Sábado, 18 de Maio de 2024

Entrevistas Sexta-feira, 16 de Fevereiro de 2024, 08:38 - A | A

16 de Fevereiro de 2024, 08h:38 - A | A

Entrevistas / CINCO PERGUNTAS

Dono do dom

Aos 91 anos, Ary Fontoura exalta humor clássico de “Fuzuê” e repassa carreira em documentário do Globoplay



por Geraldo Bessa TV Press

                Entre personagens de destaque, participações especiais e pequenas pontas, há muito tempo Ary Fontoura perdeu a conta de quantas produções televisivas tem no currículo. “Acho que foram mais de 50, mas não tenho certeza”, brinca. Sem descansar e mantendo uma frequência alta de trabalhos, ele segue atuando e fazendo o que gosta. Atualmente, além de viver o romântico Lampião/Lumière em “Fuzuê”, Ary também tem a chance de passar a carreira a limpo no documentário especial “Tributo – Ary Fontoura”, produção que acaba de chegar ao Globoplay para comemorar seus 91 anos.

É um momento de muita alegria para mim. Não sou do tipo saudosista, mas estou feliz de fazer uma novela festiva como ‘Fuzuê’, me sinto atuando em uma trama clássica dos anos 1980 e 1990. Além disso, é lindo relembrar os personagens e amigos de uma vida no documentário. Foi um belo presente de 91 anos”, valoriza.

                Natural de Curitiba, Ary está na tevê desde 1965 e faz parte do primeiro time de contratados da Globo, onde estreou na série “Rua da Matriz”.

Apaixonado pelo ofício e sempre disposto a mergulhar em um novo personagem, Ary tem pelo menos um grande papel em cada uma das seis décadas dedicadas ao vídeo, onde participou de clássicos como “Bandeira 2”, “Roque Santeiro”, “Tieta”, “A Viagem”, além das duas versões de “Gabriela” e do inesquecível Seu Nonô, de “Amor com Amor se Paga”.

“A gente vai produzindo, realizando e só depois entende a importância dos trabalhos. Gosto muito das coisas que fiz no passado, mas acredito que tenho personagens mais recentes que também são incríveis. Acho que o segredo é saber se adaptar ao novo”, ensina.

            Nos últimos anos, além de se manter frequente na tevê, também se tornou influenciador digital por conta dos vídeos recheados de humor que passou a publicar nas redes sociais desde a pandemia.

Estava em casa muito entediado e queria interagir com as pessoas. Quando dei por mim, os vídeos viralizaram. É muito gostoso receber esse carinho e conquistar um público mais novo, que não assiste a novelas”, ressalta.

P – Você está na Globo desde 1965, ano de fundação da emissora, e é até hoje um dos funcionários mais prolíficos e disputados da casa. O que o leva a aceitar um novo trabalho?

R – Atuar é minha vida. É o que me mantém feliz e saudável. É claro que a força e a mensagem dos personagens são fatores importantes na hora de me envolver com algum projeto. Mas, depois de uma certa idade, a equipe envolvida também conta muito. Eu adoro trabalhar com o Fabrício Mamberti (diretor de “Fuzuê”), por exemplo.

P – Por quê?

R – Ele torna qualquer estúdio divertido. É muito descarado, sabe bem o que quer dos atores e das cenas. Os bastidores são uma grande festa. Além disso, o jeito dele de dirigir presta uma homenagem a um grande profissional que nós todos temos no nosso coração, que é o Jorge Fernando. “Fuzuê” é a cara do Jorge.

P – Em que sentido?

R – Essa novela é pura alegria, confusão, dança e música. Meu personagem está inserido nesse furacão por ser o dono de um cabaré, onde mistura o glamour francês com a força do sertão. Chego no estúdio disposto a tudo e saio muito satisfeito, sentindo que estou homenageando Jorginho e outros nomes da teledramaturgia, pois o texto do Gustavo tem esse viés.

P - Você tem a impressão de estar em uma antiga novela das sete?

R - Exatamente. É o mesmo clima. Fiz várias comédias rasgadas neste horário, como “Plumas e Paêtes” e “Guerra dos Sexos”. São produções que abusam da ação, do tom mais teatral e de um humor extravagante, “Fuzuê” revisita isso com muita propriedade.

P - Em comemoração aos seus 91 anos, o Globoplay acabou de disponibilizar o especial “Tributo” em sua homenagem. O que achou do documentário?

R - Me emocionei demais. Além de passar a limpo meus personagens, a produção relembra os amigos que já se foram e tem depoimentos de profissionais que eu amo, que são família para mim, como a Mariana (Ximenes), a (Elizabeth) Savalla, e tantos outros. Cheguei aos 91 anos do jeito que eu queria, feliz e produtivo.

  “Fuzuê” – Globo – de segunda a sexta, às 19h20. “Tributo – Ary Fontoura” – documentário disponível no Globoplay.

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