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Variedades Sexta-feira, 24 de Junho de 2016, 00:00 - A | A

24 de Junho de 2016, 00h:00 - A | A

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Primeiras vezes

CARTA Z NOTÍCIAS



      "Escrava Mãe" é um divisor de águas na carreira de Gabriela Moreyra. Na trama de época da Record, a atriz interpreta a sua primeira protagonista, após seis novelas na emissora. Empolgada com o novo posto, que chegou às vésperas da atriz completar 29 anos, ela garante que o caminho não foi fácil. Para a história de Gustavo Reiz, Gabriela fez teste ao lado de 40 atrizes. "Fazer uma protagonista é intenso, arrebatador, você vive para isso. É como se você abdicasse de você por alguns meses", define. Sua personagem, Juliana, é uma filha de escravos que é adotada e criada na Casa Grande. Por isso, sofre preconceitos tanto dentro da própria casa quanto dos escravos em geral, por ter mais regalias que eles. "É complexo contar essa história. Apesar de ser parte fictícia, conta o nosso passado e de onde viemos", argumenta.

      Para ela, estar à frente do folhetim é uma chance de recontar a história do Brasil e também de clamar por tempos mais justos e livres de preconceito. "A novela é um exercício de questionamento. Ela provoca os valores, as condições e o que é ter liberdade", explica. Os exercícios de preparação feitos por Gabriela para estar em "Escrava Mãe" foram intensos. Além de "workshops" com o preparador Roberto Bomtempo, ela também se inspirou em filmes como "12 Anos de Escravidão", viu as duas versões teledramatúrgicas de "Escrava Isaura" e também leu o romance de Bernardo Guimarães. "Acho que todas as referências são benéficas para o meu trabalho", avalia.

      Além do posto de protagonista, Gabriela contou com outros elementos novos para o folhetim da Record. Pela primeira vez na história recente da emissora, a novela foi gravada fora do RecNov – complexo de estúdios localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Toda produzida em Paulínia, no interior de São Paulo, sob a tutela da produtora Casablanca, os previstos 130 capítulos de "Escrava Mãe" foram gravados há quase um ano. "Senti falta dos estúdios, mas acho que a experiência foi válida", conta ela, que passou sete meses na cidade interiorana. Além disso, gravar toda história antes de sua estreia também foi uma novidade, tanto para Gabriela como para a Record. "Foi difícil gravar sem o retorno do público porque foi a primeira vez. Talvez, se tiver de fazer uma coisa parecida novamente, não fique tão nervosa. Mas foi a primeira vez de muitas coisas e tudo que é novidade dá medo mesmo", reflete.

      Natural do Rio de Janeiro, Gabriela começou a carreira nos palcos. Dançarina, ela vivia nas cochias das peças teatrais e foi se apaixonando pela Arte. Isso, no entanto, não impediu que ela tentasse seguir um caminho mais ortodoxo. "Cursei a faculdade de Publicidade até o 4º período", relembra, dizendo que tratava o curso como um "plano B" da carreira. Ela também trabalhava como modelo, o que a acabou levando para seu primeiro teste para a tevê, em "Bicho do Mato", exibida pela Record em 2006. "Fui sem nenhuma expectativa e acabei passando. Desde lá, me apaixonei por isso, fui ganhando intimidade com a câmera e descobri que era isso que eu queria para o resto da minha vida", completa ela, que também esteve em novelas como "Caminhos do Coração", "Vidas em Jogo", "Balacobaco" e "Pecado Mortal".

 

Por dentro da obra

      A história de Juliana, personagem de Gabriela Moreyra, vai passar por uma grande reviravolta em "Escrava Mãe". Nos primeiros momentos da novela, Juliana sofre preconceito dentro da Casa Grande por ciúme da sinhá Maria Isabel, interpretada por Thaís Ferzosa. No início acanhada, Juliana vai ganhando contornos de heroína conforme o andamento do folhetim. Para Gabriela, a personagem muda de postura quando percebe que, apesar do tratamento diferenciado, ela também é uma escrava. "Ela é uma menina que está em fase de transição. Tem muita garra e força, mas é muito doce e cuida muito das pessoas. A vida dela tem uma grande mudança quando ela se enxerga como escrava, ela começa a questionar a vida, o passado e as pessoas", antecipa. Ainda segundo ela, mais uma transição acontece quando ela começa a se relacionar com Miguel, personagem do português Pedro Carvalho. "Ali ela descobre o amor e tudo que vem com ele", filosofa.

 

Instantâneas

# Gabriela conta que sofreu quando as gravações de "Escrava Mãe" terminaram. "Chorei muito. É uma despedida dos amigos, cenários, cotidiano. É bem louco voltar para si mesmo", afirma.

# Apesar de ser considerar negra, Gabriela conta que não gosta de "levantar bandeiras".

# "Escrava Mãe" substituiria "Os Dez Mandamentos", em 2015. Mas foi adiada quatro vezes por questões comerciais e acabou reinaugurando o segundo horário de novelas da Record.

# Apesar de gostar de estar no ar, independentemente do produto, Gabriela confirma sua predileção por tramas de época. "Amo os desafios que a época proporciona", garante.

 

"Escrava Mãe"  – Record – De segunda a sexta, às 19:30 h.

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