Ilson Machado
Mato Grosso do Norte
Está programado para acontecer no dia 26 março no Museu de História Natural de Alta Floresta, um Workshop no qual será promovida uma mesa redonda com o tema: “Impactos da identificação incorreta de espécies na Cadeia Produtiva de Madeira e na conservação de florestas”.
Durante o evento haverá um ciclo de palestras, dentre as quais, uma será ministrada pela professora doutora Célia Regina Araújo Soares. O conteúdo da palestra é específico: “Atualização e correção nomenclatural das espécies do SISFLORA 2.0 e elaboração de uma lista de espécies arbóreas com uso madeireiro para Mato Grosso”.
A palestra trará a definição de uma pesquisa que está sendo realizada pela Herbário da Amazônia Meridional (HERBAM) e a Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), a pedido da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA).
O trabalho é coordenado pela professora Célia e conta com a participação de professores e alunos da Unemat. Com relação à pesquisa, Célia explica que é um projeto intitulado - Flora Arbórea de Mato Grosso, Atualização do Conhecimento como Ferramenta para Gestão de Floresta Manejadas - financiado pelo programa Rem-Mato Grosso, pelo Fundo da Biodiversidade (FunBio) e pelo Banco Alemão KFW.
“O projeto tem a finalidade de fazer a atualização e a correção de nomes científicos dados as árvores, visto que na grande maioria, os nomes já foram mudados ou são listados com descrições equivocadas”, explica a professora.
Os pesquisadores fazem as observações e dão sugestões se a nomenclatura permanece ou se tem necessidade de substituição. E se ainda é necessário coletar a planta para verificar a espécie e dar o nome correto.
A coordenadora da pesquisa ressaltou a importância do trabalho que está em fase de desenvolvimento para o setor madeireiro. “É muito importante para a cadeia produtiva de madeira, porquê quando a madeira vem de origem de projetos sustentáveis autorizados pela SEMA, é feito o inventário e a geração de Guias Florestais e está autorizada para ser comercializada”, explica.
“A madeira tem uma identificação botânica. Ou seja, um nome científico atrelado a planta, o que facilita quando o produto for transportado, passando pela cadeia de custódia, no caso, o IBAMA ou INDEA, seja qual órgão for, que ele tenha que passar durante a venda, dentro do país ou para exportação, os fiscalizadores vão poder constatar se a madeira transportada, realmente corresponde a espécie descrita, evitando assim, que o setor produtivo de madeira tenha prejuízos, por ter o carregamento barrado e evitar que a floresta também possa ser prejudicada, com extração de várias espécies sem a real identificação. Esse é o objetivo do nosso projeto”, esclarece Célia.