Ilson Machado
Mato Grosso do Norte
Depois de 54 dias parados, aguardando terem suas reivindicações atendidas, profissionais IFMT - Instituto Federal de Mato Grosso - do campus de Alta Floresta, resolveram voltar a sala de aula.
O retorno aconteceu após deliberação em assembleia sindical do campus, realizada na quarta-feira 29/05, quando ficou decidido o fim da paralisação.
Victor Pedra, Professor de Língua Inglesa, Português e Literatura no IFMT de Alta Floresta, em entrevista ao Jornal Mato Grosso do Norte, no sábado, 25, disse que as atividades voltam esta semana, mas com o objetivo de organização e preparação para a retomada das aulas no dia 10 de junho.
Victor informou que, nacionalmente, a greve continua, inclusive ainda tem instituições aderindo ao movimento grevista, como é o caso de Universidades Federais, que também interromperam suas atividades.
Conforme ele, os IFMTS foram a vanguarda do movimento paralisador, que continua em Mato Grosso e no Brasil, com exceção do Campus de Confresa, que ficou paralisado por 15 dias e retornou com suas atividades.
Agora, o campus de Alta Floresta também decidiu voltar. Com relação ao acatamento das solicitações e exigências dos profissionais da Educação, o professor disse que as reivindicações foram atendidas parcialmente.
“No que concerne à recomposição orçamentária, foram atendidas parcialmente, porque tivemos a liberação de cerca de R$ 380 milhões em recurso de custeio para os Institutos Federais. Não foi o que a gente pediu, mas dá um suplemento, dá uma força para conseguirmos custear muitas ações aqui do campus. Mas só vamos saber de fato quanto cada campus vai receber, quando esse recurso chegar do governo, o que deve acontecer esse mês”, disse.
Sobre a questão da recomposição da assistência estudantil, Victor ressalta que “a luta continua, porque o governo colocou essas questões para uma mesa de negociação diferente”.
“A gente sempre buscou unir as mesas e o governo setorizando as negociações, colocou em uma mesa diferenciada. Agora as questões de reajuste e recomposição salarial, reajuste e reestruturação das carreiras, ainda precisam avançar bastante”, observou o professor.
Na percepção de Victor, falando como docente, ele acredita que houve pouco avanço e afirma que é preciso as negociações evoluírem mais. O professor lembra que nesta segunda-feira, 3, haverá uma mesa de negociação, visto que a greve nacional continua, com a finalidade de sensibilizar o governo quanto a necessidade de atender as reinvindicações, embora o governo diz que a greve é intransigente e que já acabou.
Foi discutida sobre a manutenção da greve, ou não, e como poderíamos contribuir nacionalmente de outras formas
“O que se vê nacionalmente é a greve avançando, as negociações avançando. Recentemente tivemos duas mesas de negociação para técnicos, com propostas espúrias, propostas pífias, que avançaram em partes, trazendo uma pequena melhora. Diante de tudo isso, o campus Alta Floresta tomou uma decisão coletiva, fez uma análise da situação e posição do papel do campus na cidade, do papel do campus no estado, para entender até que ponto a nossa contribuição foi importante e conclui-se que poderia ser finalizada. Fizemos uma assembleia com a gestão e com todos os servidores, foi discutida sobre a manutenção da greve, ou não, e como poderíamos contribuir nacionalmente de outras formas. Discutimos com a coordenação do nosso sindicato e em uma votação apertada, o campus decidiu pelo retorno das atividades, mas ainda mobilizado, realizando atividades de luta, pelas pautas que não foram atendidas, principalmente a reestruturação das carreiras técnicas e recomposição salarial”, explica.
Porém, observa que no estado, com exceção de Confresa e Alta Floresta, os Campus continuam paralisados.
