José Vieira/ Mato Grosso do Norte
Morador há 34 anos da comunidade Santa Lúcia, João Fagundes, (Dhoni), em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, na terça-feira, 11, disse que a mudança no pertencimento territorial do setor, para o município de Carlinda, gerou inúmeras dificuldades para os moradores.
Ele observa o acesso à cidade de Carlinda, dista cerca de 80 quilômetros da comunidade. Enquanto para Alta Floresta, a distância é de no máximo, 60. E para este deslocamento, o morador tem que vir à Alta Floresta e seguir para Carlinda.
“Como não tem outra estrada teremos que ir para Alta Floresta e de lá seguir para Carlinda”, enfatiza.
Outras dificuldades, citadas por João são os serviços do poder público como Escola, Unidade de Saúde e a comercialização da produção, principalmente a venda do gado.
“A gente vende o gado e tem que fazer a nota fiscal no Indea de Alta Floresta. Os moradores têm grande problema para vender. A escola também é de Alta Floresta. E se passar realmente para Carlinda, como os alunos vão ter acesso a uma escola de lá? ”, questiona.
Conforme João, o Posto de Saúde da Comunidade, após 32 anos de construído foi reformado no ano passado. Todavia, os ares condicionados, não foram instalados.
“Tem esta pendência se é de Alta Floresta ou é de Carlinda. E a Prefeitura de Alta Floresta não vai querer fazer melhorias em um Unidade de Saúde que vai ser de Carlinda”, comenta.
De acordo com ele, diversos empecilhos para os moradores começaram a eclodir desde o ano passado.
“Há muitos anos falavam nesta questão, mas até então não havia mudado. Até no ano passado, a gente conseguia vender o café, o gado e o que se produz aqui, sem problema. E fomos pegos de surpresa. De reprende passamos a ser de Carlinda”, disse.
De acordo com ele, muitos moradores do setor já fizeram documentos transferindo seus lotes para Carlinda.
“É preocupante o que está acontecendo a até agora não tivemos nenhuma resposta. Esperamos que nossos vereadores e o prefeito se esforcem para nos ajudar e resolver este problema que a comunidade enfrenta”, disse.
Conforme Mato Grosso do Norte publicou em primeira mão, com a criação de uma Comissão de Revisão Territorial na Assembleia Legislativa, abre –se a possibilidade de uma solução para este problema territorial entre Alta Floresta e Carlinda. Entretanto, dependerá de um entendimento entre os gestores dos dois municípios.
Na opinião do morador, a consulta popular por meio de plesbicito deveria ser apenas com os moradores do setor Santa Lúcia, que são impactados pela situação.
“Morador de Alta Floresta talvez nem saiba o que está acontecendo aqui. Por isso, acho que apenas quem mora no Santa Lúcia deveria ser consultado. A grande maioria dos moradores querem continuar fazendo parte de Alta Floresta. Tem os que já transferiram os documentos de suas propriedades para Carlinda, tiveram que fazer o Cadastro Ambienta Rural – CAR- novamente e gastaram. Agora estão preocuados em ter mais gastos", analisa João.
Escola Guimarães Rosa é onde estudam os alunos dosetor e a Unidade de Saúde é o PSF VII Santa Lúcia.
foto/ Divulgação
Posto de Saúde que atende os moradores do setor









