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Geral Quinta-feira, 18 de Abril de 2024, 09:18 - A | A

18 de Abril de 2024, 09h:18 - A | A

Geral / Operação Diaphthora

Delegado alvo de operação ostentava vida de luxo nas redes sociais

Delegado titular da delegacia de Peixoto de Azevedo, Geordan Fontenelle, de 34 anos, foi preso na operação, publicava fotos de suas viagens internacionais



Reportagem

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na quarta-feira, 17, a Operação Diaphthora, para cumprimento de 12 ordens judiciais decretadas em investigações que apuraram um esquema criminoso que teria sido montado por um delegado e um investigador de polícia no município de Peixoto de Azevedo. Um dos alvos é o delegado titular da delegacia de Peixoto de Azevedo, Geordan Fontenelle, de 34 anos. Ele e o investigador foram presos.   

A Operação Diaphthora revelou que o delegado, preso na quarta-feira, cobrou R$ 10 mil para manter um empresário detido na Operação Hermes II, em 2023, fora da cela, na sala de descanso dos policiais. 

  A ação policial foi deflagrada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil e investiga o envolvimento do delegado, policiais civis, advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações como a solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial, caracterizando a formação e uma associação criminosa no município.

Entre os crimes praticados pela associação criminosa foi demonstrado no inquérito que o delegado e o investigador solicitavam o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos; exigiam pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.   

O empresário em questão é Antônio Jorge Silva Oliveira, foi um dos alvos da Polícia Federal, Operação Hermes II, suspeito de envolvimento no comércio e uso ilegal de mercúrio em garimpos nas áreas que compõem a Amazônia.   No dia da prisão, a PF cumpria mandados de busca e apreensão contra o investigado, momento em que encontraram uma arma de fogo sem registro entre seus pertences.

Diante disso, ele foi conduzido em flagrante à delegacia.   No documento  foi revelado que, por meio de escutas ambientais, o delegado teria dito ao advogado Gefferson Cavalcanti Paixão, que mantinha seu cliente, Antônio, em um “alojamento exclusivo para policiais plantonistas”.   

 Vida de luxo- O delegado Geordan Fontenelle titular da Delegacia de Peixoto de Azevedo, alvo da Operação Diaphthora, ostenta vida de luxo nas redes sociais. No Instagram, ele compartilha diversas em viagens internacionais.  Geordan é visto em um bar do Egito’, segundo a legenda da imagem. Na foto, ele está fumando narguilé em um ‘look’ despojado. Em outra publicação, o delegado aparece visitando as pirâmides de Gizé, também no país egípcio. E também em cidades nos Estados Unidos.

L200- Na decisão em que foi decretada a prisão do delegado Geordan Fontenelle, e do investigador de polícia Marcos Paulo Angeli, é citado que Fontenelle recebeu uma caminhonete L200 do sobrinho do ex-governador Silval Barbosa. O veículo teria sido parte do pagamento de propina à autoridade policial da Delegacia de Peixoto de Azevedo.

A juíza Paula Tathiana Pinheiro, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, que expediu os mandados, citou que a representação da Corregedoria da Polícia Civil faz menção a um inquérito policial cujo envolvido é o ex-governador Silval Barbosa.  O Núcleo de Inteligência da polícia verificou que o sobrinho de Silval, Antônio da Cunha Barbosa Neto, esteve na delegacia onde Geordan atuava e deixou uma mochila preta lá.  

“Esteve na Delegacia de Polícia, portando uma mochila preta, entretanto, ao deixar a unidade, já não mais a carregava consigo. Tempos depois o representado DPC Geordan chegou à Delegacia dirigindo uma camionete Mistubishi MMC/L200 Triton Savana que ainda estava em nome de Antônio da Cunha.

Contudo, no dia 17/10/2022, houve a comunicação de venda e a transferência de propriedade desse veículo para Letícia Cristina de Souza Araújo, esposa do DPC Geordan”.  Com base nisso a Corregedoria concluiu que o veículo foi transferido como parte do pagamento de propina ao delegado.  

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