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Entrevistas Segunda-feira, 21 de Julho de 2025, 08:48 - A | A

21 de Julho de 2025, 08h:48 - A | A

Entrevistas / Simenorte

Presidente faz balanço do mandato e externa preocupação com tarifas anunciadas pelo EUA

Dioni Domiciano, presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de MT, diz que Estados Unidos é um importante mercado para as exportações de madeiras



José Vieira
Mato Grosso do Norte

O presidente do sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso, Dioni Brezovsky Domiciano, em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, na quinta-feira, 17, na sede da entidade, fez um balanço dos 6 primeiros meses de seu mandato.
Conforme ele, o primeiro desafio foi a demanda da compensação trabalhista em que negociou um acordo com o Sindicato que representa os trabalhadores das indústrias do setor de base florestal. “Fizemos um acordo em termos de salários com os trabalhadores, que foi bom para ambas as partes”, disse.
As novas regras estabelecidas pelo Ibama [Instituto Brasileiro de Meio Ambiente] para o setor madeireiro, segundo Dioni, demandou uma série de reuniões envolvendo também o Cipem [Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras] e Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal, junto ao Ibama e a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso [Sema].
De acordo com Dioni, as normativas NI-19 e NI-28 envolveram três espécies de madeira [Ipê, Cumaru e cedro rosa], que não foram proibidas, mas houve diversas restrições dentro do projeto de manejo. Isto complicou a forma de elaboração dos projetos e a análise. E para o setor foi um retrocesso que implicou no atraso na análise do processo.

Precisamos exportar porque muita produção entregue no mercado interno provoca uma situação ainda mais complicada. Estamos procurando entender, mas é complicado


“Eram normas praticamente impossíveis de serem cumpridas. Mas o Sindicato, Cipem e Fórum levamos este tema para ser discutido com a Sema e Ibama e conseguimos um entendimento. Foi feito uma readequação para que fosse possível que as empresas cumprissem. E somente agora há cerca de um mês, começou a ser analisado os projetos com base nas novas normativas. Nosso setor foi massacrado com isto, porque sem madeira não tem indústria”, explica.
Taxação do EUA – As taxas anunciadas pelo presidente do Estados Unidos, conforme Dioni, estão preocupando muito o setor de Base Florestal. Isto porque o setor madeireiro depende diretamente deste mercado para exportar sua produção.
“Há indústrias da região que têm empresas nos Estados Unidos. Outras que não vendem para os Estados Unidos, mas vendem para as exportadoras. Já está refletindo no mercado. Nós precisamos exportar porque muita produção entregue no mercado interno provoca uma situação ainda mais complicada. Estamos procurando entender, mas é complicado”, enfatiza.
Apesar de vender para vários países como China, Índia, Republica Dominicana, Chile, Argentina e Europa, a Guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos, conforme ele, causam uma enorme preocupação ao empresários.

“Os Estados Unidos é um mercado de piso, deck e outras madeiras específicas. Num projeto de manejos temos várias espécies de madeiras e temos que ter mercado para todas. Se os Estados Unidos parar de comprar as madeiras que eles compram, podemos não ter outro mercado para elas. Ficará no mercado interno e haverá baixa nos preços. Por isso, é um mercado extremamente importante”, explica.
Qualificação - O Simenorte tem desenvolvido uma agenda proativa junto as empresas do setor de base florestal.
Através de uma parceria com o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural] realizou curso de capacitação profissional, para a formação de mão de obra qualificada para atender as demandas das indústrias.
“Temos mais três projetos a serem realizados para formar pessoas para vários setores dentro das empresas, que enfrentam essa dificuldade de mão de obra. E vamos buscar solução para as demandas de nossos associados”, esclarece.

O Ministério do Trabalho deu um prazo para nós nos adequarmos, e mais de 90% das empresas se adequou aqui na região

Segurança - O presidente do Simenorte observa que a segurança com relação as normas de proteção aos trabalhadores nas empresas, tem sido uma preocupação dentro de todas as indústrias para evitar acidentes de trabalho.
Segundo ele, as empresas da região de Alta Floresta estão preparadas, conforme os procedimentos de segurança, para receber a fiscalização do Ministério do Trabalho.
Ele acentua que são muitas as exigências e pode aparecer algum apontamento pontual. No entanto, os associados do Simenorte estão adequados e preparados para esta questão, apesar dos altos custos para implementar estas adequações.
“Foi feito um trabalho de orientação muito bom nas empresas, reuniões com os sindicalizados sobre as normas de readequações dentro da indústria. O Ministério do Trabalho deu um prazo para nós nos adequarmos, e mais de 90% das empresas se adequou aqui na região. Fizeram as mudanças na proteção de parte elétrica, modernização dos layouts para evitar acidentes de trabalho, entre outras correções”, aponta Dioni.

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