José Vieira
Mato Grosso do Norte
O deputado federal, Emanoelzinho Pinheiro (MDB) que cumpriu agenda na região Norte neste final de semana, em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, durante o lançamento da obra de 6 salas de aulas do Instituto Federal de Mato Grosso [IFMT] em Paranaíta, no sábado, 27, afirmou que sua prioridade é permanecer no MDB para disputar a eleição de 2026. Todavia, caso não seja viável, seu destino será o PSD.
Ele, que é vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, disse que não concorda com a composição do MDB com o PL em Mato Grosso, sem que haja consulta as bases do partido. O parlamentar defende que antes de qualquer decisão, as bases do MDB devem ser ouvidas. No contexto pessoal, avalia que o projeto de extrema direita que o PL representa, não contempla os emedebistas.
“Não concordo com este encaminhamento, mas é algo que vem sendo discutido dentro do partido. Minha tendência, caso isto prevaleça, é sair. Tenho convite do senador e ministro Carlos Fávaro para ingressar no PSD. Temos feito um trabalho juntos na Agricultura Familiar em todo o Mato Grosso. Vamos entregar mais de 300 máquinas para a Agricultura Familiar. O PSD é um partido que vejo com bons olhos. A prioridade é ficar no MDB, mas se for representar o que eu não acredito que seja bom para o meu estado, é natural que eu procure outro caminho”, enfatiza o deputado.
Não concordo com este encaminhamento, mas é algo que vem sendo discutido dentro do partido. Minha tendência, caso isto prevaleça, é sair
Para ele, a discussão que o MDB deve fazer é um projeto para o Estado para os próximos anos, para diminuir as desigualdades e promover a geração de renda para as classes mais pobres.
“O MDB é um partido democrático. Mato Grosso é um Estado rico, com mais de 3 milhões de habitantes, mas tem mais de 800 mil pessoas vivendo do Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada. Isto mostra que temos riquezas, mas é uma riqueza concentrada. E não de geração de empregos para partilhar esta renda. O que queremos é mais oportunidades, comida na mesa e que o pai de família não deixe faltar o alimento para seus filhos. Sobretudo nas zonas rurais e assentamentos”, enfatiza.
PEC da blindagem e Anistia - Emanoelzinho disse que a maioria da bancada de Mato Grosso, principalmente os parlamentares que representam a extrema direita, votou a favor da PEC da Blindagem na Câmara e alguns se posicionaram publicamente favoráveis a proposta. Porém, depois da repercussão contrária da sociedade, mudaram de posicionamento.
“Eu votei contra a PEC da blindagem e a Urgência no projeto de Anistia. No caso da PEC da Blindagem, a pressão popular fez com que se arrependessem. Mas o que importa é a votação antes da pressão, quando o parlamentar vota com consciência. Eu entendo que a PEC da Blindagem foi uma indecência, aqueles que cometem o crime autorizarem a investigação. Isto não é razoável. Votei contra porque esta PEC não representa nem Mato Grosso e nem o Brasil e é contra os interesses do povo brasileiro”, enfatiza.
Conforme ele, na eleição de 2026, o presidente Lula terá um desempenho em Mato Grosso bem superior a 2022, devido as entregas que está fazendo no Estado.
“Já foram entregues mais de 4 mil casas populares e a própria BR-163 que o governo federal autorizou repassar para o Estado com empréstimo do BNDES. Tem muito investimento do presidente Lula chegando no Estado. Porém, tem muita gente que não gosta por causa de ideologia. Mas diferenças de opiniões devem ser respeitadas. Acredito que haverá um crescimento na votação pelo trabalho. As entregas dele no Estado são maiores do que do ex-presidente Jair Bolsonaro”, analisa.