Em resposta às declarações do prefeito de Carlinda publicadas na matéria do portal Jornal MT Norte,
gostaríamos de esclarecer alguns pontos importantes.
Nós, médicas atuantes no município, sempre desempenhamos nossas funções com respeito, ética e
compromisso com a população carlindense, jamais deixando qualquer paciente desassistido.
O documento protocolado por nós não teve como objetivo reduzir atendimentos de forma arbitrária, mas
sim solicitar apoio e adequação às normas técnicas e legais que regulamentam o funcionamento das
Unidades Básicas de Saúde (UBS). A proposta visou garantir um atendimento de qualidade, dentro dos
parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM) e pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB).
A gestão municipal demonstra priorizar quantidade e não qualidade nos atendimentos, além de tentar
minimizar a solicitação de exames e o uso de medicamentos de alto custo — medidas que acabam
comprometendo o cuidado integral ao paciente.
Nas UBS, enfrentamos infraestrutura inadequada, falta de veículos apropriados para o deslocamento das
equipes e, com frequência, trabalhamos com equipes incompletas, o que sobrecarrega os profissionais e
afeta diretamente o atendimento.
Dispomos de registros que comprovam o número de pacientes atendidos por período, bem como as
inúmeras ocasiões em que extrapolamos horários de expediente, sacrificando refeições e momentos de
descanso, sempre em prol da população.
Embora o prefeito tenha afirmado que não somos subordinadas ao município, não mencionou as diversas
vezes em que fomos remanejadas para atendimento entre diferentes UBS durante a semana, algumas
vezes sem justificativa adequada, apenas para suprir lacunas de gestão.
Cumprimos com dedicação todas as nossas funções desde o momento em que fomos homologadas ao município
Ressaltamos ainda que, com a saída de uma das médicas do Programa Mais Médicos, restam apenas
três profissionais do programa atuando em Carlinda, aguardando o remanejamento para outros
municípios. Apesar disso, foi solicitado que permanecêssemos na cidade até a chegada de alguns
médicos contratados diretamente.
Ainda permanecemos prestando serviço ao município e precisamos ver com pesar o descaso em alegar
que não estaríamos atendendo à demanda adequada.
O descredenciamento ocorreu a partir do dia 31 de outubro de 2025, sem qualquer diálogo prévio com as
médicas envolvidas. Diferente do que foi mencionado, nunca houve intenção de deixar a população
desassistida.
Cumprimos com dedicação todas as nossas funções desde o momento em que fomos homologadas ao
município, realizando atendimentos diários com compromisso ético e técnico.
É importante esclarecer que uma das médicas havia chegado há apenas 36 dias ao município, e que a
decisão de descredenciamento decorreu, em grande parte, de um desentendimento antigo entre a gestão
municipal e outra profissional, situação que infelizmente acabou prejudicando.
Em momento algum fomos procuradas para esclarecimentos ou diálogo. Nem mesmo por conselho
municipal de saúde.
Após o descredenciamento, continuamos atendendo a população até sermos oficialmente realocadas,
reafirmando nosso compromisso com o cuidado e a saúde dos cidadãos de Carlinda.
Nosso pedido era simples e legítimo: valorização profissional, condições adequadas de trabalho e
respeito à qualidade do atendimento prestado aos cidadãos de Carlinda








