Domingo, 25 de Maio de 2025

Entrevistas Sexta-feira, 23 de Maio de 2025, 09:49 - A | A

23 de Maio de 2025, 09h:49 - A | A

Entrevistas / Entrevista

Federações é caminho sem volta, diz Diego

Em entrevista à imprensa, o deputado Diego Guimarães defende a candidatura de Otaviano Pivetta ao governo e diz que o Republicanos está consolidado



Enzo Varini Tres Pergunta– Como o senhor avalia a possível federação entre MDB e Republicanos?

Diego Guimarães: As federações parecem ser um caminho sem volta na política do Brasil. Ouvi os anseios da população sobre a diminuição no número de partidos. Primeiro, uma federação, depois os partidos acabarão se fundindo. É um caminho que traz o enxugamento no número de partidos, melhora o equilíbrio das disputas eleitorais, traz para a população uma maior identidade de cada partido, facilitando que o eleitor saiba em quem está votando, qual o grupo político e quais são as ideologias de cada partido. É algo salutar. Em relação ao MDB e Republicanos, sei que há uma conversa e será definida em Brasília. Para mim, na disputa local não muda muita coisa. Acaba que o MDB e o Republicanos, por mais que haja divergências, dentro dos municípios teríamos não teríamos dificuldades de fazer os dois partidos caminharem juntos.

  Pergunta – Os projetos majoritários não são conflitantes?

Diego Guimarães: O Pivetta é candidato a governador, Janaina ao Senado. Onde está o conflito? Não tem. É fácil de aglutinar e o eleitor saberá identificar. Obviamente que o posicionamento da Janaina como deputado é um e aí ela terá que responder ao eleitor e grupo político dela sobre isso. Acho que nada impede essa união de Pivetta e Janaina. Mauro Mendes é União Brasil e eu não respondo pelo [partido] União.  

Em relação ao MDB e Republicanos, sei que há uma conversa e será definida em Brasília

Pergunta – Mas e a pesquisa sobre a Janaina, que a mostra despontando ao governo?

Diego Guimarães: Se pesquisa ganhasse eleição, a eleição de 2024 teria dado outro resultado em muitos municípios. Independente de pesquisa, a Janaina se coloca como pré-candidata ao Senado, Pivetta se coloca como pré-candidato ao Governo do Estado, então acho que não há nenhum conflito ou impossibilidade de o Republicanos e o União Brasil estarem unidos. Obviamente, quem não quiser, sinta-se à vontade para sair do partido. É um caminho que cada um terá que decidir.  

Pergunta – O deputado Nininho chega ao Republicanos. A chapa fica mais forte?

Diego Guimarães: Fica melhor para o eleitor, passa a ter mais representatividade. Passamos a ter três deputados na bancada do Republicanos, temos o deputado Nininho na região sul, Moretto na oeste, eu sou da baixada cuiabana e região norte. Temos que buscar alguns para fortalecer mais o partido.  

Pergunta – O senhor recebeu convite de outras agremiações ou segue forte no Republicanos?

Diego Guimarães: Ninguém tem coragem de me convidar, o Republicanos está muito consolidado com o nome do Diego Guimarães, não dá de sair. Gosto do partido, estou à vontade, ajudei a construir o partido em mais de 80 municípios e nas eleições municipais.  

O Neri Geller está reconhecendo que foi um erro estar na esquerda e veio para o centro-direita. Ele deve se filiar ao Republicanos e reconhece que foi um erro estar ao lado do Lula.

Pergunta – A Maysa [Leão] sairá para estadual?

Diego Guimarães: Se ela tiver esse desejo, com certeza há de ser candidata. É um nome forte do partido, teve mais de cinco mil votos para vereador em Cuiabá. É uma mulher preparada, com boas pautas, e acredito que tem tudo para ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa.  

Pergunta – Por diversas vezes, o Pivetta declarou abertamente que não estava participando diretamente, não tentou alçar prefeitos e vereadores. Acha que essa falta de trabalho na eleição do ano passado pode prejudicar o projeto dele ao governo?

Diego Guimarães: Uma coisa é trabalho em eleição, outra é no dia a dia enquanto governador. O Otaviano Pivetta tem um trabalho muito forte, é municipalista. Hoje ele conduz as pautas municipalistas na Sinfra, na Seduc, na Agricultura Familiar vemos uma atuação muito próxima dele. A parte política e eleitoral acaba sendo suplantada pelo trabalho que ele exerce no dia a dia enquanto vice-governador. Nada prejudica.

