Há quase dois anos escrevo nesse espaço. Meu texto escrito por último deu-se aos 20 de dezembro, depois veio um período de férias e cá estou eu de retorno para falar de coisas boas, coisas tristes e de presepadas. Falando em presepadas o ano iniciou com aquelas cometidas pelos EUA e pelo Irã, ambas em solo iraquiano.
Primeiro a morte aos 03 de janeiro do general iraniano Qasem Soleimani, ordenada pelo presidente Donald Trump e em seguida, e em represália, o Irã decide atacar bases americanas instaladas no Iraque onde Soleimani foi morto. Embora eu tenha as minhas convicções e posições formadas, os dois erraram.
E, como por aqui também continuam errando e eu não vou concordar com esses erros, mesmo aqueles cometidos inocentemente, jamais por lapso e sim por falta de estratégia e no nosso caso, de cultura mesmo. Dia desses escrevi no face que não condeno os erros de conhecimento cometidos por pessoas que ocupam cargos eletivos, mas àqueles cometidos por pessoas contratadas ou nomeadas para exercerem funções (quaisquer que sejam) relacionadas à educação (ao conhecimento) são imperdoáveis.
Que princesas se transformem em bruxas voadoras talvez eu até concorde, mas transformar o grande escritor tcheco Franz Kafka em prato árabe (kafta pra quem tá chegando agora e ainda não pegou o espírito da coisa) é inadmissível, como também é inadmissível e impressionante, não “imprecionante”, que se escreva paralisar com z.
Como boa parte dos leitores, também passei pela “Caminho Suave”, um método de ensino que associava o nome à imagem, a palavra casa à imagem de uma casa, a palavra galinha à imagem de uma galinha e etc. Não sou contra. Nunca fui. Mas hoje os tempos são outros. A psicolinguística e a sociolinguística, em voga desde os anos 1950, sugerem a necessidade de envolvimento entre linguagem e sociedade, entre linguagem e mente.
Saber ler e escrever casa ou galinha associando nome à imagem simplesmente não bastam. Devemos associar contextualizando necessidade, serventia e tantas outras coisas como diria Paulo Freire, uma pedagogia que liberta e não uma pedagogia que oprima.
Portanto a necessidade de livros com um monte de palavras escritas que são códigos melhorados para o aprofundamento do aprendizado e consequentemente da formação intelectual do ser humano. Infelizmente, em alguns países os cultos (pessoas cultas, não celebrações religiosas) são taxados de subversivos, comunistas e os tolos de heróis, de mitos. Pensem nisso, neste 2020 que está começando, para que ele possa terminar um pouco melhor.