Quinta-feira, 18 de Setembro de 2025

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18 de Setembro de 2025, 16h:40 - A | A

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Violência contra a mulher cresce em Cuiabá e medidas protetivas batem recorde em 2024

Ameaças, injúrias e lesões corporais lideram registros; ex-companheiros respondem pela maioria das agressões.



Dionéia Martins/Mato Grosso do Norte

O Anuário 2024 da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá aponta que a procura por atendimento cresceu de forma expressiva no último ano, com aumento de até 27% em relação a 2023. O levantamento, feito a partir da análise de quase 3 mil casos, revela não apenas o avanço dos registros, mas também o perfil das vítimas, dos agressores e a resposta das autoridades.

Para a delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM), Judá Maali, esse aumento representa a melhoria do atendimento prestado pelos profissionais, que passaram por inúmeras capacitações. “O acolhimento pode representar o primeiro passo para o rompimento do ciclo da violência”, disse delegada Judá Marcondes.

Entre as ocorrências mais comuns estão ameaça (26% dos casos), injúria (15%) e lesão corporal (14%), seguidas por episódios de violência psicológica e perseguição. Para lidar com esse cenário, a delegacia acionou 3.879 medidas protetivas de urgência — que representam 43% dos atendimentos — e distribuiu 3.141 dispositivos SOS Mulher, usados para acionar socorro imediato em caso de risco.

O anuário mostra ainda que a maioria das vítimas está na faixa entre 30 e 49 anos. Mais da metade se declara parda, branca ou preta, e cerca de 62% possuem ensino médio ou superior. Do outro lado, os agressores são majoritariamente homens, sendo que 51% eram ex-companheiros das vítimas e 11% companheiros atuais. Os dados reforçam que o período de separação é um dos momentos de maior vulnerabilidade para as mulheres.


Os picos de atendimento foram registrados em outubro, agosto e setembro, enquanto segundas-feiras e fins de semana concentram os maiores números de ocorrências. Segundo a delegada, essa procura representa a autoconsciência da vítima. “A gente acredita que, a partir do momento que a mulher se autoavalia, ela cria uma maior consciência sobre o que contexto que ela está inserida”, considerou a delegada.

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