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Variedades Sexta-feira, 06 de Abril de 2018, 00:00 - A | A

06 de Abril de 2018, 00h:00 - A | A

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PROJETO VELHOS CAEM DO C



A Pequena Companhia de Teatro, de São Luís do Maranhão, fará circulação pela região centro-oeste do País com o projeto “Velhos caem do céu como canivetes”. Selecionada no Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2017/2018, a companhia maranhense apresentará espetáculos, realizará oficinas, promoverá debates e intercâmbios nas cidades de Alta Floresta/MT, Primavera do Leste/MT, Campo Grande/MS e Dourados/MS durante todo o mês de abril de 2018.

A proposta é ocupar uma cidade por semana com várias atividades, todas gratuitas. Durante a ocupação será apresentado o espetáculo teatral “Velhos caem do céu como canivetes”, com dramaturgia e encenação de Marcelo Flecha, inspirada na obra “Un señor muy viejo com unas alas enormes”, de Gabriel García Márquez, com os atores Cláudio Marconcine e Jorge Choairy. Todas as apresentações contarão com tradução simultânea em Libras e audiodescrição e após cada apresentação a realização de um debate com o público para estimular a experiência, levantar questionamentos, discussões e análises da encenação; uma prática comum da Pequena Companhia de Teatro.

A oficina “O quadro de antagônicos como instrumento de treinamento para o ator”, ministrada pelo encenador da companhia, Marcelo Flecha, é outra atividade oferecida pela ocupação. O Quadro de Antagônicos é um instrumento de treinamento criado pela Pequena Companhia de Teatro para a construção de dramaturgia a partir do ator. A pesquisa desse instrumento vem se desenvolvendo durante os últimos quinze anos e foi aplicada em todos os espetáculos produzidos pela Pequena Companhia de Teatro.

 

O intercâmbio acontecerá com um grupo teatral de cada cidade contemplada no projeto. O grupo ou companhia que fará o intercâmbio acompanhará todas as atividades do projeto de ocupação. O encontro acontecerá durante toda a semana de estada na cidade, e o grupo convidado participará de um fórum permanente de reflexão, onde acompanhará todo o processo da Pequena Companhia de Teatro, envolvendo, não só os encontros para discussões de procedimentos metodológicos, como a montagem e desmontagem do cenário, a preparação do elenco, as rotinas de apresentação, ensaios, a participação nas oficinas e nos debates, além da visita técnica dos membros da Pequena Companhia à sede do grupo possibilitando uma troca efetiva de experiências.

 

Como parte de uma ação que visa a "formação de plateia" a Pequena Companhia de Teatro realizará encontros em uma escola da rede pública estadual. Um primeiro encontro entre a produção do projeto e os professores de artes, língua portuguesa, língua espanhola e história e um segundo encontro entre 50 alunos da escola da rede estadual com os atores e o diretor/autor do espetáculo. A ideia é que haja troca de informações sobre o processo, distribuição de ingressos para os participantes e uma abordagem pedagógica para compreensão e fruição de uma obra teatral, sugerindo possíveis caminhos para o entendimento da obra. Todos os encontros serão gravados e disponibilizados em vídeo na internet.

SOBRE O ESPETÁCULO:

O espetáculo “Velhos caem do céu como canivetes” apresenta uma dramaturgia que aborda a dificuldade humana em lidar com as diferenças, utilizando em seu escopo, temas como miséria, exílio e fé. O ponto de partida para essa dramaturgia é o conto de Gabriel García Márquez, “Um Señor muy Viejo con unas Alas Enormes”. A narrativa apresenta duas personagens em permanente exercício dialético.

Um ser alado que cai no quintal de um ser humano. É a partir dessa premissa que a narrativa se desenvolve. O ser humano, um catador de lixo que tenta sobreviver à miséria que assola sua família, vê sua rotina mudar com a queda de um ser alado em seu quintal. O espanto inicial dá lugar à necessidade de identificar o estranho ser, gerando um permanente questionamento quanto à definição do ser alado. Seria um anjo? Um frango? Um delírio provocado pela fome? É nessa teia que o espectador é convidado a se equilibrar, enquanto os dois seres se digladiam em um intenso confronto dialético. O exílio forçoso de um, e a miséria do outro, pontuam a trama, que apresenta um cenário pós-apocalíptico permeado de desesperança. Um ser alado e um ser humano, no abismo de suas percepções, preconceitos, medos e dúvidas.

 

Com dramaturgia e encenação de Marcelo Flecha, o espetáculo tem Cláudio Marconcine no papel do Ser Humano e Jorge Choairy no papel do Ser Alado. A encenação utiliza na sua montagem a metodologia desenvolvida pela companhia durante a última década, sistematizada no instrumento denominado Quadro de Antagônicos. É o treinamento, através desse instrumento, que indica os caminhos da dramaturgia e encenação, partindo da oposição física como fundamento para o desenvolvimento do repertório gestual do ator e a construção final das personagens. “Nós compreendemos o teatro como a arte do ator. Assim, a encenação aqui proposta desenvolve seu trabalho tendo o ator como centro gerador de linguagem”, diz o diretor Marcelo Flecha.

