A renovação política é absolutamente saudável para o processo democrático e para as transformações sociais. Principalmente quando a mudança nasce dos anseios das massas, através de um processo lúcido de escolha.
Às vezes a mudança resvala para o pior, mas geralmente os novos eleitos chegam ao poder com gás e mais vontade de trabalhar, que os que já estão acomodados no cargo ao longo de vários mandatos.
Nas cidades da região é comum vereadores que contabilizam 4, 5 e até 7 mandatos, que transformaram a política numa profissão e se habituaram a mamar nas tetas públicas feitos bezerros que se recusam a serem desmamados.
Os políticos que se encontram neste estágio argumentam que permanecem no cargo porque são eleitos de forma legitima pelo voto. Até aí tudo bem. A constitucionalidade deste tipo de mandato não está em discussão. O processo é legítimo. Mas nem tudo que é constitucional é moral.
Todavia, esses veteranos dos parlamentos municipais se transformaram em uma espécie de mito político, de figurinhas carimbadas. Mas na verdade são poucos produtivos, acomodados no mandato, verdadeiros estrategistas, que, como ninguém, conhecem todas as artimanhas da relação perniciosa e promíscua dos bastidores do poder.
Esses políticos se transformam em espécie de trava que impede o crescimento das cidades. Definem uma linha de atuação com base em práticas de favores para o cidadão mais carente. Alguns se especializam e se transforam em profundos conhecedores da Previdência Social.
Outro se especializam mesmo em mentiras, em falácias, para enganar e ludibriar a população. Um exemplo para ilustrar é um determinado vereador de Alta Floresta, que é uma espécie de escória social. Fica tirando fotos nas obras realizadas pela prefeitura, para faturar politicamente e obter dividendo daquilo que ele não fez. Pois não faz nada além de exercer uma política de embustes, lorotas e mendacidades.
Como são profissionais da política e não precisam trabalhar (as benesses são plurais e abundantes para esta categoria) levam vantagens sobre os demais candidatos nos pleitos eleitorais. O que impede que candidatos novos se elejam e possam mudar o perfil e o ritmo nos trabalhos legislativos, promovendo mudanças, avanços e conquistas para a coletividade.
O ideal para o vereador é permanecer na Câmara por dois mandatos consecutivos. Pois o cargo é uma espécie de estágio, em que os que são aprovados estão habilitados a pleitear candidaturas de níveis mais elevados, como prefeito e deputado.
No processo político, a renovação é importante porque significa mudança e o surgimento de liderança. Neste sentido em Alta Floresta, tivemos a ex-prefeita Maria Izaura, que jogou por terra o mito Romoaldo Júnior, cuja supremacia política era tida como insuperável.
Agora, na eleição deste ano, o prefeito Asiel Bezerra quebrou o ciclo de Maria Izaura. Tanto ela como Romoaldo já deram suas parcelas de contribuição ao município e são políticos que estão em seus crepúsculos, no final de carreira, páginas viradas.
Os políticos veteranos se transformam em uma espécie de mito, de figurinhas carimbadas. Mas são poucos produtivos e acomodados no mandato
Asiel agora se consolidou como a liderança do momento. Fortalecido pelas urnas e com grande prestígio com a população, tem todas as condições de fazer um grande mandato e corresponder com as expectativas dos eleitores.
E assim, a caravana passa e os cães ladram...
Como o sistema favorece os políticos profissionais e aqueles que estão no exercício de cargos eletivos, cabe ao eleitor ter consciência e sabedoria para priorizar sua escolha. Na hora de votar, eleger pessoas que não fizeram da política uma profissão.
José Vieira do Nascimento é diretor e editor de Mato Grosso do Norte - Email: [email protected]
