por Eduardo Rocha
Auto Press
A Chevrolet não quis abandonar totalmente o segmento de picapes compactas, onde a Fiat Strada sobra, nem deixar passar batido a moda de picapes médias de menor porte, dominado no Brasil pela pioneira Fiat Toro. Foi assim que nasceu a nova Montana, uma picape cabine dupla baseada na mesma plataforma usada no SUV compacto Tracker – tem inclusive o mesmo entre-eixos de 2,57 metros. A diferença aqui é que a Montana ganha 45 cm no comprimento, para chegar aos 4,72 metros – 21 cm a mais que a antiga Montana e 23 cm a menos que a Toro. A maior parte desse aumento de tamanho é dedicada à caçamba, que comporta 874 litros, 280 litros a menos que a antecessora, que só era produzida com cabine simples. A nova Montana entrou em pré-venda nesta primeira semana de dezembro e as primeiras unidades, produzidas em São Caetano do Sul, SP, chegam ao mercado em fevereiro de 2023.
A fabricante está oferecendo o modelo inicialmente em duas versões, LTZ e Premier, que costumam ocupar a faixa superior nas gamas da Chevrolet. A LTZ chega por R$ 134.490 e a Premier por R$ 140.490. Desde a LTZ, a picape conta com seis airbags, sistema multimídia MyLink com tela de 8 polegadas, com roteador wi-fi e espelhamento sem fio com Apple CarPlay e Android Auto, rodas de liga leve de 17 polegadas, chave presencial para travas e ignição e câmera e sensor de ré. Os R$ 6 mil adicionais da Premier incluem ar automático digital, alerta de ponto cego, faróis full led, carregador sem fio e bancos com revestimento em couro sintético. Estes valores deixam a Montana mais acessível que a versão básica da Toro, a Endurance, que custa a partir de R$ 143.500.
Sob o capô, a Montana traz o motor 1.2 turbo, aplicado nas versões de topo da Tracker. Ele rende 133 cv e 21,4 kgfm, quando abastecido com etanol. É bem menos que os 185 cv da Toro, mas como a Montana deve pesar em torno de 1300 kg – cerca de 350 a menos que a picape da Fiat –, a relação peso/potência dos dois rivais não é tão distante. A Toro tem 9 kg/cv enquanto a Montana teria perto de 9,8 kg/cv. Mas por lidar com massas menores, a Montana promete ser bem mais econômica, com médias entre 7,7 e 11,1 km/l na cidade e entre 9,3 e 13,3 km/l na estrada, dependendo da proporção de etanol e gasolina no tanque. O consumo da Toro T270 é cerca de 15% maior, em média.
Todas estas características direcionam a nova Montana para o segmento de lazer. E o grande número de acessórios de personalização que as concessionárias vão oferecer é uma boa evidência disso. Apenas para a organização de carga, são mais de 20 itens para ajudar o transporte. A marca afirma ainda que o espaço na segunda fileira é a melhor entre as picapes concorrentes – além da Toro, há a Renault Oroch e a Ford Maverick. E embora a General Motors não divulgue a capacidade de carga, ela aponta que deve chegar próximo à metade do peso do veículo. Ou seja: próximo da capacidade de 670 kg da Toro com motorização flex, mas abaixo dos 756 kg da Montana antecessora.