 

O projeto de montagem deste espetáculo foi contemplado em 2012 no Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz. Estreou em outubro de 2013 na sede da Pequena Companhia de Teatro, em São Luís, Maranhão; e sua temporada de estreia circulou pelo interior do estado, nos municípios de Imperatriz, Balsas, Caxias e Fortaleza dos Nogueiras, totalizando 15 apresentações, todas com entrada franca. Com o Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz de Teatro 2013, para manutenção de coletivos teatrais, o espetáculo se apresentou outras 13 vezes na sede da Pequena Companhia de Teatro. Vencedor do V Prêmio SATED – MA de Artes Cênicas nas categorias de Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Ator (Jorge Choairy), teve ainda a indicação para as categorias de Melhor Ator (Cláudio Marconcine), Melhor Iluminação e Melhor Cenário. Participou da 8ª Aldeia SESC Guajajara de Artes, da IX Semana do Teatro no Maranhão e da Conexão Teatro, em São Luís/MA, da Semana de Artes de Balsas/MA, do 21° Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga/CE e do 9º FENTEPIRA – Festival Nacional de Teatro de Piracicaba/SP.  Em 2017 o espetáculo foi convidado para participar do Projeto Boca de Cena – Mostra Sul-Mato-Grossense de Teatro e Circo pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, além de ser atividade principal do projeto Teatralidades: A Pequena Companhia de Teatro Ocupa Fortaleza completado pelo Programa de Patrocínios Banco do Nordeste - Edital de Seleção Pública de Projetos Culturais 2016/2018.

 

 

INDICAÇÃO

TEMA: Adulto

CLASSIFICAÇÃO: Livre

RECOMENDAÇÃO: 12 anos

EM ALTA FLORESTA:

 

Oficina “O quadro de antagônicos como instrumento de treinamento para o ator”

Dias 02, 03 e 04 de abril (segunda, terça e quarta)

Local: Espaço Cultural TEAF

Hora: 18h às 22h

Vagas: 20 atores e alunos de teatro.

Formação gratuita

Espetáculo “Velhos caem do céu como canivetes”

Dias 05, 06 e 07 de abril (quinta, sexta e sábado)

Local: Espaço Cultural TEAF

Endereço: Perimetral Rogério Silva, 3747 - Setor Industrial

Hora: 19h30

Retirada dos ingressos uma hora antes na bilheteria do teatro

Entrada franca

Fórum Permanente de Reflexão (intercâmbio com grupo local) - Teatro Experimental de Alta Floresta

O Teatro Experimental de Alta Floresta (TEAF) fundado em 1988 é reconhecido como utilidade pública em nível Municipal e Estadual e atualmente é Ponto de Cultura.

Já produziu mais de 35 espetáculos e atualmente estão no seu repertório: “concreto CONTRA-FLECHA” (2016), dramaturgia de Lúcio Pessôa e direção de Eduardo Machado; “A Santa Joana dos Matadouros” (2012), texto de Bertolt Brecht, direção de Zé Regino,; “Dom Quixote” (2008), texto de Antônio José da Silva (O Judeu), adaptado por Horácio Manuel, que também dirigiu o espetáculo, por meio do projeto Intercâmbio Brasil/Portugal; “Auto da Paz” e “Água Água”, ambas com texto e direção assinados por membro do grupo e discute a cultura da paz e a importância da preservação ambiental, respectivamente.

Desde sua fundação o TEAF tem participado de discussões, debates e ações da política teatral no Estado e fora dele e de vários festivais, mostras e encontros de teatro realizados nas décadas de 1990 e 2000.

Desenvolveu entre os anos de 2009 a 2013 trabalho com crianças e adolescentes na formação de jovens mobilizadores sociais a partir do teatro no Bairro Vila Nova através das atividades do Ponto de Cultura.

Em 2016, realizou circulação do espetáculo Dom Quixote também pela BR Distribuidora de Cultura 2015/2016 nas cidades de Recife e Petrolina/PE; Circulou com o mesmo espetáculo pelo interior do Mato Grosso através do projeto Quixoteando contemplado pelo Prêmio Circula MT. Ainda naquele ano manteve a programação do Espaço Cultural TEAF através do prêmio Territórios Culturais da SEC/MT, realizando uma série de cursos e oficinas em sua sede, dentro do seu programa de formação, atendendo jovens da cidade de Alta Floresta além de promover diversos eventos culturais.

Em 2017, estreou o espetáculo ‘concreto CONTRA-FLECHA’ contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2015, e também ‘Todo mês Sangra’. Além disso, voltou a ser contemplado com o projeto de Ponto de Cultura e Manutenção de Programação do Espaço Cultural TEAF, cujas ações começaram a ser desenvolvidas no segundo semestre de 2017.

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