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Artigo Quarta-feira, 17 de Outubro de 2018, 00:00 - A | A

17 de Outubro de 2018, 00h:00 - A | A

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Os ventos da renovação ...



José Vieira do Nascimento

Tive a oportunidade de participar das eleições 2018 como candidato a deputado Estadual. Do lado de dentro do processo, percebemos com evidente clareza, como a política é um jogo sórdido, em que prevalecem escusos interesses pessoais.  Para a maioria dos envolvidos nas campanhas eleitorais, o que interessa mesmo é o que vão lucrar. A população, o município e a coletividade são relegados a planos inferiores.

Eu decidi participar da eleição para exercer a minha cidadania, porque como todos que estão desiludidos, acredito que a política [que na verdade é um mecanismo necessário para se discutir os serviços públicos prestados à população, e as demandas que promovem os avanços sociais e econômicos] não termina nos políticos. 

Meu objetivo em ser candidato foi motivar e incentivar a cidadania. Nós, cidadãos de bens, não podemos perder a esperança e a fé da construção de uma cidade melhor. Um município melhor, com mais oportunidades para seus habitantes.

É uma experiência enriquecedora pela qual cada cidadão e cidadã deveria passar, até para entender como é movida as peças deste xadrez.

Você já parou para analisar porque, com raríssimas exceções, prefeitos e vereadores apoiam deputados no exercício do mandato ou aqueles que detém grande poderio econômico? Eu recomendo você a fazer esta reflexão...

 Faça uma pesquisa nos municípios da região e verifique quem foram os candidatos que   prefeitos e vereadores de sua cidade, apoiaram. Analise até que ponto estes apoios seriam importantes para seu município...    

Você mesmo chegará a conclusão se estavam trabalhando de forma republicana, visando as conquistas para a sociedade, ou se estavam fazendo campanha por interesses pessoais, para ganhar dinheiro, ou as famosas barganhas, também adjetivadas de toma lá, dá cá. Fica a interrogação (?)

Todavia, apesar desta ignominia, não podemos perder a esperança. Na minha campanha, encontrei muitas pessoas que deixaram de acreditar. Que se desiludiram e perderam a fé em qualquer transformação.  Nas eleições anteriores, votaram em determinados candidatos, acreditando em suas propostas, mas estas não foram cumpridas. Estão cansadas de serem enganadas. É compreensível!

Mas os ventos da renovação começaram a soprar. Os números desta eleição mostram que uma transformação está em curso. Se cerca de 40% dos eleitores compareceram às urnas, mas cancelaram o voto e outro percentual rejeitaram os dinossauros corruptos que há anos estão aí roubando e enganando o povo, é porque a sociedade não aceita este modelo político arcaico e ultrapassado.

No caso de Alta Floresta, o resultado da eleição foi o início de uma nova fase política, de uma renovação e mudanças. A derrota dos jurássicos Romoaldo Júnior e Maria Izaura, representa uma vitória para o município.

São políticos que já tiveram a oportunidade, o que tinham que fazer, já fizeram, como um pé de bananeira que já deu cacho. São obstáculos que ruíram renegados pela própria população, atraves da força do voto. O município terá a oportunidade de iniciar uma nova fase e uma nova história política.

Caiu também Pedro Satélite, outro estorvo para os municípios da região norte. Que vão todos de retro para o ostracismo da história e que lá fiquem para sempre!!

Ainda tiveram alguns que sobreviveram nesta eleição. O poder econômico prevalece em algumas situações. Mas estes personagens, símbolos da velha política corrupta e anacrônica, viraram a curva e descambam para o declínio. Não escaparão da prisão, mesmo que estejam com mandatos.  

Que a renovação continue nas eleições municipais...

Porém, cabe por parte da sociedade, a análise que assim como há o político corrupto, também há eleitores que se vendem, que trocam seu voto por dinheiro. Todo político ladrão tem um mandato concebido através de votos. Pensamos nisso!

Em Mato Grosso, a deputada estadual mais votada é filha de um ex- deputado, que saiu de cena, forçado por inúmeras condenações e envolvimento em diversos casos de desvio de dinheiro público. É controverso!

Portanto, o Mea Culpa a respeito de nossa política deve ser feito de ambas as partes: o eleitor e a classe política. Quem vota em político ladrão é conivente com as deficiências no conjunto de serviços inerentes ao atendimento à sociedade.

Sigamos em frente com a certeza que o povo se despertou de uma profunda letargia...

José Vieira do Nascimento é diretor e editor de Mato Grosso do Norte

E-mail: [email protected]

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