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Nacional Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2018, 00:00 - A | A

14 de Dezembro de 2018, 00h:00 - A | A

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Vítimas ouvidas pelo MP-SP dizem que funcionários de João de Deus eram coniventes com abusos

G1



Mulheres ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirmaram que alguns funcionários do médium João de Deus eram coniventes com os abusos sexuais cometidos durantes as sessões espirituais em Abadiânia, Goiás.

Segundo a promotora Valéria Scarance, as vítimas apontaram quatro funcionários, cujos nomes se repetem nos depoimentos. O fato será apurado pelo MP de Goiás, que é responsável pelas investigações do caso.

grupo de apoio criado pela promotoria em São Paulo para colher depoimentos já registrou formalmente 60 casos. Segundo Scarance, 18 mulheres já foram ouvidas até esta quinta-feira (13) e outras 18 já estão marcadas para a semana que vem. Os trabalhos devem continuar em janeiro, na volta do recesso judicial.

O número de vítimas ainda pode aumentar, já que foi aberto um canal de denúncia por e-mail ([email protected]). O MP-SP também recebeu o relato de um grupo que reúne mais de 200 mulheres que teriam sofrido abuso, mas nem todas quiseram se identificar ou formalizar a queixa.

De acordo com o MP-GO, mais de 300 mulheres já denunciaram formalmente o médium ao órgão. Ele nega os crimes.

 

Pedido de prisão

 

Nesta quarta-feira (12), o MP-GO pediu a prisão preventiva de João de Deus. O pedido deve ser analisado pelo juiz Fernando Chacha, que é responsável pela comarca de Abadiânia.

A defesa do médium protocolou, na quinta-feira, no Fórum de Alexânia, um pedido para o que João de Deus continue os atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, mesmo que, para isso, seja filmado ou tenha a presença de policiais. O objetivo é que os trabalhos na casa não sejam prejudicados e para que não haja a suspeita sobre continuidade de crimes.

“Muitas pessoas são beneficiadas com o tratamento e vão em busca do João de Deus. Então, para que ele possa continuar os atendimentos sem causar um embaraço à Justiça, parecer uma afronta, pedimos para que, se o juiz julgar necessário, coloque câmeras no local e até policiais para ver que o trabalho é feito com lisura”, disse o advogado Alberto Toron.

O defensor explicou ainda que já havia feito outro pedido à Justiça, para que possa marcar uma data para que o médium seja ouvido. Toron relatou que ainda não teve acesso ao teor dos depoimentos das vítimas e nem ao pedido de prisão.

“Ele tem 76 anos e uma larga folha de serviços prestados. Os depoimentos têm que ser apurados com rigor. É necessário ter cuidado para que João de Deus não seja submetido a um linchamento público antecipado”, completou.

DENÚNCIAS CONTRA JOÃO DE DEUS

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