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Carros Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2024, 17:30 - A | A

23 de Fevereiro de 2024, 17h:30 - A | A

Carros / GWM ORA 03 GT

Além da simpatia

Mais que o design interessante, Ora 03 GT exibe excelente manuseio e boa tecnologia, além de alguns problemas de usabilidade



por Jorge Beher
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press

                A chinesa Great Wall Motor, ou GWM, tem uma estratégia curiosa: para cada tipo de veículo, o grupo chinês cria uma marca, por assim dizer, independente. As picapes ficam sob o guarda-chuva da Poer, os modelos de luxo ganham o emblema da Tank, os SUVs são da Haval e finalmente os modelos elétricos ostentam a marca Ora. Um SUV de luxo com a marca Tank e uma picape Poer serão os primeiros produtos do grupo a serem produzidos na fábrica de Iracemápolis, São Paulo, vendida pela Mercedes-Benz, que decidiu não produzir mais automóveis no Brasil. Já as duas últimas têm modelos vendidos no Brasil: o SUV híbrido Haval H6 e o compacto elétrico Ora 03. Como o Ora 03 entrou em um segmento marcado pela chegada do BYD Dolphin, a GWM tratou de lançar uma versão mais despojada para brigar no preço, a Skin, e outra mais completa, a GT (a BYD não perdeu tempo e respondeu com o Dolphin Plus).                

A marca Ora vem chamando a atenção principalmente pelos seus designs retrofuturistas. Na versão GT avaliada, o modelo ainda ganha alguns elementos visuais adicionais, como para-choque mais agressivo, com entradas de ar nas laterais, e detalhe em vermelho na base da grade frontal, nas rodas de 18 polegadas, no para-choque e no aerofólio traseiros, além das quatro pinças de freio também em vermelho. Além do uso abusivo do vermelho, não há nada em relação ao desempenho que possa justificar uma promoção para a condição de GT.                

Em relação a equipamentos, no entanto, a versão GT traz diversos recursos que fazer valer os R$ 34 mil adicionais na tabela, sem comparação à Skin – R$ 150 mil contra 184 mil. A começar pela capacidade da bateria, que sobe de 48 para 63 kWh. Essa mudança aumenta do peso final em 40 kg, com 1.580 kg, mas amplia a autonomia de 232 para 319 km, segundo os critérios do InMetro. O tempo de recarga total a partir de 15% também aumenta de 3 para 5 horas, com carregador AC de 11 kWh. Já em relação ao desempenho, segundo a GWM não há alteração: o zero a 100 km/h se mantém em bons 8,2 segundos, com máxima em 160 km/h.                

Além da bateria maior, a versão GT adiciona espelho externo com memória, teto solar panorâmico, retrovisor interno eletrocrômico, ajuste elétrico, ventilação e massagem para os bancos dianteiros, carregador por indução, apoio de braços no banco traseiro, 12 sensores, cinco câmeras e cinco radares para controle do entorno do veículo, sistema de estacionamento automático, seis modos de condução.                

O Ora é um classificado como compacto, mas não é tão pequeno assim, apesar de parecer menor do que é. Ele tem 4,24 metros de comprimento – o mesmo de um hatch médio, como um Volkswagen Golf –, com 1,83 m de largura, 1,60 m de altura e 2,65 m de entre-eixos. De certa forma, a pequena capacidade do porta-malas, de apenas 228 litros, é um efeito colateral do design. O Ora já foi chamado como uma cópia do Fusca e de mini Porsche. Mas isso pode ter a ver com o fato de ser assinado por Emanuel Derta, ex-designer da Porsche. Mas por uma questão de justiça, apesar de trazer alguns elementos estéticos semelhantes, é um desenho bastante original.                

Por dentro, se mantém fiel ao estilo retrofuturista do exterior. Painéis, console frontal e estilo dos botões lembram modelos antigos, enquanto cluster de instrumentos e central multimídia compartilham o mesmo quadro. A qualidade geral do carro é muito boa. É perfeitamente montado e, embora não seja um carro de luxo, os materiais são agradáveis ao toque. A posição de condução é confortável, os bancos oferecem bom encaixe e o volante tem uma ótima espessura. Por outro lado, os botões táteis no volante não são muito amigáveis, e não são muito bem iluminados. E é preciso olhar para baixo para consultar o painel com as duas telas 10,25 polegadas. Além disso, a tela da central multimídia fica longe do campo de ação do condutor e é preciso se esticar para operá-la com segurança. Por outro lado, traz uma interface muito melhorada em relação aos modelos GWM anteriores.                 Na parte de segurança, o Oro se posiciona entre os melhores. Ele obteve cinco estrelas no Euro NCAP e desde o modelo de entrada oferece sete airbags, sistema anticapotamento, assistente de partida em subida e controle de descida e câmera 360° com assistentes de estacionamento. Traz ainda controle de cruzeiro adaptativo, o assistente de faixa, a, o aviso de colisão frontal e traseira com frenagem de emergência, e o alerta de tráfego cruzado traseiro.  

Impressões ao dirigir

Dinâmica própria                

Como já mencionado, a única diferença entre a versão de entrada Skin e a versão testada GT é o alcance e a bateria. Em ambos os casos, o motor é único, localizado no eixo dianteiro, que gera 171 cv de potência e 25,5 kgfm de torque. Não é esportivo, mas se movimenta muito bem. A condução e a bateria do Ora podem ser geridas com três modos de regeneração, sendo um deles one pedal, e seis modos de condução como: Normal, Eco+, Eco, Standard, Sport e Auto.                

Em uma avaliação de uma semana útil, de segunda a sexta-feira, foram percorridos 200 km em uso misto e o consumo ficou entre 5 e 6 km/kWh, o que pode ser considerado médio para um veículo com estas características. Durante o teste, a melhor maneira de regenerar energia foi o modo de regeneração alta, que consegue promover desacelerações até mais altas que o modo one pedal. Já o modo Eco é ser útil no uso na cidade e o Sport é o mais divertido para explorar os 171 cv.                

No entanto, a melhor coisa sobre o Ora – e onde ele pode superar carros como o BYD Dolphin – é sua qualidade de manuseio, com direção muito precisa, com um certo toque esportivo, e um chassi muito bem resolvido: confortável, firme e equilibrado. O resultado é bem no estilo europeu, com menor flutuação que outros elétricos. O Ora é um carro com personalidade e estilo, com uma resposta dinâmica muito boa. Embora o visual simpático tem grandes chances de se tornar o maior motivador para a compra.

Álbum de fotos

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