por Marcelo Palomino
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Independentemente do sucesso que teve com sua gama de SUVs, os hatches sempre foram os carros mais icônicos da Peugeot. A linha 200 nos anos 1980 salvou a marca da falência com o festejado 205. E a linha 300 é a que colocou a marca no centro das vendas na Europa, principalmente a partir do 306 nos anos 1990, com mais de 7 milhões de unidades vendidas ao longo da história. Por isso, a nova geração do 308, que lançado na Europa no primeiro semestre de 2021, é tão importante para a marca francesa.
É notório que o segmento hatches médios, ou hatch-C, perdeu espaço e a oferta de modelos diminuiu significativamente. No Brasil, este nicho foi vitimado pela competição com os hatches compactos, que ficaram maiores e mais tecnológicos, e também pelo crescimento de vendas dos SUVs compactos, com quem concorre em preço. Tanto que hoje está restrito às marcas de luxo alemãs e ao Chevrolet Cruze. Mas ainda encontra um bom mercado na Europa e a Peugeot acredita que, com esse novo modelo, pode crescer o mercado. Ainda mais nas versões 100% eletrificadas, que estão sendo oferecidas na Europa, onde briga com Volkswagen ID.4, Nissan Leaf e os novos Renault Megane E-Tech, entre outros. A versão eletrificada, aliás, seria a com maiores chances de ser trazida para o Brasil.
O novo 308 cresceu em todas as suas dimensões em relação ao seu antecessor. Ficou 11,4 cm mais comprido, para 4,37 metros, 4,8 cm mais largo, com 1,85 m e ganhou 5,5 cm no entre-eixos, com 2,68 m. Já na altura, ficou 3,1 cm mais baixo, com 1,44 m. A capacidade do porta-malas foi reduzida de 430 para 412 litros. A marca afirma que a ênfase foi colocada na habitabilidade e aerodinâmica. Isso explica uma nova frente mais longa, que ostenta uma nova grade trapezoidal com o novo escudo Peugeot ao centro, de onde os tracejados cromados se projetam para dar uma sensação de dimensão.
Os faróis trazem canhões em led como padrão e matriz em led nas versões mais altas. Eles ficaram mais finos e trazem a assinatura luminosa que remete a um dente de sabre, a partir da parte externa de cada grupo óptico – semelhante ao desenho do 208. Na base do capô, centralizado, aparece a assinatura “308”. As laterais ficaram mais limpas, mas musculosas na altura das caixas de roda. A tampa traseira segue este mesmo conceito e há uma guarnição em preto brilhante ligando as duas lanternas, que ficam bem afiladas. Sobre o vidro traseiro, há um spoiler integrado ao teto, que faz parecer que o hatch é maior do que é. Todo o conjunto é bem equilibrado e moderno.
Em relação ao interior, foi dada especial atenção aos materiais e à percepção da qualidade. E é a partir da qualidade desse acabamento que a Peugeot afirma que o 308 se coloca entre os modelos generalistas e de luxo. O design do painel, o chamado i-Cockpit, foi mantido, mas numa versão modernizada, no que a marca chama de 6ª geração do conceito nascido há 10 anos, com a primeira geração do 208. Isso inclui um volante pequeno e achatado nas partes superior e inferior e instrumentos mais altos, alinhados com a base do para-brisa.
Alguns detalhes internos criam uma atmosfera mais refinada, como o retrovisor interno sem moldura, volante multifuncional forrado em couro, cluster digital de 10 polegadas, seletor de marchas por botões, guarnições do console em prata, console frontal com revestimento em couro pespontado, revestimentos emborrachados e texturizados e console central elevado.
Em termos de segurança, o 308 traz de série seis airbags e diversos sistemas de assistência de condução, como aviso de colisão frontal com frenagem de emergência autônoma e alerta e correção de saída de faixa. Já controle de cruzeiro adaptativo, sensor de ponto cego, aviso de tráfego cruzado traseiro, leitor de sinais de trânsito e farol alto automático ficam disponíveis de acordo com a versão.
A motorização elétrica não está prevista ainda para chegar ao mercado da América do Sul e a Peugeot trabalha inicialmente com uma única versão de motor a gasolina. Trata-se do Puretech 1.2 turbo, de três cilindros, igual ao que equipa da versão GT do 208 vendido na Argentina. Ele produz 130 cv, com 23,5 kgfm. Ele trabalha com um câmbio manual de seis marchas ou automático de oito velocidades.
