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Entrevistas Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2023, 11:00 - A | A

22 de Dezembro de 2023, 11h:00 - A | A

Entrevistas / CINCO PERGUNTAS

Missão cumprida

Com reprise de “Paraíso Tropical”, Alessandra Negrini relembra rotina pesada para dar conta de papel duplo



por Geraldo Bessa TV Press       

          Mesmo acostumada ao esquema rápido que a tevê exige, Alessandra Negrini gosta de ter tempo para se preparar para suas personagens. No caso de Paula e Taís, as gêmeas de “Paraíso Tropical”, no entanto, a atriz teve de usar seu lado mais pragmático para se adaptar a um cenário um tanto desesperador. Originalmente, as personagens seriam interpretadas por Cláudia Abreu, que teve de deixar a novela ao se descobrir grávida.

Na sequência, as irmãs foram para as mãos de Letícia Sabatella, que já estava comprometida com a próxima novela de Manoel Carlos. Por fim, com as bênçãos dos autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares, Negrini ficou com o papel duplo e teve apenas três meses para se preparar para a empreitada.

Acho que 2007 foi um dos anos mais loucos da minha vida. Entrei de cabeça no projeto e não tinha muito tempo para pensar sobre as personagens. Fui guiada pelo texto e pela direção, tendo de gravar de forma incessante”, relembra.      

           Com a trama voltando ao ar no “Vale a Pena Ver de Novo” 16 anos depois da exibição original, Negrini confessa que, apesar da estafa, guarda boas lembranças dos bastidores. “É um novelão, daqueles feitos para deliciar o público. Apesar da correria, foi incrível ter dado conta do que me foi confiado e também ter contracenado com pessoas que eu admiro demais”, analisa.            

     Natural de São Paulo, Negrini ficou conhecida por suas interpretações densas e sensuais em produções como “Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados” e “A Muralha”. Sem se desfazer da figura forte que construiu através de suas personagens, aos 53 anos, a atriz se mostra mais leve e interessada em viver tipos cada vez mais diferentes, tudo em sintonia com a liberdade profissional que conquistou desde que passou a assinar por obra com a Globo. Recentemente, por exemplo, ela chamou a atenção ao viver a mítica Cuca de “Paraíso Perdido”, série da Netflix.

Aos 53 anos, a atriz se mostra mais leve e interessada em viver tipos cada vez mais diferentes

A maturidade artística e a autonomia para fazer o que eu realmente quero mudaram minha relação com o trabalho”, entrega.

P – Interpretar gêmeos é um sonho muito comum entre intérpretes. Como você encarou viver a Paula e a Taís de “Paraíso Tropical”?

R – Com muito trabalho. Quando me chamaram para conversar sobre o papel, eu sabia que teria de me dedicar bastante. Porém, a exigência de fazer duas personagens em uma novela foi acima de qualquer compreensão. Era uma aventura diária, trocava os figurinos das personagens no meio do corredor, fazia maquiagem correndo em qualquer lugar.

P – Era muito complexo ter de virar a chave para deixar uma personagem e entrar em outra?

R – Dava uma trabalheira danada. Mas mudar de personagem era a melhor parte da rotina. Era uma brincadeira boa e que acabava justificando toda aquela correria que eu vivi ao longo dos meses. A entrega era ainda maior quando eu tinha de contracenar comigo mesma.

P – Alguma vez se sentiu perdida em cena?

R – Só não aconteceu porque a novela tinha uma equipe incrível nos bastidores. Algumas cenas foram muito complexas de se executar. Quando Paula e Taís estavam no mesmo ambiente, eu tinha de gravar com dublê – e a minha era a maravilhosa Lisa Eiras. Ela também era atriz, o que ajudava, porque a gente precisava olhar uma no olho da outra. Na hora de gravar, a outra pessoa tem que estar em cena comigo, me entregando emoção, e ela embarcava nesse jogo.

P – Tem alguma cena preferida e que você quer rever na reprise?

R – Gosto da cena em que as gêmeas se encontram pela primeira vez, no meio de Copacabana. Lembro da ansiedade em gravar a sequência e de como a história foi se desenvolvendo até chegar neste momento.

P – Quando “Paraíso Tropical” chegou ao fim, você ficou cinco anos distante das novelas. Foi uma decisão sua não se envolver com projetos de longa duração?

R – Eu precisava de um tempo. Quando a novela acabou, eu estava esgotada e querendo longas férias. Fazer protagonista dupla em uma novela das nove foi uma experiência muito intensa. Fui elogiada e criticada na mesma medida. Então, eu tinha de me dar um tempo, descansar minha imagem, minha mente e meu corpo. Aproveitei esse tempo para conduzir minha carreira por caminhos mais alternativos. Eu ansiava e precisava me reciclar.  

Paraíso Tropical” – Globo – de segunda a sexta, às 17h.

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