Redação Autocosmos/Colômbia
O BYD Yuan Pro atende por vários nomes mundo afora. Dependendo do mercado, por ser conhecido como Yuan Up, Atto 2 ou S1 Pro. Trata-se do mesmo SUV compacto 100% elétrico, que foi apresentado no Brasil há um ano e que atualmente sai a R$ 182.990. Atualmente, é o terceiro modelo elétrico mais vendido do Brasil, com 400 unidades mensais – perde apenas para o Mini Dolphin e o Dolphin. No segmento, vai enfrentar a dura concorrência com o novo Chevrolet Spark, que teve em setembro 357 emplacamentos e ainda rivaliza com o Volvo EX30, que emplaca perto de 300 unidades mensais. O bom desempenho do Yuan Pro tem motivos. Abaixo, estão listados os cinco motivos mais importantes para o sucesso do modelo.
O primeiro é o custo/benefício. O SUV elétrico chinês tem um nível de equipamentos que permite a briga com as versões de topo dos SUVs compactos superiores, como Volkswagen T-Cross, Honda HR-V e Chevrolet Tracker. No seu nicho específico, só tinha como rival o Volvo EX30, que tem preços iniciais 25% maiores que o do Yuan Pro e tem uma pagada de luxo. Agora, com o Chevrolet Spark sendo vendido a R$ 160 mil – cerca de 10% menos – é que a briga tende a esquentar.
Outra boa razão para o sucesso do Yuan Pro é o design. O SUV tem uma proposta estética que se distancia um pouco do modelo com design na linha Ocean, como como Seal, Dolphin e Mini Dolphin, na linguagem conhecido como Dragon Face. Isso implica um conjunto robusto, limpo e fluido, que oferece uma imagem moderna, que em qualquer caso evidencia o DNA da marca. As superfícies limpas e linhas simples conseguem criar uma estética quase atemporal.
A terceira razão é a imagem de alta tecnologia. Funcionou para a Tesla em 2012 e funciona para a BYD quase uma década e meia depois; o iPhone funcionou em 2007 e agora todos os telefones são praticamente os mesmos. A ideia de dispensar a maioria dos botões físicos, muito difundida entre as marcas chinesas, e dar um tom minimalista a cabine, faz com que o veículo pareça mais moderno, mesmo que não seja necessariamente assim. Muitas funções são simplesmente delegadas a uma tela e, mesmo que complique a vida dos usuários, muitos gostam disso. O monitor central giratório e a interface gráfica moderna são outros atrativos.
Além de ter uma cabine de aparência moderna, espaçosa e onde a maioria dos controles são controlados a partir da enorme tela de 12,8 polegadas, no Yuan Pro há recursos tecnológicos como: sistema de acesso NFC, freio de estacionamento elétrico, partida por controle remoto, controle de cruzeiro, carregador de celular sem fio, câmera de estacionamento 360°, ar-condicionado automático, sistema de purificação de ar, bancos dianteiros com ajuste elétrico e painel de instrumentos LCD de 8,8 polegadas, além dos estofados em couro sintético. Tudo isso ajuda a valorizar a relação custo/benefício.
Outra razão é adequação ao mercado. Trata-se de um SUV com cara de SUV, elétrico e a um preço competitivo. Tem o tamanho certo para ter agilidade no uso urbano sem sacrificar o espaço a bordo. Por outro lado, o porta-malas com apenas 265 litros do porta-malas, mesmo que expansível até 1.210 litros, parecem insuficientes para longas viagens em família. Mas a bem da verdade, um SUV elétrico com autonomia de 250 km, pelo padrão InMetro, não é mesmo talhado para ir muito longe. Pelo menos até que exista uma boa infraestrutura para recarga nas estradas. O desempenho é outro ponto que favorece o Yuan Pro. Com 177 cv e 29,6 kgfm, ele é ágil e ganha velocidade com facilidade. Por fim, a qualidade virou um ponto de atração. Ao contrário do que se podia projetar há poucos anos, os carros chineses hoje mostram qualidade e conquistaram a confiança dos consumidores. Acreditar neste momento que a bateria de um carro elétrico não funcionará assim que a garantia expirar, em oito anos, como se fosse um celular, tem uma certa ingenuidade.
A difamação sempre acontece como reação das marcas dominantes contra quem está entrando no mercado. Foi assim com os japoneses nos anos 1960 e 1970, com os coreanos nos anos 1990 e o mesmo ocorreu com os chineses a partir da década de 2010. Ainda mais porque as primeiras marcas chinesas a ingressarem no mercado brasileiro foram JAC, Chery e Lifan – verdadeiros maus exemplos. Atualmente, a manutenção necessária dos novos modelos chineses está ao nível de qualquer outro aspecto do carro, como suspensão, freios ou pneus.












