O DIA
Curitiba - O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, em Sorocaba, interior de São Paulo. A ação é parte da 42ª fase da operação Lava Jato, deflagrada no início da manhã, e que também está sendo realizada no Distrito Federal, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Batizada de "Cobra", a nova fase tem como objetivo cumprir três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão. Com prazo de cinco dias, a prisão temporária pode ser convertida para a prisão preventiva, quando o investigado passa a não ter prazo para deixar a prisão.
De acordo com depoimentos de Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para ajudar a empreiteira em negócios com a Petrobras. Segundo o delator, o dinheiro teria sido pago em espécie por meio de um intermediário.
Operadores financeiros suspeitos de operacionalizar o recebimento da propina também estão sob investigação da PF. Segundo a polícia, estes pagamentos só foram interrompidos após a prisão de Odebrecht.
Segundo nota do MPF-PR, existem evidências de que ele pediu propina à Odebrecht AgroIndustrial, no valor de R$ 17 milhões, ainda quando era presidente do Banco do Brasil. O acordo entre as partes viabilizaria a rolagem de dívida de um financiamento da empreiteira.
"Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que celebraram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, teriam negado o pedido de solicitação de propina porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil”, diz a nota do MPF.
Ainda, segundo o MPF, “há provas apontando que, na véspera de assumir a presidência da Petrobras, o que ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. Desta vez, as indicações são de que o pedido foi feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.”
'Cobra'
De acordo com a PF, O nome da operação é uma referência ao codinome dado ao principal investigado nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas da Odrebrecht durante a 23ª fase da operação.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.