Sábado, 24 de Maio de 2025

Carros Quarta-feira, 21 de Maio de 2025, 15:42 - A | A

21 de Maio de 2025, 15h:42 - A | A

Carros / BYD SHARK

Plano de dominação

A BYD Shark oferece potência, eficiência e tecnologia híbrida, com autonomia acima de mil quilômetros



por Jorge Beher
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press

Pode-se dizer que a BYD tem não apenas o plano de baixar a temperatura do planeta em 1°C, mas também o de tentar conquistar o mundo automotivo. O primeiro objetivo é um tanto romântico, mas a marca está rumando com algum sucesso na segunda meta. Atualmente, a empresa chinesa é a terceira maior montadora do mundo, só fica atrás da japonesa Toyota e da Volkswagen. Para atingir esse resultado, não poderiam faltar picapes no line-up. A Toyota tem a Hilux, a Volkswagen tem a Amarok, tanto a nova, baseada na Ford Ranger, quanto a recondicionada vendida no Mercosul. E a BYD apostou na Shark, que é uma picape conceitualmente mais evoluída que as rivais.                

Isso se deve principalmente à sua construção. Trata-se de uma picape com chassi de longarina tradicional, mas adaptado para que a bateria seja um componente estrutural. As dimensões são compatíveis com o segmento. Ela tem 5,30 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,84 m de altura, com entre-eixos de 3,10 m. Como nos automóveis da marca, a célula integrada ao chassi fica localizado entre os eixos, logo abaixo da cabine do caminhão. A segunda coisa é que ele tem uma suspensão de duplo braço nas quatro rodas, algo incomum no segmento, que sempre utilizou um eixo rígido com molas semielípticas no eixo traseiro ou com braços multilink em raros casos, como a Nissan Frontier. A terceira coisa é que é um veículo com trem de força híbrido plug-in.                

A picape traz um motor 1.5 Turbo na frente, que aciona as rodas dianteiras, com 183 cv de potência e 26,5 kgfm de torque. Ele trabalha em conjunto com dois motores elétricos, que geram a tração 4X4: um no eixo dianteiro com 231 cv e 31,6 kgfm; e um traseiro, com 204 cv e 34,7 kgfm. No total, a Shark tem potência combinada de 437 cv e 66,3 kgfm. Esse conjunto acelera a picape, que pesa 2.710 kg, de zero a 100 km/h em 5,7 segundos. A capacidade de carga oficial é limitada a 790 kg, para ficar dentro do limite de 3.500 kg permitido pela CNH categoria B. Segundo o InMetro, a picape híbrida é capaz de rodar em média 24,6 km/l na cidade e 19,9 km/l na estrada. Com o tanque de combustível de 57 litros e as baterias de 29,6 kWh, a autonomia varia entre 1.100 e 1.400 km.                

A primeira coisa que chama a atenção no interior é a ausência de túnel de transmissão. Com isso, há mais espaço para os bancos traseiros e a cabine traz todos os equipamentos comuns aos automóveis da marca. Isso inclui tela rotativa, carregador por indução ventilado, o acesso via NFC ou via app, bancos aquecidos e sistema de V2L, que permite usar as baterias da picape para fornecer energia a aparelhos externos. O visual da cabine traz detalhes de inspiração militar, como os botões no console central.                

Em relação aos equipamentos, a Shark é bastante completa. Na parte de segurança, a Shark tem seis airbags, câmera 360º, head-up display, e recursos ADAS nível 2, que inclui controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência, monitor da faixa, iluminação full led e farol alto automático. A central multimídia tem a clássica tela giratória da BYD com 12 polegadas. Ela traz GPS interno, espelhamento sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, carregador sem fio e sistema de áudio Dirac. No Brasil, a BYD Shark é oferecida em uma única versão, GS, por R$ 379.800, o que a deixa 8% mais cara que a Toyota Hilux SRX Plus e 20% que a Volkswagen Amarok Extreme. A diferença é que, além de híbrida, é mais potente e eficiente que as rivais.  

Impressões ao dirigir

Equilíbrio além das medidas                

Durante a avaliação, foi oferecida uma pista off-road com diversos desafios técnicos, tais como travessia de ponte, leito de toras de madeira, leito de pedras, aceleração, slalom e uma pista de asfalto bem apertada, um pouco para entender os limites da BYD Shark. Apesar do peso de 2.710 kg apontado na ficha técnica, a picape dá a impressão de ser bem mais leve, tal a agilidade que demonstra. Isso se deve ao torque imediato de seus motores elétricos, à potência que gera uma relação de esportivo, de 6,2 kg/cv, e ao baixo centro de gravidade. Ou seja: mostra como uma motorização eletrificada pode mascarar muito bem o peso do veículo.                

A sensação ao volante é refinada, tanto pela suspensão de braços duplos típica de SUVs mais sofisticado, que a deixa estável e equilibrada, quanto pelo isolamento proporcionado pela construção da estrutura em longarinas. O sistema de tração compensa rapidamente quando uma roda perde a tração e distribui a força para as demais, num bloqueio individual.                

Mas onde a Shark realmente surpreendeu foi no teste de asfalto. Uma pisada no modo Sport e a picape ganha velocidade de forma inacreditável. Mas diferentemente do que acontece com as picapes médias tradicionais, é capaz de cumprir manobras de slalom com grande destreza, recuperando o equilíbrio rapidamente após contorna mesmo curvas mais fechadas. Foi uma demonstração de estabilidade que não é típica deste segmento. E muito menos para um veículo com mais de cinco metros de comprimento e 2,7 toneladas de peso.

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