão as novas ideias, poderemos mudar o foco e sair dessa mesmice anacrônica.
A política de Alta Floresta é feita de figurinhas tarimbadas, segmentadas em dois grupos. Políticos que tem o olhar voltado para o próprio umbigo, ultrapassados, retrógados. Pessoas que já deram a sua contribuição ao município e que deveriam deixar o espaço para outros.
Na câmara municipal, a maioria dos vereadores só sai do cargo quando perde eleição. Alguns parlamentares contabilizam vários mandatos, mas não ambicionam cargos mais elevado para crescer politicamente.
O deputado estadual que diz que é de Alta Floresta, em mais de 20 anos na Assembleia, não há no município obra que seja com recursos resultados de suas ações. Em contrapartida, seu nome está envolvido em todas as operações e delações do ministério público e da polícia federal.
Alta Floresta nunca esteve tão mal como agora! A população está desmotivada diante da letargia política que nos envolveu. É triste e lamentável que uma cidade com um potencial tão grande, tenha chegado a este ponto... Temos que reagir!
Cabe a cada morador refletir se é esta cidade que queremos para o futuro... Se queremos transformações sociais e econômicas, temos que nos conscientizar e começar a discutir com nossos filhos, nossos vizinhos, nossos amigos, com os moradores de nossos bairros, quais sãos as nossas prioridades, e que obras são necessárias para termos uma cidade que proporcione qualidade de vida a seus habitantes.
Ou continuamos como está no cenário atual, votando em paraquedistas que só querem nossos votos, em malandros corruptos, ou em políticos ultrapassados e acomodados que já estão com o prazo de validade vencidos?
José Vieira do Nascimento é diretor e editor responsável de Mato Grosso do Norte
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