Reportagem
O Distrito de Japuranã em Nova Bandeirantes tem sido um polo propulsor de desenvolvimento na região. A história do núcleo urbano teve início em 1981.De acordo com o Colonizador, Leonar Dallagnol, popular Tenente, a missão de desbravar o que hoje é o distrito, lhe foi dada por intermédio de sua família que, adquiriu títulos do Governo Federal que permitiu realizar a abertura.
“Adentramos aqui em Japuranã com a cara e a coragem. Meu pai com um irmão, o Xavier, verificou no Intermat [Instituto de Terras do Mato Grosso] e constataram uma região deserta de gente com muitas matas”, disse o colonizador.
“Meu irmão Xavier agregou todos esses títulos em uma gleba só e meu pai pediu-me para que eu viesse liderar a abertura, porque eu tinha mais experiência que todos os outros irmãos”, acrescentou.
Leonar Dallagnol foi Oficial Militar do Exército Brasileiro, ocupando patentes de II e I Tenente. Também ocupou a chefia de Segurança da Usina Hidrelétrica, Salto Santiago, localizada no Rio Iguaçu – município de Saudade do Iguaçu (PR).
Porém, com a incumbência de desbravar a região, Tenente também tinha o dever de cuidar e proteger o patrimônio da família.
“A gleba era muito grande, originalmente ela tinha 170 mil hectares”, revela.
Adentramos aqui em Japuranã com a cara e a coragem
Com o passar do tempo, para manter os custos de manutenção da gleba, iniciou-se o projeto de venda de alguns pedaços de terra.
“Fomos vendendo pedaços da gleba para fazer a manutenção dela, depois cortamos a área da família que foi dividida em lotes de 2000 a 2500 hectares e cada irmão recebeu uma parte e meu pai recebeu mais”, frisou.
Chegada em Japuranã - Famílias do norte do Paraná que a visitavam, ficavam encantadas com as belezas da região e a produtividade da terra. “Essas pessoas vieram e se propuseram a trazer famílias para cá. Inclusive o Marcelo Habowski do Norte do Paraná. Ele conseguindo reunir dezenas de famílias para virem para Japuranã”, relembra.
Ele recorda que foi no ano de 1987 que chegaram as primeiras famílias, oriundas do Paraná. No ano anterior em 1986, foi feita a abertura de 40 alqueires, visando a projeção de ruas e lotes urbanos do então vilarejo.
Japuranã tornou-se distrito através da Lei Municipal 705/11 assinada pelo então prefeito Valdir Pereira dos Santos.
Assentamento - Em 1997 300 famílias chegaram repentinamente em Japuranã em busca de áreas rurais para se estabelecer. O local escolhido pelo Intermat para assentar essas famílias era onde é hoje Paraíso do Norte. O colonizador foi avisado por seus seguranças sobre a chegada dessas famílias e buscou dialogar com as lideranças do movimento.
Tenente diz que os líderes alegaram que estavam ali por uma indicação do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e muitos agricultores estavam na fila de espera no aguardo de um pedaço de terra.
Em 1997 300 famílias chegaram repentinamente em Japuranã em busca de áreas rurais para se estabelecer
Durante as negociações, o colonizador deu conta das dificuldades apresentadas pelos assentados, chegando a oferecer oportunidade de negociações em seu escritório. E procurou o gestor municipal, que era o ex-prefeito Anselmo Neiverth, que não gostava muito do movimento. “Este foi começo. Entraram em 97, foram ocupando e eu cortei 495 lotes”, disse.
No segundo loteamento foram 385, chegando a um total 880 lotes. Cada lote tem um total de 100 hectares.
Perspectivas - Uma das expectativas de crescimento para o Distrito de Japuranã é a construção da ponte sobre o Rio Juruena, ligando a Cotriguaçu. Na visão do colonizador, a falta de indústrias é latente para o desenvolvimento do distrito.
A construção de silos para armazenagem de grãos já é uma realidade. Japuranã conta também bem como uma agência da cooperativa de crédito Sicredi.
Outro anseio local é a implantação de um base da PM no distrito, algo que depende do apoio por parte do Poder Público.
No pacote de inciativas previstas para acontecer no futuro está o projeto de moradias populares, através de uma parceria entre o Colonizador Tenente e o Executivo Municipal.