José Vieira do Nascimento
Editor de Mato Grosso do Norte
Para o médico clínico Geral e membro da família Rotária, Mário Nishikawa, um dos pioneiros do município, a ocupação irregular na área de segurança de voos na cabeceira do aeroporto de Alta Floresta, poderá levar à consequências drásticas, como a exclusão do terminal do plano de investimento do Ministério dos Transporte, Portos e Aviação Civil, e até mesmo a interdição do terminal.
Para o médico, Alta Floresta, apesar de ainda estar incluída como um dos 4 aeroportos regionais de Mato Grosso contemplados pelo plano de investimentos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, corre risco de ser excluído devido à esta grave irregularidade. Ele cita a ocupação da área de segurança de voos da cabeceira sul do aeroporto pelos invasores. “Várias famílias continuam ocupando indevidamente essa área”, pontua.
Dr. Mário também lamenta que o aeroporto de Alta Floresta tenha ficado de fora dos investimentos de R$ 18 milhões anunciados pelo governo federal em parceria com o governo estadual, nos aeroportos de Sinop, Cáceres e Barra do Garça.
“Mais uma vez Alta Floresta fica de fora dos investimentos. Cáceres conseguiu graças ao empenho de sua gente e de seus representantes. E pior é que corremos o risco de sermos excluídos do plano do governo federal, devido as graves irregularidades, com a ocupação indevida de várias famílias que continuam na área de segurança do aeroporto”, enfatiza.
Esta situação, segundo Dr. Mário, poderá atrapalhar a privatização do aeroporto de Alta Floresta, caso as autoridades competentes não hajam com rigor visando uma solução. E poderá prejudicar até mesmo os demais aeroportos. “A privatização não é tão simples! As empresas visam lucro. Mesmo que o aeroporto de Alta Floresta esteja no "pacote" proposto pelo governo estadual para privatização”, observa.
De acordo com ele, os seguintes pontos devem ser considerados: “um aeroporto rentável junto com 3 outros poucos rentáveis ou deficitários. No caso de Alta Floresta, a ocupação ilegal da área de segurança de voos pelos invasores será responsável pela inabilitação ou no mínimo significativa desvalorização da avaliação patrimonial do aeroporto. De qualquer maneira, essa invasão representa prejuízo certo para Alta Floresta e região. As empresas candidatas à licitação pública, poderão até recusar este aeroporto para não correr risco de prejuízos maiores pela possibilidade de interdição. E o governo poderia excluir Alta Floresta deste pacote", analisa.
Na avaliação de Dr. Mário, seria de fundamental importância se Alta Floresta tivesse sido contemplada com os investimentos anunciados pelos governos estadual e federal. Conforme ele, em contato mantido com a coordenadora de aeroportos de Mato Grosso, Maksaíla Moura Campos, recebeu a informação que o recurso para o aeroporto de Sinop é para manter a sua operacionalidade.
“Esse recurso destinado também à Cáceres e Tangará é para alavancar a abertura desses aeroportos para a rota comercial e potencializar a aviação regional. As melhorias virão após a finalização do processo de privatização que está sendo realizado pelo Governo Federal”, disse.
Sobre as tratativas para a privatização do aeroporto de Alta Floresta, Dr. Mário disse que, através de mensagens trocadas com Maksaíla Moura Campos, o pacote de privatizações aumentou de 1+ 3 para 1+4.
Diante disto, ele questionou Maksaíla sobre o interesse das empresas que participarão do leilão de concessões em investirem no melhoramento em 5 aeroportos, tendo apenas um rentável, sendo que os demais são poucos rentáveis ou até deficitários.
Outro questionamento do médico é que, se concretizando as privatizações, no caso dos funcionários que atualmente são pagos pelas prefeituras, se passarão a receber das empresas. “Faço estes questionamentos porque sabemos que as despesas não são pequenas. Com um movimento relativamente pequeno de alguns aeroportos, a concessão desperta interesse nas empresas candidatas?”, questiona.
Porém, a coordenadora de aeroportos da Sinfra de Mato Grosso, Maksaíla Moura Campos, em resposta às indagações do médico, respondeu que o processo de privatizações vem sendo modelado por 5 empresas, que fizeram vistorias nos terminais, para determinar como serão as concessões.
“É um processo bem transparente. Foi feito um levantamento da estrutura de cada aeroporto e de sua história. Ainda não está pronta a proposta de concessão. Ainda está na fase de modelagem, mas no geral, o que tenho acompanhado é que as empresas concessionárias absorvem todos os funcionários aptos e capacitados”, informa Maksaíla.
“A Fraport, que é concessionária de Salvador e Fortaleza, me parece que absorveu até os funcionários aposentados da Infraero. Essas concessionárias vem com ideias que nos nem conhecemos”, acrescenta.
O Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande e os aeroportos de Sinop, Alta Floresta, Barra do Garças e Rondonópolis serão concessionados em Mato Grosso.