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Atualidades Quarta-feira, 24 de Agosto de 2016, 00:00 - A | A

24 de Agosto de 2016, 00h:00 - A | A

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O futuro turístico de Paranaíta e Alta Floresta



Reportagem
Sebrae 

A rica biodiversidade, rios exuberantes, a floresta amazônica, a abundância de aves, beleza e mistério dos sítios arqueológicos recém-descobertos, representam novos nichos turísticos, que estão transformando o norte de Mato Grosso em destino diferenciado para o Brasil e o mundo.
O potencial ecoturístico, de pesca esportiva e de observação de aves já atrai turistas brasileiros e estrangeiros. O empreendimento pioneiro de ecoturismo da região foi o Cristalino Lodge, responsável pela divulgação de Alta Floresta, onde está localizado, para além das fronteiras nacionais.  Há duas décadas, principalmente turistas estrangeiros se hospedam e curtem as atrações do empreendimento, localizado às margens do Rio Cristalino.
O Cristalino Lodge foi reconhecido como um dos 25 Melhores Eco Lodges do Mundo pela revista National Geographic Traveler, em 2013, e foi vencedor do World Savers Award da Condé Nast Traveler, em 2008.  Ele é dirigido pela empresária e ambientalista, Vitória Riva, que também preside a Fundação Ecológica do Cristalino.
Na última década, outros empreendimentos de ecoturismo e de pesca esportiva foram implantados em Alta Floresta e Paranaíta, que recebem centenas de turistas brasileiros e estrangeiros, todos os anos.
arqueológica - A riqueza turística de Paranaíta está focada nos sítios arqueológicos descobertos no município, há cerca de três décadas, quando foi colonizado por sulistas, durante a construção da estrada que liga a cidade a Apiacás.
O maior deles, o Sítio Arqueológico Pedra Preta, localizado na área da Fazenda Santo Expedito, é um grande e misterioso tesouro histórico, cultural e arqueológico. 
O local é um verdadeiro santuário onde há pictogravuras enormes gravadas no paredão de granito por povos ancestrais sul-americanos, há cerca de cinco mil anos, que despertam a curiosidade e muitas suposições dos poucos visitantes, até o momento.
A Companhia Hidrelétrica Telles Pires (CHTP) contratou especialistas para fazer o levantamento arqueológico do local e da região, como exigência para o licenciamento ambiental das obras de construção da usina, que constataram ser a Pedra Preta um sítio raro e único por possuir as maiores pictogravuras de povos antigos encontradas no mundo. Enquanto não forem estudados cientificamente, os grandes desenhos continuarão guardando segredos e mexendo com a imaginação dos visitantes.
“A Pedra Preta é provavelmente um local onde o povo antigo, que fez as pictogravuras, fazia seus cultos. Era uma espécie de altar, que inclusive conta com desenhos de serpentes, uma divindade dos povos pré-colombianos”, informa Érico Baukat, condutor ambiental local e um dos proprietários da empresa Por Dentro da Amazônia, especializada em turismo pedagógico. Esta empresa é única autorizada a levar visitantes ao sítio e possui pacotes para escolas do ensino médio e universidades.
O Grupo Gestor de Turismo de Paranaíta, que reúne empresários do Projeto de Desenvolvimento do Turismo realizado, há três anos, pelo Sebrae em parceria com a CHTP e São Manoel Energia, e a Secretaria Municipal de Turismo estão trabalhando juntos pela oficialização deste patrimônio histórico e cultural. Em 23.09.2014, o tombamento do local foi solicitado ao Instituto de Patrimônio e Histórico Nacional (IPHAN).
O grupo, a Secretaria Municipal Turismo e o proprietário da Fazenda São Expedito aguardam resposta do IPHAN. Enquanto não chega, eles se movimentam para promover o reconhecimento da Pedra Preta como Monumento Cultural municipal, o que viabilizará a construção de estrada de acesso ao sítio arqueológico, informa a secretária. “A Pedra Preta será nosso principal atrativo”, prevê.
aves - Em Alta Floresta, a observação de aves é a grande promessa para o trade turístico e pequenos produtores rurais. Segundo o site Wikiaves, o município ocupa o primeiro lugar em presença de espécies registradas no Brasil. Estima-se que um terço(1/3) das espécies brasileiras ou cerca de 600 delas, entre endêmicas da Amazônia e de outros ecossistemas, vivem na área de Alta Floresta.
A maioria dos turistas observadores de aves é de estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos, Canadá e da Europa. Os brasileiros começam a aderir a esta atividade. Nos últimos cinco anos, o número de observadores de aves no país cresceu o equivalente a 50 anos, informa Fernão Prado, proprietário da fazenda Anacã, que recentemente  inaugurou uma pousada na propriedade para receber os amantes das aves.
“Este é um tipo de turismo de baixo impacto, pois é feito em trilhas pequenas, e vai ajudar muito a região porque só existe onde há preservação”, explica Fernão. Esta é uma atividade que também pode favorecer pequenas propriedades rurais, argumenta.
Integrante de dois grupos gestores do projeto do Sebrae, CHTP e São Manoel Energia,  Fernão que é paulista e optou por viver na região para desenvolver o projeto da pousada na fazenda de pecuária da família,  aposta no turismo. “Tenho certeza de que o turismo é o futuro daqui”, enfatiza.  
Ele conta que o Grupo Gestor de Observação de Aves vai convidar proprietários de pequenos sítios e fazendas para integrar suas reservas legais como corredores ecológicos, visando aumentar as opções para a observação de aves, receber turistas desse segmento e aumentar a renda no campo. Os observadores de aves vão aumentar no Brasil, nos próximos anos, garante Fernão.

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