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Política Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2018, 00:00 - A | A

26 de Fevereiro de 2018, 00h:00 - A | A

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Silval presta depoimento e CPI e explica pagamento e Mensalinho para deputados



Em depoimento à CPI do Paletó, na Câmara de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa confessou que mandava R$ 15 milhões a mais por ano para a Assembleia Legislativa para pagar o “mensalinho” dos deputados, de R$ 50 mil por mês.

"E na gestão atual institucionalizaram o mensalinho aumentando a verba indenizatória", disparou. "Quem falar que governo não sofre ou não cede pressão, está mentindo".

Ele disse que a compra de apoio dos deputados incluía apoio total à governabilidade. "O apoio era para tudo. Não havia conversa específica com Emanuel ou determinada comissão. Era geral", disse

Segundo Silval, ao decidir ser governador, vai-se criando uma “rede podre” na qual um fica sabendo da corrupção dos outros e quer participar também.

Ele refutou o número de que teria se apropriado de R$ 1 bilhão. "Leiam minha delação e vejam para onde mandei o dinheiro", disse.

Ele disse que, nos 16 meses que passou preso, conversou com a família e decidiu colaborar "por uma questão de consciência".

"Que isso sirva de exemplo do que acontece de podre nos bastidores da política. E acontecem até hoje. Estive preso com várias autoridades do atual governo e eles me relataram o que acontece", disse.

Silval contou que contratou o Instituto Mark – pertencente ao irmão do prefeito Emanuel Pinheiro - várias vezes desde 2010, e que indicou a prefeitos e várias campanhas de aliados. "Toda campanha se declara um terço e o resto é caixa dois", disse.

Mas disse que as imagens em que Emanuel aparece pegando dinheiro e colocando no paletó não eram de pagamento de pesquisa – mas de “extorsão”.

"As imagens não têm a ver com pesquisa. Nem sei se Popó tinha a receber. As imagens eram do acordo de extorsão", afirmou Silval.

PROPINA

Em depoimento à CPI do Paletó, na Câmara de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa refutou a tese da defesa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), segundo a qual o dinheiro que ele aparece recebendo em vídeo entregue à Procuradoria Geral da República seria pagamento de pesquisas eleitorais realizadas por seu irmão, o Instituto Mark .

"Possibilidade nenhuma", disse Silval. O ex-governador disse inclusive que que não se lembra de Emanuel cobrar dívidas do Instituto Mark.

Ele disse não ter conhecimento de pesquisas que não foram pagas. "Instituto de pesquisa quer receber antecipado pra soltar equipe em campo. Dificilmente fica pra depois", explicou.

Ele confirmou novamente que Emanuel o cobrou pessoalmente. "Quando atrasado, Emanuel chegou a falar comigo sobre os pagamentos", disse. Silval reafirmou que a extorsão era "coletiva", a partir do momento em que os pagamentos aos deputados atrasavam.

O vereador Toninho de Souza perguntou se a propina interferiu na conclusão ou qualidade das obras da Copa. "Com certeza", disse Silval. Ele citou as obras que dependiam de convênio com o Dnit e paralisaram por falta de repasse, que só veio depois de propina de R$ 2 milhões. Segundo ele, dois diretores da Caixa Econômica também exigiram retorno para liberar os recursos.

Ele negou ter sido procurado por Emanuel ou emissário para obstruir a delação.

Silval disse também que o ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanatta, foi indicado ao cargo pelo PMDB e PR, com apoio de Wellington Fagundes. "Mas foi uma indicação mais partidária", disse.

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