por Geraldo Bessa TV Press
Depois de mergulhar na cultura nordestina de “Mar do Sertão” e “No Rancho Fundo”, Allan Fiterman estava pronto para tirar férias. Porém, um chamado da direção executiva da Globo acabou adiando tudo. Ao saber que seu nome foi citado pela autora Rosane Svartman para dirigir “Dona de Mim”, Allan ficou logo interessado em firmar uma parceria com a autora, responsável pelo sucesso de “Vai na Fé”, de 2023. A vontade só fez aumentar depois que ele leu a sinopse da atual novela das sete. “A história tem vários universos, mas está centrada no encontro de uma mulher que perdeu um bebê com uma criança que vive solitária em uma casa cercada de adultos. A transformação da relação das duas é muito forte e me emocionou de verdade. Rosane tem essa habilidade de tocar em mensagens importantes de forma leve e cheia de entretenimento. Eu não tinha como ficar de fora desse projeto”, valoriza.
Natural de São Paulo, o ponto de partida da carreira de Allan foi a paixão por fotografia. Em 1997, se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos, na busca pelo sonho de viver do audiovisual. Por 11 anos, trabalhou em diversos setores da indústria até se descobrir como diretor, primeiro de curtas e depois de longas-metragens, como “Living the Dream”, de 2006. Em 2008, acabou sendo escolhido para dirigir o filme brasileiro “Embarque Imediato”, estrelado pela saudosa Marília Pêra que, encantada com o trabalho de Fiterman, o indicou para trabalhar na Globo. Contratado pela emissora, passou pelas equipes de direção de nomes como Denise Saraceni, Mauro Mendonça Filho e Rogério Gomes, até estrear como diretor artístico em “Quanto Mais Vida, Melhor!”, de 2021. “Eu estava feliz lá fora, mas voltar ao Brasil e construir uma carreira aqui foi a melhor decisão de minha vida”, analisa.
P – Você ainda estava envolvido com as gravações de “No Rancho Fundo” quando foi convidado para dirigir “Dona de Mim”. O que o atraiu para o novo projeto?
R – Fui procurado pela direção de dramaturgia da emissora e me falaram que a Rosane tinha sugerido meu nome para dirigir “Dona de Mim”. Fiquei tão feliz que nem pensei nas férias que eu estava programando (risos). A verdade é que eu não conseguiria desperdiçar a chance de trabalhar com a Rosane.
P – Por quê?
R – Procuro estar sempre atento a tudo o que acontece na tevê, no cinema, no teatro. E, quando se fala em teledramaturgia e, especialmente no horário das sete, o nome da Rosane é hoje uma referência. O jeito com que ela lida com os temas, a conexão que consegue sustentar com o público, tudo isso é muito interessante para mim. Fiquei muito empolgado e marcamos uma reunião.
P – Como a parceria se desenvolveu?
R – O fato de a Rosane também ter gostado dos meus últimos trabalhos facilitou muito o nosso entendimento. Trocamos muito ao longo de todo o processo, de forma ainda mais intensa na pré-produção, que foi quando mostrei para ela tudo o que pensamos para o figurino, pranchas com referências, caracterização, cenário. Também perguntei muito a ela sobre os personagens e tentei entender o que esperava da história. A Rosane colabora diretamente não só comigo, mas com todo o time de produção.
P – É importante essa proximidade da autora com os trabalhos no estúdio?
R – Eu gosto muito. É uma troca essencial para termos todos os detalhes alinhados e podermos contar a história da melhor forma. Meu olhar sobre a novela estará sempre a favor do texto e ver os autores felizes com o que vai ao ar é gratificante.
P – Em “Dona de Mim” você retorna à faixa das sete, quatro anos depois de “Quanto Mais Vida, Melhor!”. Qual sua expectativa para a nova empreitada?
R – São momentos diferentes. Em 2021, fizemos a novela com diversas restrições por conta da pandemia. Agora, temos todo potencial e liberdade para trabalhar. A expectativa é de que as pessoas se identifiquem. Vamos trazer questões importantes e relevantes de uma forma leve. É um enredo carregado de esperança, onde a grande mensagem é o amor, relações de todo tipo onde o amor prevalece.
“Dona de Mim” – Globo – de segunda a sábado, às 19h20.
