Fernanda Leite, repórter do GD
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Copa do Mundo deve concluir o relatório final dos trabalhos no final deste mês. O presidente da CPI, Oscar Bezerra (PSB), adiantou que existe um rombo de cerca de R$ 400 milhões na construção de 56 obras, entre elas o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e outros ex-gestores serão responsabilizados por todos os 'erros' que ocorreram para realização das obras. Conforme o deputado, o grupo se organizou com base em uma planilha, onde os valores de alguns itens tinham o cuidado de oferecer descontos em serviços que não seriam executados.
“Foi muito dinheiro para o ralo. Tinha toda uma metodologia. Eram colocados descontos em serviços que não foram executados e elevação de valores de 20% a 30% em outros itens, como o caso dos carros do VLT que estavam projetados no início do RDC em R$ 400 milhões e tiveram um acréscimo de 21% do valor da proposta, porque sabiam que este item ia ser pago, aí tinha que vir mais dinheiro. Já o item que sabiam que não seria executado estava com desconto de 32%”, disse o deputado ao relatar como funcionava o esquema.
O parlamentar garantiu que de pequenos aos grandes serão penalizados, mas caberá à Justiça julgar ou pedir bloqueio de bens. "Até aqueles que disseram eu só assinei, serão responsabilizados. Isso não minimiza, pois, fizeram assinaturas laranjas".
O deputado lembra que houve licitações direcionadas, e que na época, sua esposa a ex-deputada Luciane Bezerra, denunciou o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), mas, que não resultou em nada. O governador da época, tinha a maioria dos deputados na base aliada. "A condução do processo dava a entender que já era possível saber, mas com 22 deputados a favor do ex-governador, nada foi feito".