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Variedades Sexta-feira, 03 de Agosto de 2018, 00:00 - A | A

03 de Agosto de 2018, 00h:00 - A | A

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Alvo certo

Carta Z - Fotos: divulgação/TV Globo



POR CAROLINE BORGES
TV PRESS

Enquanto muitos atores almejam ter um vilão no currículo, João Baldasserini parece ter nascido para viver antagonistas. Apesar da cara de bom moço e do jeito leve, o ator volta ao universo de armações e maldades na pele do egoísta Emílio da novíssima “O Tempo Não Para”. O personagem chega na esteira de dois tipos que, não apenas promoveram seu encontro com o carinho do público, mas trouxeram prestígio interno na Globo: o mimado Beto de “Haja Coração”, de 2016, e o oportunista Agnaldo de “Pega Pega”, exibida no ano passado. Em comum, os três papéis têm a leveza e a caricatura da faixa das sete. “Acho que tenho cara de mau”, brinca o ator que comemora o novo personagem. “A verdade é que é um privilégio poder fazer personagens tão ricos em tão pouco tempo. Minha maior dificuldade é cravar as diferenças entre eles e, sobretudo, não me repetir em cena”, garante. Segundo o ator, Emílio se diferencia por ser um tipo mais focado. Sem laços familiares ou histórias de amor, o personagem é totalmente moldado por sua sede de se tornar rico e poderoso. “Emílio acorda já pensando no que pode fazer para passar a perna em todos e se dar bem. O propósito dele é bem definido”, resume.
É exatamente a ambição do personagem que o aproxima do núcleo central de “O Tempo Não Para”. Sócio majoritário de um escritório de advocacia, Emílio vê na história das pessoas que foram congeladas no final do Século XIX e acordaram em pleno ano de 2018 uma forma de meter a mão em uma fortuna que estava perdida. De olho nas terras que supostamente pertencem a Dom Sabino, de Edson Celulari, ele acaba jogando todo seu charme para a filha do aristocrata, a destemida Marocas, mocinha de Juliana Paiva. Porém, a donzela já está completamente encantada pelo humanista Samuca, de Nicolas Prattes. “As coisas não vão ser fáceis para o Emílio. Ele vai fazer de tudo para tirar o Samuca da jogada e desfazer o triângulo amoroso. No fim, é tudo interesse. Ele não ama ninguém”, aponta. Além do investimento na protagonista, o personagem ainda se envolve com duas colegas de trabalho, a igualmente ambiciosa Mariacarla e a batalhadora Vanda, personagens de Regiane Alves e Lucy Ramos. “Emílio não assume nenhuma relação. Ele é incapaz de ter tanto envolvimento”, destaca.
O convite para “O Tempo Não Para” surgiu quando João ainda estava comprometido com o final das gravações de “Pega Pega”, no início de 2018. Com pouco tempo para desvendar o cotidiano de um grande escritório, João buscou referências em amigos advogados. A ideia era pegar trejeitos, vocabulário e ideias de figurino e caracterização. Na sequência, todo o núcleo ligado ao Direito fez leituras de texto e vários ensaios em grupo. “Esse núcleo precisava da sintonia de trabalho. Foi um período bacana e ideal para o elenco ganhasse mais segurança em cena. A gente não queria soar didático”, explica. Em estúdio desde o início de junho, o ator se empolga com o estilo mais artesanal do diretor Leonardo Nogueira e realismo do texto assinado por Mário Teixeira. “Tenho feito novelas com equipes muito diferentes. É sempre bom reencontrar velhos amigos, mas adoro fazer novas conexões e experimentar outros estilos de trabalho”, valoriza.
A televisão entrou na vida de João de forma tímida. A estreia foi como o motoqueiro Túlio, na conturbada “Tempos Modernos”, de 2010. A novela não decolou, mas valeu como experiência para o ator. “Eu não sabia nem como me portar dentro do estúdio, mas gostei bastante de como as coisas acontecem em outra velocidade na televisão. Continuei insistindo nos testes”, lembra. Depois de pequenas participações em produções como o “remake” de “O Astro” e a elogiada minissérie “Felizes Para Sempre?, o nome de João começou a se destacar entre os autores e diretores da Globo, que o escalaram para papéis importantes em “A Regra do Jogo” e, sobretudo, “Haja Coração”. “Hoje vivo o momento que sempre sonhei para minha carreira. Os personagens que aparecem estão em total sintonia com o que eu quero falar no momento e ainda ganho para isso”, comemora o ator paulista de 34 anos.

“O Tempo Não Para” – Globo - de segunda a sábado, às 19h30.

No caminho

Acostumado ao cotidiano de testes, recusas para personagens e contratos por obra, João Baldasserini ainda se surpreende com a guinada que aconteceu em sua vida profissional nos últimos anos. O ponto de partida foi sua participação na contundente “Felizes Para Sempre?”, minissérie de 2015. “Acho que foi quando os diretores e autores começaram a me olhar de um jeito diferente”, acredita.
Em seguida, João foi escalado para um dos personagens principais de “Haja Coração”. Na pele de Beto, o vilão apaixonado por Tancinha, de Mariana Ximenes, ganhou a torcida de parte do público mesmo cometendo atrocidades para separar a personagem de Apolo, de Malvino Salvador. Por conta deste trabalho, assinou um contrato de prazo longo com a Globo e passou a ser escalado para novelas sem a necessidade de testes. “Não tenho nada contra testes, mas é claro que é bacana saber que as pessoas confiam no meu trabalho e sabem que vou dar conta do personagem”, empolga-se.

Instantâneas

# João foi criado na pequena Indaiatuba, interior de São Paulo. Foi lá que ele teve sua primeira experiência com as artes cênicas.

# Aos 20 anos, mudou-se para São Paulo, onde estudou na conceituada Escola de Arte Dramática da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Paralelamente, curso Cinema no Studio Fátima Toledo.

# A estreia do ator na sétima arte foi em “Linha de Passe”, de 2008, premiado filme de Walter Salles e Daniela Thomas.

# João teve de disputar o papel de Beto em “Haja Coração” com os atores Caio Castro e Maurício Destri.

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