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Política Segunda-feira, 02 de Setembro de 2024, 08:44 - A | A

02 de Setembro de 2024, 08h:44 - A | A

Política / Pista do Cabeça

“Há 24 anos não melhorou em nada e muita gente vai embora”

Presidente da Associação de Moradores da Pista do Cabeça afirma que são muitos os problemas enfrentados pelos moradores, como falta de água e regularização fundiária



José Vieira
Mato Grosso do Norte

A presidente da Associação de Moradores da Pista do Cabeça, Soraia Rodrigues de Souza, que mora há 24 anos na localidade, em entrevista ao jornal Mato Grosso do Norte, reitera as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos moradores.

Ademais as deficiências dos serviços básicos inerentes ao atendimento da população, ela cita a inexistência de documentos dos imóveis, como um dos problemas relevantes, que impacta sobremaneira a comunidade.

Desde quando saiu do domínio do município de Nova Canaã do Norte e foi anexada à Alta Floresta, a localidade passou a não fazer parte, oficialmente, de nem um dos dois municípios. E pior: a documentação existente à época, perdeu a validade.

“A criação novamente do distrito seria muito bom para a nossa comunidade. Hoje não temos documentos de nossos lotes. Acredito que a falta de regularização dificulta até para a Prefeitura de Alta Floresta trazer as benfeitorias para nós, não somos reconhecidos”, observa a moradora.

De acordo com ela, esse quadro de dificuldades que prevalece há anos na localidade, tem afetado a autoestima e desestimulado a população. E muitos moradores vendem seus terrenos, suas casas e vão embora em busca de empregos e de uma vida melhor.

Segundo Soraia, nenhum morador da Pista não tem a escritura de seus imóveis. “Os documentos que os moradores tem, em função da mudança de Nova Canaã do Norte para Alta Floresta, perdeu a validade e não é reconhecido em Cartórios. Não pertencemos nem à Nova Canaã e nem à Alta Floresta na legalidade”, observa.

“Aqui não tem oportunidade nem para os jovens e nem para as pessoas de mais idade. Não tem empregos. Portanto, acredito que uma de nossas prioridades é a regularização fundiária. Moro aqui desde o ano 2000. E de melhora e evolução, não mudou nada. Muitos lotes estão vazios, pois os moradores veem que aqui não tem perspectiva de melhora, vão perdendo a esperança e vão embora. Muita gente se muda para Alta Floresta e para Sinop”, relata Soraia, acrescentando que a única coisa boa que teve na comunidade foi a instalação de energia elétrica.

Os serviços básicos que deveriam ser prestados pela Prefeitura e órgãos Estaduais e Federais também inexistem. “Tínhamos Correio, mas foi fechado. Remédios no Posto de Saúde não tem. Quando vem uma médica (2 vezes no mês), ela faz a consulta, pede exames e temos que ir para Alta Floresta. Os remédios de uso contínuos, antigamente, a gente recebia. Agora, não. Geralmente o morador tem que comprar com seu próprio dinheiro”, diz.

Há uma agente no Posto de Saúde, mas o local, de acordo com ela, não tem zeladora. Na Ourolândia há também uma gente de Saúde, mas também não tem zeladora.

Cobranças

Ela diz que há muitas cobranças a serem feitas em um lugar que é precário em tudo. Cita a necessidade de asfalto na avenida principal, para eliminar a poeira. E principalmente, a implantação de uma rede para levar água para as residências dos moradores. A maioria das famílias não tem condições de ter poços artesianos e dependem de outros moradores para ter acesso à água potável para o consumo.

De acordo com ela, a prefeitura prometeu fazer a rede para solucionar o problema do fornecimento de água. E a população espera que este compromisso assumido, seja cumprido pela gestão municipal.

Coleta de Lixo

Serviço de Coleta de Lixo não é feito pela prefeitura de Alta Floresta. O lixo, conforme ela, é jogado dentro de um buraco e queimado. “Aqui o nosso descarte do lixo, a gente cava um buraco e joga dentro”, enfatiza.

A presidente observa, no entanto, que os moradores sabem que não é certo e nem faz bem para o Meio Ambiente esta atitude. Porém, ressalva que não há outra alternativa.

“Sabemos que não é certo queimar o lixo, descartar de qualquer jeito. Às vezes até vidro é jogado em buraco, assim como o plástico que são difíceis de serem diluído pela terra. Ficamos constrangidos, mas não há outra coisa a se fazer”, enfatiza.

Há também pessoas, segundo ela, que jogam seus lixos, como entulhos de construção, nas margens de estradas e até dentro dos córregos.

União

A alternativa apontada por Soraia é a população da região da Pista do Cabeça, tanto das vilas, como das comunidades, unirem força para lutarem pelos seus direitos.

“Tem que se unir os moradores da comunidade Novo Cruzeiro, Pista Nova, Ourolândia, as comunidades e o assentamento. Seria muito importante, nos organizarmos e unidos cobrar o que precisamos, porque a união faz a força”, aponta.

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