Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025

Artigo Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025, 08:38 - A | A

17 de Novembro de 2025, 08h:38 - A | A

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Medo de impotência afasta homens do diagnóstico de câncer de próstata

Há homens que ainda acreditam que o simples fato de tratar o câncer de próstata causa impotência



 CARLOS ABURAD 

Mesmo com todos os avanços tecnológicos e campanhas do Novembro Azul, o medo masculino da disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, ainda é uma das barreiras da prevenção do câncer de próstata. Há homens que deixam de realizar exames simples e seguros por receio de que um possível tratamento possa comprometer sua vida sexual.

Esse tabu, porém, precisa ser quebrado — especialmente porque a tecnologia e o diagnóstico precoce estão transformando a realidade da doença no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país deve registrar mais de 71 mil novos casos de câncer de próstata em 2025.

É o tipo de câncer mais comum entre homens, atrás apenas do de pele não melanoma. O mais preocupante é que muitos diagnósticos ainda ocorrem em estágios avançados, quando as chances de cura diminuem e os efeitos adversos do tratamento, como a disfunção erétil, se tornam mais frequentes.

O primeiro passo para vencer o câncer de próstata é o diagnóstico. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maior a chance de se optar por abordagens cirúrgicas ou terapêuticas que preservam os nervos e vasos responsáveis pela ereção e pela continência urinária. Há homens que ainda acreditam que o simples fato de tratar o câncer de próstata causa impotência. Isso é um mito.

Primeiro passo para vencer o câncer de próstata é o diagnóstico

A próstata não é responsável pela ereção, e sim pela produção de um líquido que compõe o sêmen, nutrindo e protegendo os espermatozoides. O risco de disfunção erétil surge apenas quando o tumor está avançado e o tratamento precisa envolver regiões próximas aos nervos eretores.

Nos casos diagnosticados precocemente, os avanços tecnológicos — como a cirurgia robótica — possibilitam intervenções precisas e minimamente invasivas, com menor trauma cirúrgico, alta hospitalar rápida e boa recuperação da função sexual e urinária. Fatores como histórico familiar, obesidade, tabagismo e sedentarismo aumentam o risco.

Por isso, é fundamental realizar o acompanhamento com urologista e exames laboratoriais a partir dos 40 anos para quem tem histórico familiar e dos 50 anos para os demais casos. A mensagem mais importante do Novembro Azul é simples: o diagnóstico precoce salva vidas e preserva a virilidade. Quando a doença é descoberta nas fases iniciais, as chances de cura ultrapassam 90%. Além disso, o tratamento é mais curto, menos invasivo e muito mais seguro. A melhor forma de cuidar da saúde masculina é vencer o silêncio.

 CARLOS ABURAD é médico patologista

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