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Entrevistas Sexta-feira, 08 de Dezembro de 2023, 09:44 - A | A

08 de Dezembro de 2023, 09h:44 - A | A

Entrevistas / CINCO PERGUNTAS

Referências pessoais

Em “Fuzuê”, Pedro Carvalho encara as vilanias do golpista Rui Sodré



Por Caroline Borges -TV Press

É comum falar que a vida imita a arte. E Pedro Carvalho realmente encarou algumas situações de novela em sua trajetória pessoal. Atualmente vivendo o golpista Rui Sodré em “Fuzuê”, o ator português passou por um causo desagradável ao confiar nas pessoas erradas. Pedro sofreu um golpe financeiro de um conhecido acima de qualquer suspeita.

Esse episódio, no entanto, hoje virou uma referência importante para o ator na hora de compor o trambiqueiro criado pelo autor Gustavo Reiz na novela das sete. “Foi uma situação bem especifica comigo. Sofri um golpe de uma pessoa que nunca esperei. Era uma pessoa muito sedutora, amigona de todo mundo. Mas, de repente, se revelou um golpista. Acabei me inspirando nesse caso para criar o Rui, que é um cara muito charmoso, que ocupa os espaços bem à vontade e é amigo de todos rapidamente”, explica.

Na história, Rui é um agente de modelos e suposto primo de Olívia, papel de Jessica Córes. A jovem modelo, sempre que quer algo, acaba se tornando vítima das chantagens do português, que é sedutor, manipulador e golpista profissional. “Ele é um dos vilões, 171 total. Eu o definiria como um pirata. Ele consegue identificar a fragilidade de cada pessoa e usar isso para manipular”, afirma.

P – A trama de “Fuzuê” marca seu reencontro com o autor Gustavo Reiz, que foi responsável por sua estreia no mercado brasileiro na trama de “Escrava Mãe”, da Record. Como surgiu a oportunidade para a novela das sete? 

R – O Gustavo me abriu portas no Brasil. Ele nem me conhecia, mas apostou e confiou em mim. Desde então não parei de fazer novela aqui. Tenho me dividido bastante entre Brasil e Portugal nos últimos anos. Quando soube do convite para “Fuzuê”, eu estava com três projetos engatilhados. Mas eu tenho uma gratidão enorme pelo Gustavo. É a primeira trama dele na Globo. Aceitei o convite. Sabia que seria um personagem muito bacana.

P – Na história, o Rui é um golpista sedutor. Onde você buscou inspirações para compor o personagem?

R – Eu peguei muitas referências em “O Lobo de Wall Street”, com Leonardo DiCaprio, e o documentário “O Golpista do Tinder”. O Rui é um vilão muito charmoso, que chega em um local e rapidamente está à vontade. Mas eu usei algumas referências da minha vida pessoal também. Há alguns anos, eu levei um golpe de uma pessoa que eu nunca esperava. Perdi dinheiro nesse golpe. Era uma pessoa muito sedutora, amigão de todo mundo. Quando você percebe, é um golpista total. Então, tento tirar dessas situações ruins algo para meus personagens. 

P – O Rui tem uma caracterização bem marcante. Como vocês chegaram a esse visual do personagem? 

R – Fiz um filme e uma novela em Portugal antes de chegar ao elenco de “Fuzuê”. Eu estava com um cabelão quando cheguei ao Brasil. Tiraram meu aplique, mas meu cabelo ainda estava meio grandinho. Eu sempre tive esse ar mais de mocinho e queríamos fazer algo diferente. Como o Rui é um cara do universo da moda, fomos em busca de algo mais moderno. Então, raspamos do lado e deixamos o cabelo um pouco maior, dando espaço para gravar de cabelo solto ou amarrado.

P – Apesar de Rui ser um personagem que veio de Portugal, você precisou fazer algum trabalho para amenizar o sotaque no vídeo?

R – Eu sempre tento dar uma amenizada. Em “A Dona do Pedaço”, o próprio Walcyr (Carrasco) me pediu para ser um português bem do Norte de Portugal. Colocar umas expressões estranhas, que quase ninguém usa muito. Isso caracterizava a comédia do personagem. Em “Fuzuê”, já é bem diferente. É um cara mais sofisticado. Mas, apesar de ser um português de Portugal, ainda preciso adaptar para que o público me entenda em casa. Na verdade, eu estou tão acostumado a falar português do Brasil que é difícil fazer um personagem com português de Portugal (risos). Preciso parar e pensar para mudar a chave na cabeça.

P – Desde sua estreia no Brasil, você tem se dividido entre o mercado português e brasileiro. Você sente muita diferença entre os dois cenários profissionais?

R – Fazer novela em Portugal já é algo bem grande, bem popular. Mas aqui são 130 milhões de pessoas. Em Portugal, somos 11 milhões. Então, há muito mais dinheiro aqui. Por exemplo, em Portugal, eu fiz apenas dois projetos de época. Porque são produções muito caras. Mas agora estamos fazendo coproduções com outros países e estamos sendo mais vistos. Uma novela que eu fiz, “Ouro Verde”, passou na Band. Tenho muito orgulho do meu país e de como fazemos novela. A gente aprendeu com o Brasil e hoje fazemos tão bem quanto.


"Fuzuê" – De segunda a sábado, às 19h30, na Globo.

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