Reportagem
Uma mãe e a filha, de 29 e 8 anos, foram identificadas pela Polícia Civil como novas vítimas do médico e vereador de Canarana,
por suspeita de estupro de vulnerável e armazenamento de imagens de abuso e exploração sexual infantil. O parlamentar segue preso
por determinação da Justiça e foi afastado do cargo.
Até a última atualização desta reportagem, oito vítimas de Thiago foram identificadas pela polícia, são elas:
- Mãe e filha, de 29 e 8 anos
- Mãe filha, sem idade informada
- Adolescente de 17 anos – usada como 'escrava sexual' do médico
- Adolescente 15 anos – forçada a se relacionar com o investigado desde os 12 anos
- Criança de 2 anos
- Mulher de 36 anos
Segundo o delegado responsável pelo caso, Flávio Leonardo, o investigado usava a profissão de médico para se aproximar das vítimas em situações de vulnerabilidade emocional. No caso da mulher de 29 anos, ele exercia domínio psicológico sobre ela e teria produzido conteúdo íntimo sem seu consentimento, "a coagindo a ponto de deixá-la incapaz de resistir às suas exigências e avanços".
Durante a relação abusiva, o médico também demonstrou interesse na filha da vítima, uma criança de 8 anos. Ele teria se aproveitado da situação para estuprar a menor.
As investigações também apontam que, mesmo após o fim do relacionamento, o suspeito teria forçado a vítima a manter relações sexuais contra a vontade dela, usando violência, em seu consultório no PSF Mutirão.
Na segunda-feira (2), o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informou que instaurou uma sindicância para apurar a conduta do médico e que apenas após a conclusão da apuração é que haverá, ou não, a abertura de um processo ético contra o profissional.
A Câmara Municipal informou que o vereador está afastado dos trabalhos legislativos e que aguarda o resultado da investigação para tomar qualquer decisão. A Casa de Leis também repudiou os crimes atribuídos ao parlamentar.
O médico e vereador de Canarana, Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), de 39 anos, investigado por estupro de vulnerável e armazenamento de imagens de abuso e exploração sexual infantil, atuava em uma Unidade de Saúde da Família (USF) e defendia pautas de direita como parlamentar. Thiago morava sozinho e não tem filhos. Formado em medicina em 2009, em uma instituição particular de Cuiabá, Thiago não possui especialização registrada, conforme o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), e atuava como clínico geral.