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08 de Dezembro de 2025, 09h:01 - A | A

Economia / Alta Floresta

IA fiscal: reunião de empresários com gestão municipal termina em tumulto

Empresário e prefeito protagonizam polêmica em uma reunião, tensa mas pouco produtiva, que não esclareceu as dívidas dos empresários



Dionéia Martins/ Mato Grosso do Norte

A reunião marcada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Alta Floresta para discutir o novo sistema de automatização da arrecadação municipal, terminou em tumulto e frustração. Realizado na noite de sexta-feira, 5, no Teatro Municipal Agostinho Bizinoto, o encontro coincidiu com a apresentação da Escola de Artes, o que lotou o espaço e reduziu o tempo previsto para debate.

O clima já era tenso quando empresários locais tentaram expor suas preocupações, especialmente sobre o cruzamento de informações fiscais que será adotado nos próximos anos. Um dos momentos mais acalorados foi protagonizado pelo proprietário da Estribos Fumiya, Valmiro Rodrigues de Almeida, que questionou a condução do processo e cobrou explicações do prefeito.
A resposta do prefeito veio em tom elevado, obrigando o vice-prefeito Robson Quintino a intervir para conter os ânimos exaltados, negando em tonalidade de voz alta que não é verdade que ele está criando mais imposto.

“Vamos falar a verdade. Ele falou de uma forma que estou criando imposto e não estou fazendo nada disto! ”, exclamou o prefeito, momento em que foi interpelado pelo vice-prefeito, para contornar a situação.
Os vídeos das falas do empresário e do prefeito movimentou as redes sociais durante o final de semana, com grande repercussão.
Todavia, para o presidente da CDL, Alex Fabiano Cavalheiro, o problema começou pela falta de organização e pela escolha do horário. “Marcaram a reunião para às 18h, mas às 18h30 já tinha o evento das crianças. O espaço ficou curto e o que seria um bate-papo técnico acabou se tornando uma fala rápida, sem debate”, explica.

Foto/ Mato Grosso do Norte

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Segundo ele, a CDL havia elaborado perguntas técnicas, enviadas por empresários e contadores, mas nenhuma delas foi respondida. “O combinado era ouvir, responder e discutir. Nada disso aconteceu. As pessoas ficaram frustradas porque não puderam falar”.
Alex afirma que as dúvidas levantadas não têm relação com oposição ao sistema em si, mas com a forma como será implementado e com a falta de clareza.

“Ninguém é contra fiscalização. O problema é não saber como esse cruzamento de informações vai funcionar. O Brasil inteiro vai ter que se adaptar, mas é preciso entender os impactos”.
Horas depois da reunião, o prefeito divulgou um vídeo em suas redes sociais, no qual classificou parte das críticas como “inverdades” e atribuiu a tensão a “figuras políticas” que teriam tumultuado a reunião. Ele garantiu que não haverá cobranças retroativas nem mudanças bruscas.
“Quero reforçar meu compromisso com a população e com os comerciantes. Nada muda do que já vem sendo feito há mais de 20 anos”, afirmou.
A CDL agora prepara um novo passo: vai oficializar todas as perguntas em um ofício e aguardar as respostas do Executivo. A partir disso, pretende produzir materiais explicativos para orientar os empresários. Reuniões menores, envolvendo vereadores, contadores e representantes do comércio, também devem ser realizadas nos próximos dias para tentar avançar no tema.

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