por Luana Borges
TV Press
A trajetória de Bruno Cabrerizo é, no mínimo, inusitada. Antes de se tornar ator, ele foi jogador de futebol de 1994 a 2009. No último ano de carreira, morou na Itália, ganhou a cidadania, começou a estudar teatro. Aos poucos, conseguiu conquistar um espaço na televisão como apresentador. Acumulou algumas experiências em produções italianas, até que se mudou para Portugal, onde estreou em sua primeira novela, “A Única Mulher”, em 2015. Só no fim de 2017 é que Bruno trabalhou como ator pela primeira vez no Brasil, ao protagonizar “Tempo de Amar”. Atualmente, em sua segunda experiência em tramas brasileiras na pele de Hussein, em “Órfãos da Terra”, o ator se divide entre o Brasil e a Itália, onde moram seus filhos e tem residência fixa. “Quando termino um trabalho aqui, eu volto para lá. A gente termina de gravar a novela mais ou menos daqui a um mês, aí eu já compro a passagem e volto. Só fico aqui realmente enquanto estou trabalhando”, explica.
Bruno ficou quase dois meses sem gravar a novela. Desde que seu personagem retornou à história, uma nova história de amor começou a surgir entre Hussein e Helena, papel de Carol Castro. Paralelamente, fora dos estúdios, os atores começaram a “ensaiar” um romance também. Mas, por enquanto, Bruno prefere não criar rótulos e nem expectativas. “A gente está se conhecendo. Eu tenho carinho enorme por ela, total respeito pela pessoa e pela atriz é”, despista ele, que trabalhou com Carol no filme “O Garoto”, em maio. “Quando soube que havia essa possibilidade de contracenarmos na novela, a gente até trocou mensagem porque foi engraçada essa coincidência. Nossa parceria tem dado certo”, observa.
P – Tempos depois da morte de Soraya (Letícia Sabatella), Hussein se apaixona por Helena (Carol Castro). Como você avalia essa nova trajetória do seu personagem?
R – Ele sofreu muito com a morte de Soraya. Sofria antes porque era apaixonado por ela, mas não dizia nada, e a via sofrendo nas mãos do Aziz (Herson Capri). Agora, ele volta para a história e conhece Helena, uma mulher muito forte, e que também sofreu muito.
P – Você voltou a gravar “Órfãos da Terra” depois de ficar alguns meses distante. Já sabia que seu personagem voltaria à história?
R – Eu sabia desde o início. A sinopse já previa a volta dele. O que não estava previsto era essa volta antecipada. Bem antecipada, aliás. Graças ao público que pediu, que reclamou nos grupos de discussão. Voltei e fiquei muito feliz. O Hussein voltou com boas novas, ajudando o primo, Fauze (Kaysar Dadour), a se salvar das garras da Dalila (Alice Wegmann). Foi muito interessante essa volta para mim. Como ator, foi muito legal.
P – Você continuou assistindo à novela durante o período em que não estava gravando?
R – Eu assistia pelo GloboPlay, principalmente para manter a minha prosódia treinada. Porque a gente fez uma preparação no início da novela e tive medo que esse intervalo me complicasse depois, na hora de voltar. Parece simples, mas as palavras em árabe, misturadas com algumas coisas que a gente concordou desde o início – como a pronúncia dos “erres” e dos “esses”, evitando o “carioquês” - precisam ser praticadas. Eu fiquei com medo de perder essa prática, durante esse meu período na Itália. Mas deu tudo certo. Eu tenho um bom ouvido também. Assisti a alguns capítulos. Depois, na hora de voltar, eu passei a ver os colegas no núcleo árabe, para poder pegar pelo ouvido.
P – Essa parte da pronúncia em árabe é a mais difícil?
R – É gostoso de ouvir, mas é difícil falar que você não tem ideia! Eu fico ouvindo os áudios antes de entrar em cena que nem um louco. Nós temos o Mamede Jarouche, que é consultor das autoras Thelma Guedes e da Duca Rachid. Coitado! Eu fico alugo ele, mando mensagens, às vezes, à meia-noite. Só que ele é um querido, responde sempre com um sorriso no rosto. Me manda os áudios com a pronúncia correta e eu fico ouvindo e ouvindo. É bem difícil.
P – Quais são seus planos para depois da novela?
R – Eu tenho uma peça para fazer, que deve estrear em janeiro. Depois, tenho de aguardar o que a Globo vai ter para mim. Eu sei que estou reservado ou pré-reservado para alguma coisa, mas não sei o que é. Acho que não tem nada certo. O que tem de certo por enquanto é a peça.
“Órfãos da Terra” - Globo - De segunda a sábado, às 18h20.