POR EDUARDO ROCHA
AUTO PRESS
O normal no mercado brasileiro é que alguns modelos ganhem um visual esportivo e mantenham a dinâmica dos modelos normais de série. Em muitos casos, trata-se de uma ação marketeira pura e simples. Mas não no caso do Onix RS. Embora a sigla Rally Sport seja aplicada exatamente a modelos normais que ganham visual esportivo, no caso do Onix RS funciona como uma forma de fazer justiça ao bom comportamento dinâmico do hatch compacto. Além disso, o motor 1.0 turbo de três cilindros do modelo traz um mapeamento agressivo, que eleva ligeiramente o consumo, mas oferece um desempenho realmente capaz de produzir alguma adrenalina ao volante.
O que marca a diferença do modelo é o visual. O modelo tem para-choque dianteiro com spoiler integrado, saias laterais na cor da carroceria e aerofólio traseiro em preto brilhante. Capas de retrovisores externos, grade e rodas aro 16 também são em preto brilhante e fazem o hatch assumir um ar “malvadão”, assinado pela gravatinha da marca em preto, a chamada Bow Tie.
Ao contrário do que acontece comumente com as versões esportivas, a RS fica na faixa intermediária de preços, equivalente à versão LTZ, cerca de R$ 5 mil abaixo da top Premier. Por isso, vem com um conjunto de equipamentos bem racional. Estão presentes trio e direção elétrica e ar-condicionado analógico, sensor traseiro, luz diurna em led, faróis de projetor com máscara negra, seis airbags e controle de estabilidade e tração. A central multimídia MyLink tem tela em LCD de 8 polegadas sensível ao toque com conexão Bluetooth para dois celulares simultaneamente e, a maior novidade da linha 2023, espelhamento sem fio de aplicativos Android Auto e Apple CarPlay.
Sob o capô, o motor 1.0 turbo de três cilindros oferece uma enorme agilidade ao modelo. Ele rende 116 cv de potência e 16,3/16,8 kgfm de torque, com gasolina/etanol.
Ponto a ponto
Desempenho – O Onix RS traz o propulsor 1.0 turbo de três cilindros que não impressiona tanto pela potência, de 116 cv, mas sim pelo bom torque de 16,3/16,8 kgfm com gasolina e etanol. Ele é responsável por animar o modelo, que pesa apenas 1.085 kg – 28 kg menos que a versão Premier –, o que gera a boa relação peso/potência de 9,4 kg/cv. Nota 9.
Estabilidade - Trata-se da clássica e robusta configuração com McPherson na frente e barra de torção atrás. Ela oferece um bom controle de carroceria, tanto em retas quanto em curvas. Além de o Onix ser bem neutro e previsível, tem direção comunicativa, que fornece uma boa leitura do solo. Nota 8.
Consumo – Com etanol de 8,2 km/l na cidade e 9,8 km/h em estrada e com gasolina de 11,8 km/l no ciclo urbano e 14 km/l no rodoviário. Com estes índices, o hatch compacto da Chevrolet com câmbio automático obteve as notas C na categoria e B no geral. Nota 7.
Conforto – A suspensão do Onix encaixa bem com a proposta esportiva, mas não consegue filtrar tão bem as irregularidades da pista. O isolamento acústico também é insuficiente e deixa passar ruídos de rodagem e do motor, principalmente quanto se ultrapassa os 4 mil giros. Os bancos são confortáveis e seguram bem o corpo nas curvas. Nota 7.
Tecnologia – O modelo traz um bom nível de conectividade, com espelhamento sem fio, e a segurança vai além dos recursos básicos, com itens como seis airbags, controle eletrônico de tração e controle de cruzeiro. Nota 7.
Custo/benefício – O Chevrolet Onix RS é vendido em um pacote fechado e tem como único opcional a pintura metálica, que acrescenta R$ 1650 ao preço. Dentro da gama, ele rivaliza com a versão LTZ AT, trazendo o kit aerodinâmico em troca da chave presencial, câmera de ré e sensor de luz. Em relação aos modelos de outras marcas, o RS tem uma dinâmica mais interessante e preço semelhante, se comparado às versões com visual esportivo. Nota 7.
Ficha técnica
Chevrolet Onix RS
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, sobrealimentado por turbo e comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de seis velocidades à frente e uma a ré, com modo manual sequencial com mudanças por botão na alavanca de câmbio. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência: 116 cv com gasolina ou etanol a 5.500 rpm.
Torque máximo: 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol a 2 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 10,1 segundos com etanol e 10,7 s com gasolina.
Velocidade máxima: 187 km/h com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 74 mm x 77,5 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora, amortecedores pressurizados e molas helicoidais. Traseira por eixo de torção com molas helicoidais e amortecedores pressurizados. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.
Pneus: 195/55 R16. Sobressalente 115/75 R15
Freios: Discos ventilados na frente e a tambor atrás. Oferece ABS com EBD e assistente de partida em rampa.
Carroceria: Hatch em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Comprimento de 4,16 metros com 1,73 m de largura, 1,47 m de altura e 2,55 m de entre-eixos. Possui airbags frontais, laterais e de cabeça de série.
Peso: 1.085 kg, com 375 kg de carga útil.
Capacidade do porta-malas: 275 litros.
Tanque de combustível: 44 litros.
Lançamento do modelo: novembro de 2019.
Lançamento da versão: outubro de 2020.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.
Preço da unidade testada, com pintura metálica: R$ 102.580