Redação de Autocosmos.com/Colômbia/ Exclusivo no Brasil para Auto Press
Com a chacoalhada que as marcas chinesas deram no mercado de elétricos brasileiro, o mercado de elétricos compactos entre R$ 100 mil e R$ 200 mil começa a oferecer cada vez mais opções. Nesse contexto, a Stellantis já está recorrendo ao seu enorme portfólio para encarar esses novos tempos.
A holding está já trabalhando para lançar SUVs médios da Leapmotor C10 e B10. Por outro lado, o grupo mantém a aposta nos modelos a combustão e prepara a chegada do pequeno Avenger, previsto ser produzido no Brasil em 2026, primeiramente na versão a combustão e possivelmente elétrico na sequência. Na Europa, o Avenger conta há mais de dois anos com uma versão elétrica, feita na Polônia sobre a plataforma CMP, a mesma usada pelo Peugeot e-2008. E esta versão acaba de desembarcar na Colômbia.
foto/ Divulgação

O Avenger é um típico carro compacto europeu, que tem uma montagem bem definida e seus pouco mais de 4 metros muito bem aproveitados e sem exageros no design. E como acontece com os modelos franceses que compartilham a mesma arquitetura, a largura é bastante generosa em relação ao comprimento, o que a favorece tanto o espaço interno quanto a estabilidade.
Essa característica tornou possível criar um Jeep visualmente sólido sem fugir da identidade atual da marca. Não se trata, porém, de uma versão miniaturizada de Renegade ou Compass. E mesmo sendo um compacto de entrada (classificação eufemística dada a subcompactos no Brasil), ele carrega a a sofisticação e eficiência típicas do design europeu. O Avenger é um carrinho simpático, com boa capacidade de inspirar compras emocionais.
A simplicidade bem executada das linhas externas se reflete em uma cabine consistente com a proposta urbana e prática, sem fugir das características da Jeep. Isso inclui assentos grandes e robustos, que acabam sendo mais confortáveis do que parece inicialmente, bem como a praticidade do console no meio da primeira fila, com nichos grandes, úteis e que parecem ser de um veículo maior. Uma dessas aberturas abriga um carregador sem fio bem.
E mesmo sendo um compacto de entrada (classificação eufemística dada a subcompactos no Brasil), ele carrega a a sofisticação e eficiência típicas do design europeu
Mais do que atraentes, os acabamentos são funcionais e a interface entre console e instrumentação é bem integrada, pois não basta colocar um painel plano e enxertar uma tela quadrada na qual delegam todas as funções: no Avenger há um trabalho ergonômico e bem pensado, onde os controles climáticos mantêm botões físicos bem escolhidos e fácil de entender, além de um volante com excelente toque e espessura.
Outro detalhe interessante é a luz ambiente configurável, mas que se adequa também com o modo de condução. É uma iluminação indireta com luzes em várias partes da cabine. Voltando à tela central, ela é mais larga do que alta e não obstrui a visibilidade, dá relevância ao infoentretenimento e as configurações gerais são relegadas ao painel de instrumentos de 10,2 polegadas, com grafismos de boa qualidade, mas sem muitas firulas para facilitar a leitura.
O interior do Avenger não é exatamente muito espaçoso com os passageiros traseiros, mas não é apertado em termos gerais, considerando as dimensões externas. Na verdade, largura e altura são bem generosas. A capacidade do porta-malas, de 355 litros, é favorecida pelo fato de o modelo não contar com pneu sobressalente integral – tem apenas um kit de reparo temporário para furos.
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Impressões ao dirigir
Sob controle
O Avenger EV tem um bom motor de 154 cv de potência e bons 26,5 kgfm, direcionados para eixo dianteiro e alimentados por uma bateria de 54 kWh de (pouco menos de 51 úteis). Apenas este bloco pesa cerca de 270 kg, mas o SUV da Jeep tem um peso baixo para um veículo elétrico, que mal ultrapassa uma tonelada e meia vazio. A boa gestão de um controle de tração sutil, pouco intrusivo e que suprime de forma exemplar qualquer puxão do volante, oferece uma resposta linear enganosa, pois o Avenger leva menos de 9 segundos para ir de zero a 100 km/h.
Ao andar em trechos de serra sinuosos, o Avenger mostra um limite de aderência alto, favorecido pelo bom controle da suspensão,
foto/ divuolgação

que é um tanto rígida na cidade, mas que se justifica ao oferecer enorme agilidade e boa capacidade para encarar curvas – em parte por conta da distância entre eixos generosa, de 2,56 metros.
O bom ajuste da direção também ajuda para o Avenger mostrar muita neutralidade em velocidades mais altas, apesar de seus 20 cm de altura livre do solo. O desempenho dinâmico é certamente um diferencial em relação aos rivais em potencial.
Em relação à eficiência, foi possível, sem muito esforço, alcançar cerca de 7 km/kWh, o que permite prever uma autonomia, na prática, entre 350 e 400 km. Além de acelerar bem e se comportar de forma estável, o Avenger EV também se destaca na capacidade de frear.
Por outro lado, estranhamente para um veículo elétrico, o isolamento acústico merecia um trabalho mais cuidadoso. Na parte de recursos ADAS, o pacote do Avenger é apenas razoável, com controle de cruzeiro adaptativo, farol alto automático e alertas de saída de faixa e de ponto cego.