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Nacional Segunda-feira, 14 de Maio de 2018, 00:00 - A | A

14 de Maio de 2018, 00h:00 - A | A

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Coleta da castanha-do-brasil bate recorde e gera renda para povos indígenas



Assessoria
UHE Teles Pires  
 
O Projeto Piloto da Castanha, que faz parte do Programa de Identificação e Manejo de Novas Fontes de Produtos de Florestais Não Madeireiros, realizado pela Companhia Hidrelétrica Teles Pires, obteve seu melhor resultado em 2018: a safra coletada pelas comunidades envolvidas, das etnias Kayabi, Munduruku e Apiaká, ultrapassou as 62 toneladas, um recorde em relação às 28 toneladas colhidas em 2017.
 O lucro total da produção também aumentou expressivamente: de R$ 140 para R$ 253 mil. O projeto tem como principal objetivo dar suporte às comunidades indígenas para que preservem seu modo de vida e obtenham autonomia financeira, por meio de um modelo sustentável e compatível com a preservação da floresta.
Há três anos, as comunidades indígenas, que vivem na divisa dos estados do Mato Grosso e Pará, passaram a contar com o apoio dos modernos conhecimentos de manejo florestal sustentável para transformar a prática cultural em geração de renda. Para tanto, a empresa Mapsmut, contratada pela Hidrelétrica Teles Pires, realizou um inventário florestal na região e identificou, juntamente com os indígenas, as áreas de maior potencial para a produção extrativa dos frutos da castanha-do-brasil (também conhecida como castanha-do-pará) e do óleo de copaíba, remédio indígena que, há muito tempo, integra o vasto estoque nacional de plantas medicinais. Desta forma, a identificação e acesso às áreas de extração é facilitada, potencializando a produção. Atualmente, concluindo o ciclo, a Hidrelétrica Teles Pires está construindo três galpões para secagem e armazenamento das castanhas nas aldeias polo das três etnias, cada um deles com 168 m2 e dotado de bancadas para secagem e área de armazenamento.
Por outro lado, os povos indígenas foram apoiados para inserir seu produto em um universo de mercado justo, aumentando o protagonismo de suas associações: “Como equipe técnica, trabalhamos intensamente para mostrar que a produção de castanha pode ser uma fonte de renda muito importante para todo território. Na atualidade, essa é, talvez, a melhor alternativa, pois através dela é possível integrar a manutenção de hábitos tradicionais, a geração expressiva de renda e a efetiva gestão territorial. Tudo isso de forma legal, em sincronia com diversas políticas públicas, como a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas”, explica Ayslaner Gallo, diretor de Pesquisa da empresa Mapsmut. 

A Companhia Hidrelétrica Teles Pires também ofereceu todo o apoio logístico necessário para o escoamento do produto nas safras 2016/2017 e 2017/2018, fornecendo desde os sacos para acondicionamento dos ouriços ao combustível para transporte nos barcos a motor que pertencem aos indígenas.  Todo o processo de construção do projeto piloto foi participativo e, na medida em que este se consolida, torna-se também mais autônomo, com total protagonismo das associações representativas das comunidades indígenas contempladas: estas decidem livremente sobre o escoamento da produção, bem como sobre a destinação e distribuição de lucros. Desta forma, a tecnologia social que permeia o projeto também se transforma em um conhecimento a mais que pode ser compartilhado com outros grupos, em outras terras indígenas. 
Para Osmar José Schickmann, Presidente da Arapama (Associação Regional de Apicultores da Amazonia Apiacaense), que este ano adquiriu a produção do povo Apiaká, a parceria com a Hidrelétrica Teles Pires foi essencial para a consolidação do processo e para o sucesso obtido: “Eu vejo com muito bons olhos essa iniciativa da usina, a parceira nesse processo, pois facilita o escoamento do produto diretamente da aldeia até o porto. Se não fosse o subsídio do empreendimento, possivelmente algum intermediário faria isso, mas com certeza os custos recairiam sobre a produção, desvalorizando o produto e desestimulando a coleta”. Uma opinião compartilhada pelo presidente da Associação Sawara, Raimundo Paigo Munduruku: “Para o povo indígena é de fundamental importância esse apoio da Teles Pires. Faz anos que a CHTP nos apoia, e isso gerou um avanço grande na comunidade, fortaleceu as lideranças e a organização social de base, que tem essa missão de gerar alternativas e melhores condições, para cada família Apiaká”.
Além do Programa de Identificação e Manejo de Novas Fontes de Produtos de Florestais Não Madeireiros, outros 17 programas socioambientais integram o Projeto Básico Ambiental Indígena (PBAI) da Hidrelétrica Teles Pires desenvolvido junto aos povos Apiaká, Kayabi e Munduruku, do Baixo Teles Pires.

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