Assessoria/ Sebrae
No silêncio acolhedor de uma livraria em Alta Floresta, o aroma do café se mistura ao cheiro de papel novo. Os clientes, entre uma página e outra, degustam a bebida mais consumida do Brasil, sem imaginar que cada xícara carrega muito mais que sabor, carrega também histórias de resistência, inovação e futuro.
Para se ter ideia, somente em Alta Floresta a colheita celebrou em 2024 mais de 90 mil quilos de café, fruto direto de investimentos em tecnologia, assistência técnica e da coragem de quem insiste em plantar sonhos mesmo em terrenos antes improváveis. Essa conquista faz parte de um avanço mais amplo, onde posiciona Mato Grosso como um grande produtor cafeeiro.
No dia 24 de maio, em que se celebra o Dia Nacional do Café, Mato Grosso se destaca entre os 10 maiores produtores de café do Brasil, com uma estimativa de 270,9 mil sacas para a safra 2024/25. Um feito notável para um estado que, até então, era mais associado às monoculturas de soja e milho.
Para se ter ideia, somente em Alta Floresta a colheita celebrou em 2024 mais de 90 mil quilos de café, fruto direto de investimentos em tecnologia, assistência técnica e da coragem de quem insiste em plantar sonhos mesmo em terrenos antes improváveis. Essa conquista faz parte de um avanço mais amplo, onde posiciona Mato Grosso como um grande produtor cafeeiro.
O setor que vai para além da produção, desenvolve outros segmentos, como a comercialização do produto e desenvolve o setor gastronômico, seja por meio de locais como cafeterias, ou por experiências turísticas com o turismo rural. E assim, aos poucos, o café mato-grossense ganha protagonismo não só em volume, mas em qualidade, autenticidade e práticas sustentáveis.
O café tem se mostrado uma poderosa ferramenta de desenvolvimento social e econômico. Ao integrar produção agrícola com cultura, turismo e consumo consciente, ele ajuda a construir pontes entre regiões, entre pessoas, entre saberes.
Da roça ao palco da FIT
Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), nos últimos anos, tem crescido o interesse do brasileiro pelo café produzido no país, com o sabor e a história de seu próprio território. O avanço se dá principalmente entre os pequenos produtores, que apostam em nichos, no cultivo agroecológico e na valorização das origens.
foto/ Sebrae

Os cafeicultores Osvaldo e Ana Rossi durante a Fit Pantanal de 2024
Entre as vozes que conduzem essa mudança está a do casal Osvaldo e Ana Rossi, da Associação Comunitária Rural Sol Nascente (ACRSN). Em 2024, eles participaram da FIT Pantanal, em Cuiabá, no stand de Alta Floresta em um espaço harmonioso, com a combinação entre o aroma e o sabor, carregado de verdade. Levaram à feira o café colhido pelos produtores associados do Café Congens, e ali, diante de desconhecidos, contaram sua história — xícara por xícara.
“Foi emocionante ver as pessoas elogiando nosso café. Durante o dia, recebíamos visitas no espaço da FIT para degustação, e à noite, na Feira Estadual da Agricultura Familiar e Turismo Rural de Mato Grosso, vendíamos o produto. Foi como abrir as portas da nossa história”, conta Osvaldo, com orgulho.
O sucesso foi tanto que, em 2025, o casal já prepara uma nova participação, com mais grãos selecionados e ideias renovadas. Esta ano a Associação investiu em equipamento completo onde todo o processo de descascar, torrar, moer e embalar o café é realizado de forma automática, resultando numa maior capacidade e agilidade.
Turismo que nasce do café
Outra experiência que traduz esse novo momento é a da Chácara Pedra do Índio, também em Alta Floresta. Sob os cuidados de Seu Adeildo Toninho, a propriedade oferece visitas guiadas entre abril e julho, em plena colheita, com direito a caminhada pelo cafezal, apresentação de técnicas agroecológicas, visita à estufa e ao biodigestor, onde o gás metano e fertilizante orgânico são produzidos.
Toninho também participou da FIT Pantanal em 2024, uma experiência que surpreendeu, “o nosso café foi bem classificado e elogiado na feira e isso é resultado de uma produção orgânica”, celebra. O passeio pela chácara termina sob as sombras de um buritizal, com café moído na hora e servido ao lado de quitutes produzidos ali mesmo.
FIT Pantanal: quando o turismo encontra a origem
A Feira Internacional do Turismo do Pantanal (FIT), que ocorrerá de 5 a 8 de junho de 2025 em Cuiabá, se consolida como um palco de visibilidade para a agricultura familiar e o turismo de vivência. Paralelamente, a Expofit, realizada no Pavilhão das Nações, reúne produtores, artesãos e comunidades em um ambiente vibrante de trocas, negócios e cultura.
Para o diretor Técnico do Sebrae/MT, André Luiz Schelini, o trabalho realizado pelo Sebrae em parceria com outras instituições tem sido essencial para capacitar produtores, abrir mercados e transformar pequenos negócios em grandes histórias. Ele ressalta que a FIT é uma vitrine estratégica para os empreendedores. “A FIT Pantanal não é apenas uma feira, é um palco de valorização do que temos de mais autêntico. Quando um produtor rural leva seu café para um evento como esse, ele está levando sua história, seu território e sua identidade. É assim que transformamos produtos locais em experiências culturais, gastronômicas e econômicas de alto impacto, a exemplo da parceria com a Seaf para promovermos o polo do café em Colniza”, diz.
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