  Pergunta – O centro “esquerdou”?

Diego Guimarães: Jamais. Somos centro-direita. O Neri Geller está reconhecendo que foi um erro estar na esquerda e veio para o centro-direita. Ele deve se filiar ao Republicanos e reconhece que foi um erro estar ao lado do Lula. Também o Nininho, com certeza, entendeu o peso que foi carregar um partido de um ministro do governo Lula. Em 2022, tenho certeza que foi muito difícil para ele, porque, ideologicamente, não concordava com aquilo e, eleitoralmente e politicamente, sentiu dificuldades na sua base, caminhando agora ao Republicanos, que é centro-direita.  

Pergunta – Essa mudança não é, de certa forma, tentar camuflar as eleições de 2026, buscando voto?

Diego Guimarães: Eles têm que responder por si, não posso responder por eles.  

Pergunta – O senhor sempre foi um defensor da ampla concorrência e do livre comércio. A Assembleia Legislativa, há alguns anos, na questão do transporte intermunicipal, tinha aberto a concorrência. Abriram para, no mínimo, duas empresas e, no máximo, quantas quisessem.   Hoje está em votação um projeto de lei complementar do deputado Eduardo Botelho que volta atrás, deixando no máximo duas empresas por região e cria uma série de regras para o fretamento de ônibus de turismo.   Qual o posicionamento do senhor?

Diego Guimarães: Analisei o projeto, possivelmente peço a vista dele hoje para fazermos um debate mais aprofundado e chamar uma audiência pública para que a população participe disso. Há algum tempo, vivemos um caos aéreo no nosso país porque temos um controle de três empresas aéreas que dominam o comércio doméstico de empresas aéreas e não podemos repetir esse erro no comércio de passagens rodoviárias e intermunicipais. Meu posicionamento é favorável à ampla concorrência, ao máximo de empresas possíveis para fazer esse transporte rodoviário e intermunicipal. Se o projeto do Eduardo Botelho está nesse sentido, possivelmente irei me manifestar contra, mas devo pedir vista para ampliar esse debate. A minha assessoria me apresentou os argumentos.  

Vi uma nota do governo dizendo que houve vantagem para o Estado porque foi um dinheiro apropriado da empresa Oi indevidamente no governo do Silval Barbosa

Pergunta – O Republicanos está de “braços abertos” para esses ex-esquerdistas que queiram ficar mais ligados ao centro-direita?

Diego Guimarães: O Republicanos está aberto a todo cidadão mato-grossense que se alinhe com aquilo que o partido prevê no seu estatuto, que é centro-direita, liberdade econômica, possibilidade de empreender com oportunidades, aquele que acredita na família, cristianismo e em liderança como as que nós temos como o Tarcísio de Freitas em São Paulo, a Damares e o Mourão. Se está a fim de vir ao Republicanos, quem quer que seja, venha ser candidato, participar desse partido que já foi um dos que mais cresceu nas últimas eleições e no ano que vem será o que mais vai crescer.   Pergunta – O senhor sempre foi vereador e deputados fiscalizador. Como fica a situação de investigação sobre R$ 308 milhões envolvendo a Oi e o Governo do Estado?

Diego Guimarães: Tem que ser aprofundado isso. É uma denúncia grave que foi trazida pela mídia, pela deputada Janaina Riva, e entender se houve realmente... Vi uma nota do governo dizendo que houve vantagem para o Estado porque foi um dinheiro apropriado da empresa Oi indevidamente no governo do Silval Barbosa. Teria que ser feito o ressarcimento imediato de, aproximadamente, R$ 700 milhões, então foi feito esse acordo que daria uma economicidade.

Mas isso tem que aprofundar, já vi que o Ministério Público está em cima, o Poder Judiciário pediu esclarecimento para a Oi, que é uma empresa em recuperação judicial e isso é muito sério. Se houve fraude aos credores da empresa Oi, alguém terá que responder por isso e entender se houve economicidade ou se não era devido para aquele momento, porque é muito dinheiro, que serviria para resolver problemas de Saúde, Educação e Infraestrutura que o Estado tem.

É muito dinheiro, estamos falando de R$ 309 milhões, então sou favorável às investigações e que a Assembleia aprofunde nisso e tragam as denúncias para que possamos nos posicionar.  

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