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Esporte Segunda-feira, 15 de Junho de 2020, 00:00 - A | A

15 de Junho de 2020, 00h:00 - A | A

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50 anos do Tri: Brasil acumula vitórias e apresenta o futebol-arte



André Gallindo, Márcio Iannacca e Rafael Honório
Globo Esporte.com 

O ano era 1970, e o Brasil vivia um turbilhão de novas sensações. Eram os anos mais duros da Ditadura Militar sob o comando do General Emílio Garrastazu Médici, a seleção brasileira tentava o tricampeonato mundial no México, e a população começava a conviver com um novo aparelho em suas casas: a televisão. 
Hoje, 50 anos depois, a ditadura não existe mais, o Brasil é pentacampeão mundial, e a TV já é um aparelho mais que consolidado nas residências. Por isso, o Esporte Espetacular fez uma viagem no tempo para contar a história da terceira Copa do Mundo conquistada pela Seleção, no México, marcada pelo futebol-arte do time canarinho.
- O Zagallo pegou o Rivelino, que era um 10. Eu, também. O Jairzinho, que já tinha jogado com a 10 no Botafogo. Pelé que nunca jogou com a 10 (risos), e Tostão que era camisa 10 no Cruzeiro. Ele conseguiu juntar isso tudo da melhor forma e dar uma consistência tática. Isso foi treinado e orientado: "Não quero que termine o lance no ataque e fique todo mundo lá. Tem que voltar aqui" recorda Gerson, o Canhotinha de Ouro.
- O meu tesouro é minha lembrança: do convívio extraordinário que nós desenvolvemos, tanto na fase preparatória como na competição lembra Jairzinho, o Furacão da Copa de 70.
Em 1964, o Brasil sofreu um golpe militar. Seis anos depois, os brasileiros viviam os chamados anos de chumbo daquele regime. Em 1969, foi promulgado o Ato Institucional número 5, o AI-5, que contava com 12 artigos e trazia mudanças radicais para o país, como o fechamento do Congresso Nacional. O autoritarismo militar assustava a quem o enfrentava: muitos políticos, artistas e jornalistas foram torturados e mortos nos porões da ditadura. Muitos tiveram que se exilar em outros países para fugir da perseguição política.
Saldanha foi substituído por Mario Lobo Zagallo, ex-técnico do Botafogo e ex-jogador, que tinha conquistado o bicampeonato mundial vestindo a camisa verde e amarela.
- Nós tivemos quatro meses de preparação, então os jogadores chegaram tinindo na Copa. Alguns dias antes do Mundial, a Organização Mundial de Saúde fez alguns testes físicos com as seleções e o Brasil ganhou com destaque de preparo físico - lembra Parreira.
- Nós vencíamos as partidas de uma maneira mais fácil sempre no segundo tempo, porque estavam bem preparados destaca Leão.

A preparação física era um destaque mesmo. Foram seis jogos na Copa: seis vitórias, quatro com resultados definidos no segundo tempo. Dos 19 gols marcados pela seleção, 12 saíram na metade final. E assim o Brasil foi derrotando os adversários um a um: Tchecoslováquia, Inglaterra, Romênia, Peru, Uruguai e Itália, a adversário na final.

- O Brasil inaugurava, nesse sentido também ali, todo uma outra era tática no futebol mundial alerta Gilberto Gil.
- Acho que se fala pouco do Zagallo e da capacidade que ele teve de formar esse time usando os melhores destaca Galvão Bueno, narrador da Globo.
Se em 2020, só 2% dos lares brasileiros não tem uma televisão, em 1970, 24% das casas do Brasil passaram a ter. As oito Copas do Mundo anteriores tinham sido acompanhadas pelo rádio e o Mundial do México seria visto, pela primeira vez na história, ao vivo. E além disso, ainda tinha a novidade dos replays.

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