Ilson Machado/ Mato Grosso do Norte
O Mês de março tem um significado especial, considerando que é o mês de homenagens as mulheres, que deveriam, ser tratadas com respeito, carinho e muito amor, mas que infelizmente no Brasil esse significado está perdendo espaço para a violência diária registrada contra as mulheres.
E não são somente agressões físicas e sim psicológica, moral, verbal, patrimonial e sexual. Em Mato Grosso, que é um dos estados apontados com o maior índice de feminicídio do país, foi criada mais uma arma de combate a violência contra a mulher e lançada na sexta-feira, 8, data em que se comemorou o dia internacional da mulher, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, o “Observatório Caliandra”.
O objetivo do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, idealizador da plataforma é fazer com que ela seja utilizada para prevenção, orientação e sensibilização da população sobre a violência contra as mulheres.
De 2019 a fevereiro de 2024, Sinop registrou 32 feminicídios, Alta Floresta 12 e Guarantã 9
A iniciativa do MP do estado, por meio do Centro de Apoio Operacional, é de trazer no canal considerado mais um instrumento de combate a violência de gêneros, informações com dados atualizados sobre Estudos de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e Gênero Feminino, enfatizando transparência nas informações.
No portal que pode ser acessado no endereço: https://caliandra.mpmt.mp.br/ é possível acompanhar as estatísticas de feminicídios cometidos em cidades de Mato Grosso, índices preocupantes e que reforçam a necessidade de leis mais severas aos agressores.
No ranking do “Observatório Caliandra” de 2019 a fevereiro de 2024, figura em primeiro lugar a cidade de Sinop com 32 feminicídios registrados, na sequência vem Cuiabá 25, Rondonópolis 23, Cáceres 22, Várzea Grande 17, Tangará da Serra, Nova Mutum e Juína 16, Primavera do Leste e Água Boa 13, Alta Floresta 12, Vila Rica 11, Guarantã do Norte 9, Pontes e Lacerda 7, Barra do Garças 6, e Água Boa com 1 feminicídio registrado.
Além de outras estatísticas o “Observatório Caliandra” traz ainda dados sobre a faixa etária das vítimas e a motivação do crime.
Recentemente foi realizado um levantamento pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma ONG sem fins lucrativos que reúne especialistas no assunto para elaborar estudos e proporcionar cooperação técnica a governos e demais interessados.
Os números apresentados resultaram em dados negativos para Mato Grosso. Os estudos apontaram que o estado registrou a maior taxa de feminicídios do país.
O relatório teve a conclusão de 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. A taxa é quase o dobro da nacional, que alcançou 1,4 mortes a cada 100 mil mulheres. A pesquisa ainda revelou que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram no Brasil.