por Mauricio Juárez
Autocosmos.com/México
Exclusivo no Brasil para Auto Press
Expectativa e realidade. Nos anos 1990, quando as marcas internacionais voltaram a frequentar o mercado brasileiro, a ideia dominante entre os executivos gringos era que um país tropical seria ideal para emplacar conversíveis. Ledo engano. Por aqui, onde o Sol emula um maçarico, a única condição em que ele é bem-vindo é à beira d’água – praia, piscina ou cachoeira. Por isso, por mais glamouroso que pareça, conversíveis nunca foram bem-sucedidos no Brasil. Apenas duas empresas mantêm versões conversíveis disponíveis: BMW, com o Série 4, e a Porsche, com o 718 e o 911. Uma terceira marca, a Mini – que é inglesa, mas pertence à BMW –, volta e meia aposta também no segmento com o Mini Conversível, avaliado no México, com tem estudos para voltar a ser vendido no Brasil agora que ganhou uma nova geração.
O Mini Conversível é carro pensado para ser fonte de prazer. Certamente não é o mais prático, o mais rápido ou o mais espaçoso. Por outro lado, é sem dúvida um dos mais emocionantes e divertidos que se aplica também ao uso no dia a dia. Ou seja: é um carro sem os compromissos comuns de um carro tradicional. É um típico funcar a céu aberto.
O Mini Conversível se destaca pelo seu design. Apesar de ter evoluído muito e mesmo ser quase duas vezes maior que o modelo original, suas proporções e design básico se mantiveram fiéis à sua essência. Nesta nova geração tudo segue esse caminho, mas com um claro toque de modernidade. Faróis circulares de led, um novo design de grade, rodas mais marcantes, detalhes em cores em áreas-chave, lanternas levemente ovais e uma silhueta levemente quadrada acabam complementando o brinquedo. Faltaram apenas as clássicas saídas de escape centrais, que desapareceram nesta quarta geração do Mini moderno. Como em um Mini tradicional, as ponteiras estão ocultas sob o para-choque traseiro.
O principal truque deste pequeno esportivo está na capacidade de remover o teto de lona eletricamente. Este processo leva 18 segundos e pode ser feito enquanto o carro está em movimento, até 30 km/h. Normalmente, esse tipo de configuração de carroceria pune bastante o peso do carro, por conta dos reforços estruturais necessários para compensar a eliminação do teto. Mas a Mini encontrou uma maneira de manter o peso baixo e adicionou apenas 40 kg nesta versão em comparação com um hatch Cooper tradicional. A abertura do teto afeta a já parca capacidade do porta-malas, que cai de 165 para 160 litros.
Por dentro, o Mini Conversível tem o design básico que vimos nesta nova geração, ou seja, minimalismo ao máximo, desaparecendo o painel de instrumentos e passando todas as suas informações para a tela central circular de 9,4 polegadas. Por um lado, é mais fiel ao design original, mas, por outro lado, torna todas essas informações e muitas outras funções acessíveis apenas pela tela. realmente complicando sua operação em algumas ocasiões. Os materiais são em plástico rígido, algumas inserções macias, mas também muitos elementos revestidos de tecidos com cores diferentes que realmente lhe conferem um aspecto muito amigável, mas também descontraído.
Como qualquer bom Mini, muitas dessas cores são personalizáveis. De um modo geral, tudo parece bom e no lugar, e mesmo com um telhado de lona, o isolamento acústico é bem eficiente para viajar confortavelmente na cidade, mas obviamente não é tão silencioso quanto um Cooper tradicional, mas apenas o suficiente.
Impressões ao dirigir
Máquina de prazer
Mini Cooper Conversível é projetado para se desfrutar a direção e aproveitar o caminho. O modelo não almeja ser carro esportivo em primeiro lugar. A ideia é oferecer velocidade, resposta e agilidade para aproveitar o momento e não conseguir os melhores tempos de volta possível. Nesta versão S, a que a BMW costuma trazer para o Brasil, o motor ainda é o twinturbo de quatro cilindros de 2.0 litros com 204 cv de potência e 30,6 kgfm de torque, o suficiente para ir de zero a 100 km/h em 6,9 segundos e alcançar 237 km/h. Com isso desfrutamos de uma aceleração divertida e de um som bastante agradável, pois além de fazer um bom trabalho com o motor e o escapamento, estando ao ar livre, podemos ouvir perfeitamente o turbo funcionar.
A direção tem o peso ideal e, como um bom Mini, reage muito rapidamente a qualquer comando. Considerando o tamanho e a rigidez tradicional do Mini, é fácil sentir algumas vibrações e também as irregularidades da estrada. Talvez não tanto quanto antes porque esses modelos possuem pneus tradicionais e não runflat, que são mais duros, mas sem dúvida, a banda de rodagem é mais firme que a tradicional para esse segmento.
Usar o Mini Conversível em estradas, principalmente as de montanha com muitas curvas, é uma das melhores aplicações que se pode dar a ele. A agilidade e o trabalho do motor, além da transmissão, realmente oferecem divertimento a bordo. Talvez para esta versão tivesse sido bom continuar mantendo o paddle shift ao volante, porém, a marca argumento que apenas um número mínimo de compradores realmente usava o recurso no Mini conversível. Por isso, decidiram reservá-lo apenas para a versão John Cooper Works.