Mário Ruiz do Nascimento
Mato Grosso do Norte
01 de agosto é considerado o Dia Mundial da Amamentação. E durante todo o mês de agosto são desenvolvidas ações estratégicas para o fortalecimento e conscientização da importância do Aleitamento Materno nos 6 primeiros meses de vida do bebê.
Este ano o Agosto Dourado tem como tema “Fortalecer a amamentação: Educando e Apoiando”.
Em Alta Floresta, no decorrer do mês, serão desenvolvidas várias ações com gestantes e mulheres que os filhos são recém nascidos. Todas as Unidades de Saúde irão desenvolver um dia específico sobre este tema, junto as gestantes, as mães que já tiveram seus filhos e que estão amamentando e as que ainda não conseguiram e introduziram o leite artificial.
A enfermeira e consultora em Amamentação, Maria Cristina Alves que trabalha em uma Unidade de Saúde do Município, disse em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, que durante o pré-natal, as futuras mamães recebem todas as orientações para prepará-las sobre os benefícios da amamentação.
“É uma orientação do Ministério da Saúde e precisamos orientar a mãe para o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. Os benefícios para as crianças são muitos, até mesmo para a saúde respiratória, que é o que mais está adoecendo as crianças, como as gripes e alergias.
O leite materno tem todas as propriedades para proteger o recém-nascido
Não podemos obrigar a mãe a oferecer o leite materno, mas falamos do benefício e tentamos conscientizar. Amamentar também é um vínculo com o bebê quando ele está somente com o leite materno”, explica Maria Cristina.
A enfermeira Obstetra Camila Machado, que trabalha há 10 anos como enfermeira concursada na Saúde Pública de Alta Floresta e há 8 anos auxilia mulheres como Consultora em Aleitamento Materno, explica que o aleitamento materno além de um alimento saudável, completo é ponte para o estabelecimento de vínculo entre mãe e bebê.
São inúmeros seus benefícios para a saúde de mãe e bebê, mas ela observa que são grandes os desafios para a iniciação do processo. E cita que os principais desafios geralmente estão relacionados às dificuldades iniciais.
“Após o nascimento do bebê, a produção do colostro [primeiro leite que produz quando começa a amamentar] e os dias que antecedem a apojadura [preparo da mama para a produção e descida do leite], podem gerar ansiedade e preocupação de não suprir as necessidades fisiológicas do bebê”, pontua Camila.
Ela aponta outras dificuldades no manejo da apojadura que é a descida do leite, com um possível ingurgitamento das mamas (empedramento causado pelo alto volume de leite).
As dificuldades em ajustar a pega e a posição na amamentação, Introdução de utensílios que podem atrapalhar a amamentação, como chupetas, mamadeiras e outros bicos artificiais que podem causar confusão de bicos.
“São inúmeros os desafios. Mas a boa notícia é que contar com auxílio profissional e com informações atualizadas, baseadas em conhecimentos técnicos e científicos, podem fortalecer e auxiliar mulheres a viverem uma experiência positiva e de sucesso na amamentação”, disse.
Banco de leite - Alta Floresta ainda não conta com um banco de leite. Com forme a enfermeira Celina Cardoso, coordenadora da Atenção Básica, o Banco de Leite não está no planejamento atual, porque está associado a existência de um hospital que tenha Maternidade ou UTI Neo Natal. “É um complexo. Não é o banco de leite isolado”, explica Celina.
Foto/ Reprodução

Como o município não tem hospital municipal e o hospital Regional, que é do Estado, não tem o setor de Neonatologia, apenas Pediatria e a Maternidade, dificulta a criação de um banco de leite.
“Precisaria deste complexo para fazer o projeto de um banco de leite. O leito hospitalar viabilizaria porque a mulher ou a criança já está internada e facilitaria também a doação. Não é só o município planejar. Teria que ser associado a estas questões”, explica.
No entanto, ela reitera que as Unidades Básicas de Saúde do Município incentivam o aleitamento materno. “Nas Unidades de Saúde a mulher é orientada sobre a importância do aleitamento materno durante o pré-natal. Mas em agosto, que é estabelecido a nível mundial como mês de incentivo ao aleitamento materno, tem o Agosto Dourado e intensificamos as ações”, disse.
Conforme ela, as duas enfermeiras do município que são consultoras em aleitamento materno, orientam as mães que estão com dificuldades para a amamentação. “A mãe que tem fissuras, lesões e outros problemas, temos o apoio das enfermeiras especialistas na área, Maria Cristina e da Camila Machado”, disse.
De acordo com ela, o município tem conseguido bons resultados com a qualificação dos profissionais do setor, que todos os anos participam de treinamento. Inclusive na orientação da introdução alimentar da criança [a partir dos 6 mês, quando ela está saindo do aleitamento materno].
“Acriança está saindo do aleitamento materno exclusivo e vai para a introdução alimentar. E os enfermeiros odontólogos e profissionais de saúde passam por esta capacitação”, disse Celina Cardoso.