Vivemos em um tempo em que tudo precisa ser rápido: as mensagens, as respostas, o crescimento profissional, a entrega dos sonhos. Somos levados a acreditar que precisamos dar conta de tudo, sem pausa, sem falha, sem descanso. Mas já parou para pensar para onde essa pressa toda nos leva?
Situações corriqueiras escancaram o retrato da ansiedade coletiva. Filas se formam bem antes do horário de embarque, como se entrar antes no avião fizesse diferença no tempo de chegada.
Passageiros se levantam às pressas para desembarcar antes mesmo da aeronave parar, como se cada segundo fosse vital. Estamos correndo, mas por quê?
Vivemos como se estivéssemos em uma esteira. Corremos, aceleramos, transpiramos, ficamos exaustos, mas não saímos do lugar. E quanto mais aceleramos, mais sentimos que estamos ficando para trás. Isso não é produtividade, é desgaste. É ansiedade disfarçada de eficiência.
Parar virou sinônimo de fracasso. Descansar virou luxo. Respirar fundo parece perda de tempo. Mas talvez desacelerar seja justamente o que falta para a vida fazer sentido. Porque não fomos feitos para viver em modo automático.
A vida é uma caminhada, não uma corrida. E quando vivemos sempre apressados, deixamos de olhar em volta, de sentir o presente, de estar inteiros em cada momento. Quem vive com pressa, não vive.
Bruno Moreira - Publicitário e gestor de Marketing